Master of Portuguese and Brazilian language and literatures, independent researcher, freelance author and translator and, currently, a teacher in the private sector.
O assunto do presente trabalho é desenvolvido em duas partes principais e diz respeito à obra do ... more O assunto do presente trabalho é desenvolvido em duas partes principais e diz respeito à obra do escritor português Miguel Torga, civilmente Adolfo Correia da Rocha (1907-1955). A primeira parte da tese constitui a base teórica da pesquisa, na qual são reunidas as intervenções dos especialistas de ecocrítica, entre os quais Cristina Salabé, Serenella Iovino, Ana Isabel Queiroz e Inês de Ornellas e Castro, com o fim de ilustrar os conceitos fundamentais da ecocrítica e os objetivos a que ela se propõe, antes de mais o de sensibilizar o leitor face aos discursos ecológicos sobre a terra e a natureza, utilizando a literatura como medium preferido. A segunda parte da tese é dedicada à análise da obra de Miguel Torga, segundo a chave de leitura estabelecida previamente. Em primeiro lugar, a atenção é dirigida ao papel que o escritor atribuiu à Literatura, com referência ao ensaio "Portugal", de 1950, e aos contos mais representativos da obra de ficção: Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), Rua (1941), Novos Contos da Montanha (1944) e Pedras Lavradas (1951). Coloca-se em relevo a ideia segundo a qual o texto literário representa o lugar onde palavra, terra, animais e homens se encontram, superando os limites das regiões, nações e até continentes. Um outro aspeto evidenciado da poética torguiana consiste na predileção para as coisas telúricas sob as coisas divinas, o que se pode atestar quer nas numerosas citações aos mitos de Prometeu, Anteu e Telure, quer em recursos como a humanização de alguns animais e, vice-versa, na invenção de homens-bichos, em contraste com um divino invisível, cruel e distante. Na última fase do trabalho, considera-se a obra lírica de Torga, pois é nesta que o «grande mapa humano» do primeiro verso de Auto-retrato português se constrói. Através da grelha teórica ecocrítica, são analisados alguns poemas tirados de duas obras fundamentais do autor, o Diário (1941-1993) e Poemas Ibéricos (1965), e duma antologia realizada pelo mesmo Torga, Antologia Poética (1981). O poeta, originário de Trás-os-Montes, dedica a esta terra muitos dos seus poemas. Porém, a nossa análise revela as escolhas linguísticas, de forma e de conteúdo, por meio das quais o poeta recusa as fronteiras políticas que separam as regiões, os países e o resto do mundo, enquanto observa tudo o que realmente o envolve, com os olhos não apenas do transmontano, mas, ao mesmo tempo, do português, do ibérico e do brasileiro. Além disso, é evidenciada a forma como o local que se torna universal é expresso por um sujeito poético capaz de conter em si o singular e o plural, no começo de versos poéticos onde os homens se encontram e as terras se unem, no respeito da natureza e das culturas autóctones.
Il tema di questo lavoro si sviluppa in due parti principali e riguarda l'opera dello scrittore p... more Il tema di questo lavoro si sviluppa in due parti principali e riguarda l'opera dello scrittore portoghese Miguel Torga, al secolo Adolfo Correia da Rocha (1907-1995). La prima parte della tesi costituisce la base teorica della ricerca, in cui vengono riuniti gli interventi di studiosi di ecocritica, fra i quali Cristina Salabé, Serenella Iovino, Ana Isabel Queiroz e Inês de Ornellas e Castro, con il fine di illustrare i concetti fondamentali dell'ecocritica e gli obiettivi che essa si prepone, primo fra tutti quello di sensibilizzare il lettore ai discorsi ecologici sulla terra e sulla natura, utilizzando la letteratura come medium prediletto. La seconda parte della tesi è dedicata alla presa in esame dell'opera di Miguel Torga, secondo la chiave di lettura stabilita precedentemente. Dapprima, si rivolge l'attenzione al ruolo che lo scrittore assegna alla letteratura, con riferimenti al saggio "Portugal", del 1950, e ai racconti più emblematici delle prose brevi: Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), Rua (1941), Novos Contos da Montanha (1944) e Pedras Lavradas (1951). Ciò che viene messo in risalto è l'idea secondo cui il testo letterario rappresenti lo spazio in cui parola, terra, animali e uomini si incontrano, superando i confini fra le regioni, le nazioni e persino i continenti. Un altro aspetto messo in evidenza della poetica torghiana consiste nella predilezione per le cose terrestri su quelle divine, riscontrabile tanto nelle numerose citazioni ai miti di Prometeo, Anteo e Tellure, quanto in espedienti come l'umanizzazione di alcuni animali e, viceversa, nella creazione di uomini-bichos, in contrasto con un divino invisibile, crudele e distante. Successivamente, a conclusione del lavoro, la ricerca rivolge uno sguardo più ravvicinato all'opera lirica di Torga, poiché è in essa che il «grande mapa humano» del primo verso di Auto-retrato português prende forma. Attraverso l'approccio teorico dell'ecocritica, sono state esaminate alcune poesie tratte da due opere fondamentali dell'autore, il Diário (1941-1993) e Poemas Ibéricos (1965), e da un'antologia redatta dallo stesso Torga, Antologia Poética (1981). Il poeta è originario della regione di Trás-os-Montes ed è a questa terra che dedica molte delle sue poesie. Tuttavia, la nostra analisi rivela le scelte linguistiche, di forma e di contenuto, con cui egli rifiuta i confini politici che dividono le regioni, i paesi e il resto del mondo, mentre osserva ciò che realmente lo circonda con gli occhi non solo del trasmontano, bensì, allo stesso tempo, del portoghese, dell'iberico e del brasiliano. Inoltre, si evidenzia come il locale che si fa universale venga espresso da un soggetto poetico capace di contenere in sé il singolare e il plurale, a capo di versi poetici in cui gli uomini si incontrano e le terre si uniscono, nel rispetto della natura e delle culture autoctone.
O assunto do presente trabalho é desenvolvido em duas partes principais e diz respeito à obra do ... more O assunto do presente trabalho é desenvolvido em duas partes principais e diz respeito à obra do escritor português Miguel Torga, civilmente Adolfo Correia da Rocha (1907-1955). A primeira parte da tese constitui a base teórica da pesquisa, na qual são reunidas as intervenções dos especialistas de ecocrítica, entre os quais Cristina Salabé, Serenella Iovino, Ana Isabel Queiroz e Inês de Ornellas e Castro, com o fim de ilustrar os conceitos fundamentais da ecocrítica e os objetivos a que ela se propõe, antes de mais o de sensibilizar o leitor face aos discursos ecológicos sobre a terra e a natureza, utilizando a literatura como medium preferido. A segunda parte da tese é dedicada à análise da obra de Miguel Torga, segundo a chave de leitura estabelecida previamente. Em primeiro lugar, a atenção é dirigida ao papel que o escritor atribuiu à Literatura, com referência ao ensaio "Portugal", de 1950, e aos contos mais representativos da obra de ficção: Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), Rua (1941), Novos Contos da Montanha (1944) e Pedras Lavradas (1951). Coloca-se em relevo a ideia segundo a qual o texto literário representa o lugar onde palavra, terra, animais e homens se encontram, superando os limites das regiões, nações e até continentes. Um outro aspeto evidenciado da poética torguiana consiste na predileção para as coisas telúricas sob as coisas divinas, o que se pode atestar quer nas numerosas citações aos mitos de Prometeu, Anteu e Telure, quer em recursos como a humanização de alguns animais e, vice-versa, na invenção de homens-bichos, em contraste com um divino invisível, cruel e distante. Na última fase do trabalho, considera-se a obra lírica de Torga, pois é nesta que o «grande mapa humano» do primeiro verso de Auto-retrato português se constrói. Através da grelha teórica ecocrítica, são analisados alguns poemas tirados de duas obras fundamentais do autor, o Diário (1941-1993) e Poemas Ibéricos (1965), e duma antologia realizada pelo mesmo Torga, Antologia Poética (1981). O poeta, originário de Trás-os-Montes, dedica a esta terra muitos dos seus poemas. Porém, a nossa análise revela as escolhas linguísticas, de forma e de conteúdo, por meio das quais o poeta recusa as fronteiras políticas que separam as regiões, os países e o resto do mundo, enquanto observa tudo o que realmente o envolve, com os olhos não apenas do transmontano, mas, ao mesmo tempo, do português, do ibérico e do brasileiro. Além disso, é evidenciada a forma como o local que se torna universal é expresso por um sujeito poético capaz de conter em si o singular e o plural, no começo de versos poéticos onde os homens se encontram e as terras se unem, no respeito da natureza e das culturas autóctones.
Il tema di questo lavoro si sviluppa in due parti principali e riguarda l'opera dello scrittore p... more Il tema di questo lavoro si sviluppa in due parti principali e riguarda l'opera dello scrittore portoghese Miguel Torga, al secolo Adolfo Correia da Rocha (1907-1995). La prima parte della tesi costituisce la base teorica della ricerca, in cui vengono riuniti gli interventi di studiosi di ecocritica, fra i quali Cristina Salabé, Serenella Iovino, Ana Isabel Queiroz e Inês de Ornellas e Castro, con il fine di illustrare i concetti fondamentali dell'ecocritica e gli obiettivi che essa si prepone, primo fra tutti quello di sensibilizzare il lettore ai discorsi ecologici sulla terra e sulla natura, utilizzando la letteratura come medium prediletto. La seconda parte della tesi è dedicata alla presa in esame dell'opera di Miguel Torga, secondo la chiave di lettura stabilita precedentemente. Dapprima, si rivolge l'attenzione al ruolo che lo scrittore assegna alla letteratura, con riferimenti al saggio "Portugal", del 1950, e ai racconti più emblematici delle prose brevi: Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), Rua (1941), Novos Contos da Montanha (1944) e Pedras Lavradas (1951). Ciò che viene messo in risalto è l'idea secondo cui il testo letterario rappresenti lo spazio in cui parola, terra, animali e uomini si incontrano, superando i confini fra le regioni, le nazioni e persino i continenti. Un altro aspetto messo in evidenza della poetica torghiana consiste nella predilezione per le cose terrestri su quelle divine, riscontrabile tanto nelle numerose citazioni ai miti di Prometeo, Anteo e Tellure, quanto in espedienti come l'umanizzazione di alcuni animali e, viceversa, nella creazione di uomini-bichos, in contrasto con un divino invisibile, crudele e distante. Successivamente, a conclusione del lavoro, la ricerca rivolge uno sguardo più ravvicinato all'opera lirica di Torga, poiché è in essa che il «grande mapa humano» del primo verso di Auto-retrato português prende forma. Attraverso l'approccio teorico dell'ecocritica, sono state esaminate alcune poesie tratte da due opere fondamentali dell'autore, il Diário (1941-1993) e Poemas Ibéricos (1965), e da un'antologia redatta dallo stesso Torga, Antologia Poética (1981). Il poeta è originario della regione di Trás-os-Montes ed è a questa terra che dedica molte delle sue poesie. Tuttavia, la nostra analisi rivela le scelte linguistiche, di forma e di contenuto, con cui egli rifiuta i confini politici che dividono le regioni, i paesi e il resto del mondo, mentre osserva ciò che realmente lo circonda con gli occhi non solo del trasmontano, bensì, allo stesso tempo, del portoghese, dell'iberico e del brasiliano. Inoltre, si evidenzia come il locale che si fa universale venga espresso da un soggetto poetico capace di contenere in sé il singolare e il plurale, a capo di versi poetici in cui gli uomini si incontrano e le terre si uniscono, nel rispetto della natura e delle culture autoctone.
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