Dmitri Mendeleiev
Dmitri Mendeléiev | |
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Mendeléiev nos anos 1880. | |
criar a tabela periódica, mendelévio | |
Nascimento | Дмитрій Ивановичъ Менделѣевъ 8 de fevereiro de 1834 Tobolsk Império Russo |
Morte | 2 de fevereiro de 1907 (72 anos) São Petersburgo |
Sepultamento | Literatorskie mostki |
Nacionalidade | russo |
Cidadania | Império Russo |
Progenitores |
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Cônjuge | Anna Ivanova Popova, Feozva Nikitichna Leshcheva |
Filho(a)(s) | Vladimir Mendeleev, Ljubow Dmitrijewna Blok, Vasiliy Mendeleev |
Alma mater | Universidade Estatal de São Petersburgo |
Ocupação | químico, físico, professor universitário, economista |
Distinções | Prêmio Demidov (1862), Medalha Davy (1882), Medalha Copley (1905) |
Empregador(a) | Universidade Imperial de São Petersburgo, Liceu Richelieu, St. Petersburg Practical Institute of Technology, Universidade Estatal de São Petersburgo |
Campo(s) | química, física |
Obras destacadas | tabela periódica |
Religião | deísmo |
Causa da morte | pneumonia |
Assinatura | |
Dmitri Ivânovitch Mendeléiev, em russo: Дми́трий Ива́нович Менделе́ев (Tobolsk, 8 de fevereiro de 1834 — São Petersburgo, 2 de fevereiro de 1907), foi um químico e físico russo, criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos, prevendo as propriedades de elementos que ainda não tinham sido descobertos.[1]
Vida e obra
[editar | editar código-fonte]Dmitri Ivânovitch Mendeléiev nasceu na cidade de Tobolsk na Sibéria. Era o filho caçula de uma família de 17 irmãos.[2] Seu pai, Ivan Pávlovitch Mendeléiev, era diretor da escola de seu povoado. Ele perdeu a visão no mesmo ano do nascimento de seu filho, e, como consequência, perdeu seu trabalho.
Já que seu pai recebia uma pensão insuficiente, sua mãe Mariia Dmítrievna Mendeléieva passou a dirigir uma fábrica de cristais fundada por seu avô, Pável Maksimovitch Sokolov. Na escola, desde cedo, destacou-se em ciências. Graças a um cunhado, exilado por motivos políticos, e um químico da fábrica, ele se interessou pela ciência.[3] Depois de um incêndio que destruiu a fábrica de cristais, sua mãe decidiu não reconstrui-la, mas sim investir suas economias na educação do filho.
Nessa época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam de forma independente. Sua mãe então mudou-se com ambos para Moscou, para matricula-lo na Universidade de Moscou, o que não conseguiu, talvez devido ao clima político vivido pela Rússia, uma vez que naquele momento a universidade só admitia os naturais de lá.
Foram então para São Petersburgo, porém a situação era a mesma, não se admitiam estudantes de outras regiões, mas, sua mãe descobriu que o diretor do Instituto Pedagógico Central (principal escola formadora de professores da Rússia da época) era amigo de seu finado marido, e graças a isso, Dmitri conseguiu uma vaga.[3]
O Instituto Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da Universidade de São Petersburgo e tinha em seu quadro docente muitos professores da própria universidade, dentre eles o famoso físico alemão Heinrich Lenz. Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander Voskresenki.
Em 1859, conseguiu uma verba do governo para estudar no exterior por dois anos. Primeiro foi a Paris estudar sob Henri Victor Regnault, um dos maiores experimentalistas europeus da época.
No ano seguinte, Mendeléiev seguiu para a Alemanha, para estudar com Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen, e graças a seu comportamento explosivo, em pouquíssimo tempo de convivência, brigou com Kirchhoff e desistiu das aulas, porém continuou na Alemanha, onde residia em um pequeno apartamento, que transformou-o em um laboratório. Neste laboratório improvisado, trabalhando sozinho, limitou-se a estudar a dissolução do álcool em água e fez importantes descobertas sobre estruturas atômicas, valência e propriedades dos gases.
Em 1860, pouco antes de voltar à Rússia, participou do 1º Congresso Internacional de Química da Alemanha, em Karlsruhe, no qual ficou decidido, por influência do químico italiano, Stanislao Cannizzaro, que o padrão de abordagem dos elementos químicos seria o peso atômico.
Casou-se pela primeira vez em 1862, com Feozva Nikititchna Lescheva, com a qual teve três filhos, que desses, um faleceu. Por causa da relação conturbada, eles se separaram em 1871. Casou pela segunda vez em 1882 com Ana Ivânovna Popova, com a qual tiveram quatro filhos. Teve de enfrentar a oposição da família de Ana, pois esta era 26 anos mais jovem e também pelo fato de que Feozva negava-se a dar-lhe o divórcio.
Em 1869, enquanto escrevia seu livro de química inorgânica, Mendeléiev organizou os elementos na forma da tabela periódica atual. Ele criou uma carta para cada um dos 63 elementos conhecidos.[3] Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atômica e as suas propriedades químicas e físicas. Colocando as cartas numa mesa, organizou-as em ordem crescente de massas atômicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhantes. Tinha então acabado de formar a tabela periódica.
Esta tabela de Mendeléiev tinha algumas vantagens sobre outras tabelas ou teorias antes apresentadas, mostrando analogias numa rede de relações vertical, horizontal e diagonal. A classificação de Mendeléiev deixava ainda espaços vazios, prevendo a descoberta de três novos elementos. Nesses casos, as previsões de Mendeleev provaram ser espetacularmente precisas e isso aumentou enormemente sua reputação. Não se deve esquecer, porém, que Mendeleev fez cerca de 20 previsões ao todo e, além dessas três que ele acertou, o restante acabaram por suposições fortuitas ou completamente equivocadas.[4]
A tabela de Mendeléiev serviu de base para a elaboração da atual tabela periódica, que além de catalogar 118 elementos conhecidos, fornece inúmeras informações sobre o comportamento de cada um.
Mendeléiev ordenou os 60 elementos químicos conhecidos de sua época na ordem crescente de peso atômico de tal forma que, em uma mesma vertical, ficavam os elementos com propriedades químicas semelhantes, constituindo os grupos verticais, ou as chamadas famílias químicas. O trabalho de Mendeléiev foi um trabalho audacioso e um exemplo extraordinário de intuição científica. De todos os trabalhos apresentados que tiveram influência na tabela periódica o de Mendeléiev teve a maior perspicácia.[3]
Ele foi um cientista que defendeu a origem inorgânica do petróleo.
“ | O fato capital para se notar é que o petróleo nasceu nas profundezas da Terra, e é somente lá onde devemos procurar sua origem.[5] | ” |
Viajou por toda a Europa visitando vários cientistas. Em 1902 foi a Paris e esteve no laboratório do casal Pierre e Marie Curie.
Faleceu, vitimado por uma gripe[6] em 1907, já praticamente sem sua visão. Foi sepultado no Cemitério de Volkovo, em São Petersburgo, na Rússia.[7]
Homenagem
[editar | editar código-fonte]Em 1955, o elemento atômico n.º 101 da tabela periódica recebeu o nome Mendelévio (Md), em sua homenagem.
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Retrato de autoria desconhecida.
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Monumento à tabela periódica na Universidade de Química e Tecnologia de Alimentos em Bratislava na Eslováquia.
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Sepultura no Cemitério de Volkovo
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Bloco postal russo de 2019 em comemoração aos 175 anos de Dmitri Mendeléiev
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ «A extinção de elementos químicos é possível?». Ciência Hoje. Consultado em 29 de setembro de 2020
- ↑ Vasco, A. (8 de fevereiro de 2018). «Las siete curiosidades que esconde la Tabla Periódica de Dmitri Mendeléyev». El Confidencial (em castelhano). Consultado em 15 de janeiro de 2021
- ↑ a b c d Líria Alves De Souza. «Dmitri Mendeleev». Terra. Mundo Educação. Consultado em 2 de fevereiro de 2013
- ↑ Rouvray, Dennis (2 de junho de 2004). «Elements in the history of the Periodic Table». ScienceDirect. Endeavour. 28: 69-74. Consultado em 17 de junho de 2022
- ↑ Mendeleev, D., 1877. L'Origine du pétrole. Revue Scientifique, 2e Ser., VIII, p. 409-416.
- ↑ (em inglês) Russia Channel. Dimitri Mendeleev - Creator of the Periodic Table. Acessado em 20/01/2012.
- ↑ Dmitri Mendeleiev (em inglês) no Find a Grave [fonte confiável?]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gillispie, Charles C., coord. Dictionary of Scientific Biography. New York: Charles Scribner's Sons, 1970-1990. 18 vols.
- Strathern, Paul. O Sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química. Tradução, Maria Luiza X. de A. Borges - Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2002. ISBN 8571106533
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Dimitriy Mendeleev Online» (em inglês)
Precedido por William Crookes |
Medalha Copley 1905 |
Sucedido por Ilya Ilyich Mechnikov |
- Nascidos em 1834
- Mortos em 1907
- Medalha Copley
- Deístas
- Prêmio Faraday
- Prêmio Demidov
- Medalha Davy
- Membros da Academia de Ciências da Rússia
- Membros estrangeiros da Royal Society
- Membros da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos
- Membros da Academia de Ciências da Prússia
- Membros da Academia de Ciências de Göttingen
- Químicos inorgânicos
- Químicos da Rússia
- Químicos do século XIX
- Alunos da Universidade Estatal de São Petersburgo
- Naturais de Tobolsk
- Sepultados no Cemitério de Volkovo
- Dmitri Mendeleev