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Cryptomycota

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cryptomycota
Rozella allomycis a parasitar um quitrídio Allomyces sp.
Classificação científica
Domínio:
(não classif.):
(não classif.):
Reino:
Filo:
Classe:
Rozellidea
Ordem:
Rozellida

Cavalier-Smith 2013
Géneros
Sinónimos

Cryptomycota (grego: crypto, 'escondido' e mycota, 'fungo'), também conhecido por Rozellida e Rozellomycota, é um clado que corresponde a um grupo basal de fungos que se postula ser o grupo irmão de todos os outros membros do reino Fungi.

Os Cryptomycota ('fungos escondidos') são um clado de microrganismos que são fungos ou um grupo irmão dos fungos. Diferem dos fungos clássicos por não possuírem paredes celulares quitinosas em qualquer estágio trófico do seu ciclo de vida, conforme comprovado por um estudo abrangente realizado em 2011.[1][2]

Nesse estudo, e em contraste com os restantes fungos, nos Cryptomycota não foi detectada a presença de quitina e celulose nas paredes celulares. Apesar de seus hábitos alimentares não convencionais, a presença de quitina foi observada na camada interna de esporos de repouso e em esporos de repouso imaturos de algumas espécies de Rozella, conforme indicado pelo teste do branco de calcoflúor, bem como a presença de um gene da quitinossintase específico para fungos.[3]

Rozellida foram detectados pela primeira vez como sequência de DNA recuperadas de laboratório de estudo de ecologia de água doce. A análise filogenética dessas sequências formou um único clado terminal de afiliação, então desconhecida, que foi provisoriamente designaod após o primeiro clone no clado: LKM11.[4]

O único género formalmente descrito no clado é Rozella, que anteriormente era considerado um quitrídio. A existência de organismos relacionados era apenas conhecida a partir de sequências de DNA ambiental.[5]

Outros membros do grupo foram isolados em 2011 por uma equipa liderada por Thomas Richards, do Museu de História Natural de Londres, e também um geneticista evolutivo da Universidade de Exeter. A equipa usou técnicas de DNA para revelar a existência de material genético desconhecido retirado do lago da universidade. Uma vez que apresentavam algumas sequências desconhecidas, marcaram com fluorescência pequenas sequências de DNA deixaram que se ligassem ao DNA correspondente em toda a amostra (hibridização in situ fluorescente). Sob microscopia de fluorescência, puderam ver que as células eram ovoides e tinham 3–5 micrómetros de diâmetro. A partir daí puderam estabelecer que o grupo de organismos estava presente em outras amostras retiradas de outros ambientes de água doce, solos e sedimentos marinhos.[6][7]

As células das espécies entretanto identificadas têm 3 a 5 µm de comprimento, com forma ovaloide. Quando são zoósporos móveis apresentam um flagelo, mas ocorrem também como células sem flagelo ligadas a outras células, como diatomáceas. Também foram detetadas como formas livres na fase de cistos. Exatamente como essas formas estão relacionadas entre si no ciclo de vida e se existem outras formas é atualmente desconhecido.[8]

A característica comum dos membros do clado é não apresentarem paredes celulares quitinosas, característica presente em quase todos os fungos previamente descobertos (incluindo os microsporídios) e que é uma das principais características do reino. Sem a quitina, os criptomicotas podem ser parasitas fagotróficos que se alimentam ligando-se, engolfando ou vivendo dentro de outras células. A maioria dos fungos conhecidos alimenta-se por osmotrofia, absorvendo nutrientes de fora da célula.[6]

Taxonomia e sistemática

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O grupo foi identificado usando análise de sequência do DNA ribossomal. O único género descrito dentro do Cryptomycota é o fungo parasita Rozella. Como outros Cryptomycota ainda não foram cultivados em laboratório, todo o conhecimento sobre o grupo vem da análise de amostras obtidas da natureza. Sequências de DNA atribuídas a Cryptomycota foram encontradas em amostras aquosas de uma variedade de fontes, incluindo sedimentos marinhos, água doce, fontes sulfurosas e solo.[8]

Uma publicação de 2012 propõe a extinção do grupo. No novo arranjo taxonómico, o género Rozella é integrado no agrupamento Nucletmycea e não deve ser classificado como fungo.[9]

Taxonomia e filogenia

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Posição filogenética dos Cryptomycota.

Uma possível árvore filogenética para os Cryptomycota (ou Rozellomyceta) é a seguinte:[10]

Fungi

Aphelidiomycota

Eumycota

 Rozellomyceta 
Rozellomycota

Rozella

Microsporidiomycota

Mitosporidium

Morellospora

Paramicrosporidium

Nucleophaga

Microsporidia

  1. Jones MD, Richards TA, Hawksworth DL, Bass D (2011). «Validation and justification of the phylum name Cryptomycota phyl. nov.». IMA Fungus. 2 (2): 173–7. PMC 3359815Acessível livremente. PMID 22679602. doi:10.5598/imafungus.2011.02.02.08Acessível livremente 
  2. Jones MD, Forn I, Gadelha C, Egan MJ, Bass D, Massana R, Richards TA (2011). «Discovery of novel intermediate forms redefines the fungal tree of life». Nature. 474 (7350): 200–3. PMID 21562490. doi:10.1038/nature09984 
  3. James TY, Berbee ML (2011). «No jacket required—New fungal lineage defies dress code». BioEssays. 34 (2): 94–102. PMID 22131166. doi:10.1002/bies.201100110Acessível livremente 
  4. van Hannen EJ, Mooij W, van Agterveld MP, Gons HJ, Laanbroek HJ (1999). «Detritus-dependent development of the microbial community in an experimental system: Qualitative analysis by denaturing gradient gel electrophoresis». Applied and Environmental Microbiology. 65 (6): 2478–84. PMC 91365Acessível livremente. PMID 10347030. doi:10.1128/AEM.65.6.2478-2484.1999Acessível livremente 
  5. Lara E, Moreira D, López-García P (2010). «The environmental clade LKM11 and Rozella form the deepest branching clade of fungi» (PDF). Protist. 161 (1): 116–21. PMID 19674933. doi:10.1016/j.protis.2009.06.005 
  6. a b Turner M. (11 Maio 2011). «The evolutionary tree of fungi grows a new branch». Nature News. doi:10.1038/news.2011.285Acessível livremente 
  7. Ghosh P. (11 Maio 2011). «'Missing link' fungi found in Devon pond». BBC News. Consultado em 31 de outubro de 2014 
  8. a b Meredith D. M. Jones, Irene Forn, Catarina Gadelha, Martin J. Egan1, David Bass, Ramon Massana, Thomas A. Richards (2011). Discovery of novel intermediate forms redefines the fungal tree of life (PDF). Nature (em inglês). [S.l.: s.n.] doi:10.1038/nature09984 
  9. Adl, S. M., Simpson, A. G. B., Lane, C. E., Lukeš, J., Bass, D., Bowser, S. S., Brown, M. W., Burki, F., Dunthorn, M., Hampl, V., Heiss, A., Hoppenrath, M., Lara, E., le Gall, L., Lynn, D. H., McManus, H., Mitchell, E. A. D., Mozley-Stanridge, S. E., Parfrey, L. W., Pawlowski, J., Rueckert, S., Shadwick, L., Schoch, C. L., Smirnov, A. and Spiegel, F. W. (28 de setembro de 2012). The Revised Classification of Eukaryotes. Journal of Eukaryotic Microbiology (em inglês). 59. [S.l.: s.n.] p. 429–514. doi:10.1111/j.1550-7408.2012.00644.x 
  10. Wijayawardene NN, Hyde KD, Al-Ani LK, Tedersoo L, Haelewaters D, Rajeshkumar KC, et al. (2020). «Outline of Fungi and fungus-like taxa» (PDF). Mycosphere. 11 (1): 1060–1456. ISSN 2077-7019. doi:10.5943/mycosphere/11/1/8Acessível livremente 
  11. Karpov; et al. (2014). «Morphology, phylogeny and ecology of the aphelids (Aphelidea, Opisthokonta) and proposal for the new superphylum Opisthosporidia». Frontiers in Microbiology. 5. 112 páginas. PMC 3975115Acessível livremente. PMID 24734027. doi:10.3389/fmicb.2014.00112Acessível livremente 

Ligações externas

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