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Anunáqui

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Anunnaki)
Antigo selo Sumério retratando os Anunáqui

Anunáqui[1] (𒀭𒀀𒉣𒈾; "da-nuna", "da-nun-na-ke4-ne", ou "da-nun-na", literalmente: "Filho(s) de Anu"[2]), cujo significado pode ser entendido como "descendência da realeza"[3] ou "prole do príncipe"[4] são um grupo de divindades sumérias, acádias e babilônicas. Os Anunáqui eram creditados como sendo descendentes de Anu (ou An), o deus sumério do céu, e sua consorte, a deusa da terra Ki.[2] Samuel Noah Kramer associa Ki com a deusa mãe suméria Ninursague, afirmando que eram originalmente a mesma figura.[5][6] O mais antigo dos Anunáqui foi Enlil, o deus do ar[7] e chefe do panteão sumério.[8] Os sumérios acreditavam que, até Enlil nascer, a terra e o céu não haviam sido separados.[9] Então, Enlil dividiu a terra e o céu em dois[9] e levou consigo a terra[10] enquanto seu pai Anu levou consigo o céu.[10]

Sua relação com o grupo de deuses conhecido como Iguigui não é clara. Às vezes os nomes são usados como sinônimos, mas, no mito do dilúvio de Atrahasis, os Iguigui têm de trabalhar para os Anunáqui, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos.[11] Jeremy Black e Anthony Green oferecem uma perspectiva ligeiramente diferente sobre os Iguigui e Anunáqui, escrevendo que "lgigu ou Iguigui é um termo introduzido no período babilônico antigo como um nome para os (nove) "grandes deuses". Embora, por vezes, mantivesse esse sentido em períodos posteriores, desde o período Babilônio Médio é geralmente usado para se referir aos deuses do céu coletivamente, assim como o termo Anunacu (Anúna) foi posteriormente usado para se referir aos deuses do submundo. No épico de criação, dizem que há 300 lgigi do céu."[12]

Pseudoarqueologia-história moderna

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Ver artigo principal: Teoria dos astronautas antigos

Em seu livro de 1976, The Twelfth Planet (O 12o. planeta[13]), o autor russo-americano Zecharia Sitchin, um dos tradutores dos tabletes sumerianos, alegou que os Anunáqui seriam uma raça de seres extraterrestres do planeta não descoberto Nibiru, que veio à Terra cerca de 500.000 anos atrás para minerar ouro.[14][15][16] Segundo Sitchin, os Anunáqui usaram engenharia genética para criar o homo erectus para serem seus escravos.[14][15][16] Sitchin alegou que os Anunáqui foram forçados a deixar a Terra quando as geleiras da Antártica derreteram, devido à passagem do planeta onde eles habitavam, Nibiru, causando o Dilúvio de Noé (Zilsudra[17]), o que também destruiu as bases dos Anunáqui na Terra; eles tiveram que ser reconstruídos e os Nefilim (nome que se refere aos Anunáqui no livro apócrifo de Enoque),[18] necessitando de mais humanos para ajudar nesse esforço maciço, ensinaram-lhes agricultura.[19] Ronald H. Fritze escreve que, de acordo com Sitchin, "os Anunáqui construíram as pirâmides e todas as outras estruturas monumentais de todo o mundo que os teóricos dos antigos astronautas consideram tão impossíveis de construir sem tecnologias altamente avançadas".[14] Sitchin também alegou que os Anunáqui haviam deixado para trás híbridos humano-alienígenas, alguns dos quais ainda hoje estão vivos, mas desconhecem sua origem alienígena.[15][16] Sitchin expandiu essa mitologia em trabalhos posteriores, incluindo The Stairway to Heaven (1980) e The Wars of Gods and Men (1985); em The End of Days: Armageddon and the Prophecy of the Return (2007), Sitchin previu que os Anunáqui retornariam à Terra, possivelmente em 2012, correspondendo ao final do calendário mesoamericano.[20][16]

Os escritos de Sitchin foram universalmente rejeitados pelos historiadores. Os livros de Sitchin são considerados pseudo-história, salientando que Sitchin aparentemente deturpa deliberadamente textos sumérios, citando-os fora de contexto, truncando citações e traduzindo erroneamente palavras sumérias para lhes dar significados radicalmente diferentes de suas definições aceitas.[21] No entanto, porque Sitchin trabalhou à sombra da obra de Erich von Däniken, amplamente divulgada em Eram os Deuses Astronautas?, ele conseguiu escapar da atenção de desmascaradores,[14][16] permitindo que suas teorias se tornassem mais influentes.[16] Embora o próprio Sitchin tenha descrito os Anunáqui como humanoides,[15] em livro publicado em 1994, o teórico da conspiração Arthur Horn propôs que eles eram realmente reptilianos.[22] O teórico britânico da conspiração David Icke expandiu ainda mais essa tese alegando que as linhagens alienígenas sobreviventes mencionadas por Sitchin eram as da "Irmandade da Babilônia"; uma raça de alienígenas reptilianos que mudam de forma que secretamente controlam todos os governos do mundo e mantêm os humanos escravizados,[16] usando os Illuminati como uma de suas peças figurativas de xadrez.[16]  

Referências
  1. Spalding 1973, p. 117.
  2. a b Black & Green 1992, p. 34.
  3. Leick, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 7
  4. Black, Jeremy and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) ISBN 978-0292707948 p.34
  5. Kramer 1961, p. 41.
  6. Kramer 1963, p. 122.
  7. Coleman & Davidson 2015, p. 108.
  8. Kramer 1983, pp. 115–121.
  9. a b Kramer 1961, pp. 72–73.
  10. a b Kramer 1961, pp. 72–75.
  11. Leick, Gwendolyn: A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology (NY: Routledge, 1998), p. 85
  12. Black, Jeremy and Green, Anthony: Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia: An Illustrated Dictionary University of Texas Press (Aug 1992) ISBN 978-0292707948 p.106
  13. Zecharia Sitchin (1978). O 12o. planeta. [S.l.]: Best Seller. ISBN 978-85-7123-167-2 
  14. a b c d Fritze 2016, p. 292.
  15. a b c d Fritze 2009, p. 212.
  16. a b c d e f g h Robertson 2016.
  17. Best, Robert M. (1999). Noah's ark and the Ziusudra epic : Sumerian origins of the flood myth 1st ed ed. Fort Myers, Fla.: Enlil Press. OCLC 40998337 
  18. https://drive.google.com/file/d/0BwH9yvSF-3QIbmF1ZVYwNmdLejg/view?resourcekey=0-ARCtS4iqgGFrEgymw_mNcA
  19. Fritze 2009, pp. 212–213.
  20. Fritze 2009, p. 213.
  21. Fritze 2009, pp. 213–214.
  22. Robertson 2016, p. 94.
  • Spalding, Tassilo Orpheu (1973). Dicionário das mitologias europeias e orientais. São Paulo: Cultrix