Almostacfi I do Cairo
Almostacfi I | |
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3º Califa Abássida no Cairo | |
Reinado | 1302 — 1340 |
Antecessor(a) | Al-Hakim I |
Sucessor(a) | Aluatique I |
Nascimento | 1285 |
Morte | 1340 (55 anos) |
Dinastia | Abássida |
Pai | Aláqueme I |
Filho(s) | Aláqueme II Almutadide I |
Abu Arrabi Solimão Almostacfi Bilá (Abu ar-Rabi Sulayman al-Mustakfi bi-llah), melhor conhecido como Almostacfi I do Cairo (em árabe: المستكفي بالله),[1] foi o terceiro califa abássida do Cairo sob os sultões mamelucos do Egito entre 1302 e 1340.
Contexto
[editar | editar código-fonte]O sultão mameluco Anácer Maomé iniciou seu reinado em 1293, com apenas nove anos de idade, sob a supervisão do emir Quitebuga, que era quem detinha o poder de fato no Sultanato Mameluco.[2] Em 1295, o emir desiste da farsa e toma o poder de fato, aprisionando Anácer no Castelo de Caraque. Dois anos depois, Quitebuga foi destronado pelo futuro sultão Lajim, cujo reinado é tão desastroso quanto o de Quitebuga, e ele termina também destronado pelos emires, que finalmente chamam de volta Anácer de volta ao trono.[3]
Em janeiro de 1299, ainda sem idade para governar, permanece sob a tutela de dois emires rivais, Ruquinadine Baibars e Salar Ceifadim.[4][5] Em dezembro do mesmo ano, os mongóis, liderados por Gazã e seus aliados do Reino Armênio da Cilícia invadiram a Síria, derrotando os exércitos mamelucos na Batalha de Uádi Alcazandar (22 e 23 de dezembro de 1299), perto de Homs.[5] Em janeiro de 1300, Damasco cai sem luta.
Reinado
[editar | editar código-fonte]Em 1303, Gazã invadiu novamente a Síria, cruzando o Eufrates em Hila. O sultão Anácer deixou o Cairo com Almostacfi em 23 de março e chegando em Damasco em 19 de abril, uma sexta-feira e o primeiro dia do mês de Ramadã. Na Batalha de Marje Alçafar, Anácer conseguiu uma vitória contra os mongóis na presença de Almostacfi, que marcou a última tentativa mongol de invadir a Síria mameluca.
Na política doméstica, porém, o poder do califa é nulo. Ele ainda mantém alguma influência na política externa, principalmente entre os governantes muçulmanos que buscam legitimar seu poder. Em 1307-1308, Almostacfi enviou uma carta ao governante raçúlida iemenita Almuaiade Daúde, na qual ele critica, entre outras coisas, a falha no abastecimento de grãos a Meca e ameaça represálias.[6]
Anácer Maomé se torna cada vez mais impaciente com a tutela dos emires Ruquim Adim Baibars e Salar Ceifadim e planejou eliminá-los, mas acabou desistindo frente aos riscos da operação. Então, ele finge que está indo para Meca realizar a Haje e leva os dois consigo. No caminho, ele foi impedido de continuar em Caraque e os dois emires o obrigam a abdicar. Baibars II foi então proclamado sultão. Anácer, no entanto, recebeu o apoio dos governantes de Homs e Aleppo.[7] Apesar das ameaças de Baibars II, Anácer conseguiu juntar um exército mais poderoso que o do rival e Salar Ceifadim se aproveita para debandar.[8] Como consequência, Baibars II abdicou e fugiu, sendo capturado e estrangulado perante Anácer. Salar Ceifadim foi preso, suas propriedades foram confiscadas e ele foi deixado para morrer de fome. Em 5 de abril de 1310, Anácer Maomé subiu ao trono pela terceira vez,[8] desta vez livre de seus guardiões e com amplos poderes.
Em 1336, Anácer mandou prender Almostacfi e toda a sua família na cidadela do Cairo e depois os exilou em Qûs.[9] O califa morreu entre 1339 e 1340. Anácer impede que o filho de Almostacfi o suceda e nomeia al-Wathiq como califa. Ao contrário, porém, do que aconteceu em 1302, desta vez não é o sultão que jurou fidelidade ao califa e sim o inverso.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Almostacfi I do Cairo Nascimento: ? Morte: 1340
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Precedido por: Aláqueme I |
Califas do Cairo 1302-1340 |
Sucedido por: Aluatique I |
- ↑ Dias 1940, p. 289.
- ↑ André Clot. L'Égypte des Mamelouks 1250-1517. L'empire des esclaves. L'âge d'or. [S.l.: s.n.] p. 120
- ↑ André Clot. L'Égypte des Mamelouks 1250-1517. L'empire des esclaves. L'âge d'or. [S.l.: s.n.] p. 121
- ↑ André Clot o chama em sua obra de Sayf al-Din Safar, mas o nome em árabe é: sayf al-dīn salār, ar.
- ↑ a b André Clot. L'Égypte des Mamelouks 1250-1517. L'empire des esclaves. L'âge d'or. [S.l.: s.n.] p. 122
- ↑ Urbain Vermeulen (1995). Egypt and Syria in the Fatimid, Ayyubid and Mamluk eras, Partie 1. Une lettre du calife Al-Mustakfî à Dâwud b. Yûsuf b. Rasûl (707 A.H.). [S.l.]: Peeters Publishers. p. 363-364. ISBN 978-90-6831-683-4
- ↑ André Clot. L'Égypte des Mamelouks 1250-1517. L'empire des esclaves. L'âge d'or. [S.l.: s.n.] p. 124
- ↑ a b André Clot. L'Égypte des Mamelouks 1250-1517. L'empire des esclaves. L'âge d'or. [S.l.: s.n.] p. 125
- ↑ a b M. W. Daly & Carl F. Petry (1998). The Cambridge History of Egypt: Islamic Egypt, 640-1517. 1. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 256. ISBN 978-0-521-47137-4
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Dias, Eduardo (1940). Árabes e muçulmanos. Lisboa: Livraria Clássica
- Garcin, Jean-Claude (1967). «Histoire, opposition, politique et piétisme traditionaliste dans le Ḥusn al Muḥādarat de Suyûti» [History, opposition, politics and traditionalistic pietism in Suyuti's Ḥusn al Muḥādarat] (PDF). Institut Français d'Archéologie Orientale. Annales Islamologiques (em francês). 7: 33–90. Consultado em 22 de julho de 2010. Arquivado do original (PDF) em 24 de julho de 2011
- Holt, P. M. (1984). «Some Observations on the 'Abbāsid Caliphate of Cairo». University of London. Bulletin of the School of Oriental and African Studies (em inglês). 47 (3): 501–507. (pede subscrição (ajuda))
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Biography of Al-Mustakfi I» (em árabe). Islampedia.com. Consultado em 12 de setembro de 2012. Arquivado do original em 11 de junho de 2008