Caixeiro-viajante: diferenças entre revisões
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'''Mascates''' foi o nome dado no [[Brasil]] aos mercadores ambulantes e vendedores de "porta a porta", também chamados de “turcos da prestação”. A origem do termo "mascate" vem do [[Língua árabe|árabe]] ''El-Matrac''<ref>Consoante assevera Tanus Jorge Bastani segundo Goulart, José Alípio, ''O mascate no Brasil'', p.31, Conquista, 1967</ref>, o vocábulo usado para designar os [[portugueses]] que, auxiliados pelos [[Líbano|libaneses]] [[Cristianismo|cristãos]], tomaram a cidade de [[Mascate]] (no atual [[Omã]]) em [[1507]], levando mercadorias<ref>Worcman, Susane em ''Saara'', Relume-Dumará, 2000, |
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Dicionário Aurélio, Português. |
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Embora o vocábulo seja utilizado em [[Portugal]] com o mesmo significado, o nome "mascate" ficou sempre associado à [[imigração árabe no Brasil]], resultante do grande contingente de imigrantes proveniente do [[Líbano]] e da [[Síria]]<ref>E, como em geral chegavam sem capital, a atividade a que se dedicavam era a mascateação. [[Boris Fausto|Fausto, Boris]], ''Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina'', p.321-p.343 Edusp, 1999, ISBN 8531404843</ref> que se dedicaram a esta actividade. Em menor número chegaram também ao Brasil imigrantes de outros pontos do antigo [[Império Otomano]], como [[Turquia]], [[Palestina]], [[Egito]], [[Jordânia]] e [[Iraque]]. Como tinham [[sotaque]] eram nomeados “turcos da prestação”, pois naquela época o Império Turco-Otomano controlava boa parte do Oriente Médio. Como os imigrantes destes países vinham com a nacionalidade turca em seus documentos, ficaram conhecidos popularmente por este nome. |
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A mascateação introduziu inovações que, hoje são traços marcantes do comércio popular, como as práticas da alta rotatividade e alta quantidade de mercadorias vendidas, das promoções e das liquidações. Inicialmente os mascates visitavam as cidades interior e as fazendas de café, levando apenas miudezas e bijuterias. Com o tempo e o aumento do capital, começaram também a oferecer tecidos, roupas prontas e outros artigos. |
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== Mascates no Recife == |
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Mascate foi também a alcunha depreciativa dada antigamente aos portugueses do [[Recife]] pelos portugueses de [[Olinda]], de onde se originou o nome à [[Guerra dos Mascates]], iniciada em [[1710]], em [[Pernambuco]]. No recife, após a [[Invasões holandesas do Brasil|invasão holandesa]], muitos comerciantes vindos de [[Portugal]] - chamados pejorativamente de "mascates" - estabelecem-se no [[Recife]], trazendo prosperidade à vila. O desenvolvimento do Recife foi visto com desconfiança pelos olindenses, em grande parte formada por senhores de engenho em dificuldades econômicas. O conflito de interesses políticos e econômicos entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses deu origem à [[Guerra dos Mascates]] (1710-[[1711]])<ref>MacLachlan, Colin M., "A history of modern Brazil: the past against the future"</ref>, durante a qual o Recife foi palco de combates e cercos. |
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* [[Death of a Salesman|A Morte do Caixeiro-viajante]], peça [[teatro|teatral]] de [[Arthur Miller]] escrita em [[1949]]. |
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== Bibliografia == |
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* Fausto, Boris, "Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina", p.321-p.343 Edusp, 1999, ISBN 8531404843 |
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* Goulart, José Alípio, "O mascate no Brasil", Conquista, 1967 |
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* Campos, Mintaha Alcuri, "Turco pobre, Sírio remediado, libanês rico: a trajetória do imigrante libanês no Espírito Santo (1910/1940)", Instituto Jones dos Santos Neves, 1987 |
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* MacLachlan, Colin M., "A history of modern Brazil: the past against the future", Rowman & Littlefield, 2003, ISBN 0842051236 |
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== Ligações externas == |
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*{{link|pt|http://www.tendarabe.hpg.ig.com.br/imigrantes/mascates.htm|Sobre Mascates no Brasil e sua história}} |
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[[Categoria:Profissões]] |
[[Categoria:Profissões]] |
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Caixeiro-viajante é uma profissão antiga, de uma pessoa que vende produtos fora de onde eles são produzidos. Antigamente, quando não havia a facilidade do transporte entre cidades, os caixeiros-viajantes eram a única forma de transportar produtos entre diferentes regiões fora das grandes cidades. O mesmo que mascate tem a profissão de mascataria ou mascatagem, mercador ambulante que percorre as ruas e estradas a vender objetos manufaturados, tecidos, jóias, etc.
Mascates foi o nome dado no Brasil aos mercadores ambulantes e vendedores de "porta a porta", também chamados de “turcos da prestação”. A origem do termo "mascate" vem do árabe El-Matrac[1], o vocábulo usado para designar os portugueses que, auxiliados pelos libaneses cristãos, tomaram a cidade de Mascate (no atual Omã) em 1507, levando mercadorias[2].
Origem e atividade
Embora o vocábulo seja utilizado em Portugal com o mesmo significado, o nome "mascate" ficou sempre associado à imigração árabe no Brasil, resultante do grande contingente de imigrantes proveniente do Líbano e da Síria[3] que se dedicaram a esta actividade. Em menor número chegaram também ao Brasil imigrantes de outros pontos do antigo Império Otomano, como Turquia, Palestina, Egito, Jordânia e Iraque. Como tinham sotaque eram nomeados “turcos da prestação”, pois naquela época o Império Turco-Otomano controlava boa parte do Oriente Médio. Como os imigrantes destes países vinham com a nacionalidade turca em seus documentos, ficaram conhecidos popularmente por este nome.
A mascateação introduziu inovações que, hoje são traços marcantes do comércio popular, como as práticas da alta rotatividade e alta quantidade de mercadorias vendidas, das promoções e das liquidações. Inicialmente os mascates visitavam as cidades interior e as fazendas de café, levando apenas miudezas e bijuterias. Com o tempo e o aumento do capital, começaram também a oferecer tecidos, roupas prontas e outros artigos.
Mascates no Recife
Mascate foi também a alcunha depreciativa dada antigamente aos portugueses do Recife pelos portugueses de Olinda, de onde se originou o nome à Guerra dos Mascates, iniciada em 1710, em Pernambuco. No recife, após a invasão holandesa, muitos comerciantes vindos de Portugal - chamados pejorativamente de "mascates" - estabelecem-se no Recife, trazendo prosperidade à vila. O desenvolvimento do Recife foi visto com desconfiança pelos olindenses, em grande parte formada por senhores de engenho em dificuldades econômicas. O conflito de interesses políticos e econômicos entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses deu origem à Guerra dos Mascates (1710-1711)[4], durante a qual o Recife foi palco de combates e cercos.
Ver também
- Vendedor
- Comércio
- Problema do caixeiro viajante, problema matemático associado a algoritmos complexos.
- A Morte do Caixeiro-viajante, peça teatral de Arthur Miller escrita em 1949.
- ↑ Consoante assevera Tanus Jorge Bastani segundo Goulart, José Alípio, O mascate no Brasil, p.31, Conquista, 1967
- ↑ Worcman, Susane em Saara, Relume-Dumará, 2000, ISBN 8573162244
- ↑ E, como em geral chegavam sem capital, a atividade a que se dedicavam era a mascateação. Fausto, Boris, Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina, p.321-p.343 Edusp, 1999, ISBN 8531404843
- ↑ MacLachlan, Colin M., "A history of modern Brazil: the past against the future"
Bibliografia
- Fausto, Boris, "Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina", p.321-p.343 Edusp, 1999, ISBN 8531404843
- Goulart, José Alípio, "O mascate no Brasil", Conquista, 1967
- Campos, Mintaha Alcuri, "Turco pobre, Sírio remediado, libanês rico: a trajetória do imigrante libanês no Espírito Santo (1910/1940)", Instituto Jones dos Santos Neves, 1987
- MacLachlan, Colin M., "A history of modern Brazil: the past against the future", Rowman & Littlefield, 2003, ISBN 0842051236