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Caixeiro-viajante: diferenças entre revisões

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''''Caixeiro-viajante'''' é uma [[profissão]] antiga, de uma pessoa que vende produtos fora de onde eles são produzidos. Antigamente, quando não havia facilidade do [[transporte]] entre cidades, os caixeiros-viajantes eram a única forma de transportar produtos entre diferentes regiões fora das grandes cidades. É o mesmo que '''mascate''', aquele tem a profissão de '''mascataria''' ou '''mascatagem''', mercador ambulante que percorre as ruas e estradas a vender [[objetos]] manufaturados, [[tecidos]], [[jóias]], etc.
O '''caixeiro-viajante''' é o mercador ambulante que vende produtos fora das regiões onde eles são produzidos, isto é, que percorre as ruas e estradas a vender seus produtos, principalmente manufaturados. Uma antiga [[profissão]], tornou-se fundamental em uma época em que não havia facilidade do [[transporte]] entre cidades; os caixeiros-viajantes eram então a única forma de transportar produtos entre diferentes regiões fora das grandes cidades.


'''Mascates''' foi o nome dado no [[Brasil]] aos mercadores ambulantes e vendedores de "porta a porta", também chamados de “turcos da prestação”. A origem do termo "mascate" vem do [[Língua árabe|árabe]] ''El-Matrac''<ref>Consoante assevera Tanus Jorge Bastani segundo Goulart, José Alípio, ''O mascate no Brasil'', p.31, Conquista, 1967</ref>, o vocábulo usado para designar os [[portugueses]] que, auxiliados pelos [[Líbano|libaneses]] [[Cristianismo|cristãos]], tomaram a cidade de [[Mascate]] (no atual [[Omã]]) em [[1507]], levando mercadorias<ref>Worcman, Susane em ''Saara'', Relume-Dumará, 2000,
No Brasil, esse profissional, sobretudo aqueles que vendem seus produtos de "porta a porta", também é conhecido como '''mascate''' (do [[Língua árabe|árabe]] ''el-matrac<ref>Consoante assevera Tanus Jorge Bastani segundo Goulart, José Alípio, ''O mascate no Brasil'', p.31, Conquista, 1967</ref>''), uma referência aos portugueses que, auxiliados pelos [[Líbano|libaneses]] [[Cristianismo|cristãos]], tomaram a cidade de [[Mascate]] (no atual [[Omã]]), em 1507, e a adentraram comercializando mercadorias<ref>Worcman, Susane em ''Saara'', Relume-Dumará, 2000,
ISBN 8573162244</ref>. Em um período posterior, devido à associação da atividade com imigrantes árabes no Brasil, esses profissional também ganhou outras nomenclaturas regionais, como '''turco da prestação'''.
ISBN 8573162244</ref>.


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Edição atual tal como às 14h28min de 6 de janeiro de 2023

"O Mascate", SENAC/RJ Centro Politécnico.

O caixeiro-viajante é o mercador ambulante que vende produtos fora das regiões onde eles são produzidos, isto é, que percorre as ruas e estradas a vender seus produtos, principalmente manufaturados. Uma antiga profissão, tornou-se fundamental em uma época em que não havia facilidade do transporte entre cidades; os caixeiros-viajantes eram então a única forma de transportar produtos entre diferentes regiões fora das grandes cidades.

No Brasil, esse profissional, sobretudo aqueles que vendem seus produtos de "porta a porta", também é conhecido como mascate (do árabe el-matrac[1]), uma referência aos portugueses que, auxiliados pelos libaneses cristãos, tomaram a cidade de Mascate (no atual Omã), em 1507, e a adentraram comercializando mercadorias[2]. Em um período posterior, devido à associação da atividade com imigrantes árabes no Brasil, esses profissional também ganhou outras nomenclaturas regionais, como turco da prestação.

Origem e atividade

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Embora o vocábulo seja utilizado em Portugal com o mesmo significado, o nome "mascate" ficou sempre associado à imigração árabe no Brasil, resultante do grande contingente de imigrantes proveniente do Líbano e da Síria[3] que se dedicaram a esta actividade. Em menor número chegaram também ao Brasil imigrantes de outros pontos do antigo Império Otomano, como Turquia, Palestina, Egito, Jordânia e Iraque. Como tinham sotaque eram nomeados “turcos da prestação”, pois naquela época o Império Turco-Otomano controlava boa parte do Oriente Médio. Como os imigrantes destes países vinham com a nacionalidade turca em seus documentos, ficaram conhecidos popularmente por este nome.

A mascateação introduziu inovações que, hoje são traços marcantes do comércio popular, como as práticas da alta rotatividade e alta quantidade de mercadorias vendidas, das promoções e das liquidações. Inicialmente os mascates visitavam as cidades interior e as fazendas de café, levando apenas miudezas e bijuterias. Com o tempo e o aumento do capital, começaram também a oferecer tecidos, roupas prontas e outros artigos.

Mascates no Recife

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Mascate foi também a alcunha depreciativa dada antigamente aos portugueses do Recife pelos portugueses de Olinda, de onde se originou o nome à Guerra dos Mascates, iniciada em 1710, em Pernambuco. No Recife, após a invasão holandesa, muitos comerciantes vindos de Portugal - chamados pejorativamente de "mascates" - estabelecem-se no Recife, trazendo prosperidade à vila. O desenvolvimento do Recife foi visto com desconfiança pelos olindenses, em grande parte formada por senhores de engenho em dificuldades econômicas. O conflito de interesses políticos e econômicos entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses deu origem à Guerra dos Mascates (1710-1711)[4], durante a qual o Recife foi palco de combates e cercos.

O caixeiro-viajante nas zonas bilíngues de alemão-português (ver Riograndenser Hunsrückisch) do sul do Brasil era reconhecido, em alemão, pelo nome de (der) Musterreiter.[5]

Referências
  1. Consoante assevera Tanus Jorge Bastani segundo Goulart, José Alípio, O mascate no Brasil, p.31, Conquista, 1967
  2. Worcman, Susane em Saara, Relume-Dumará, 2000, ISBN 8573162244
  3. E, como em geral chegavam sem capital, a atividade a que se dedicavam era a mascateação. Fausto, Boris, Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina, p.321-p.343 Edusp, 1999, ISBN 8531404843
  4. MacLachlan, Colin M., "A history of modern Brazil: the past against the future"
  5. Monumento: Caixeiro Viajante - Musterreiter; município de Forquetinha, Rio Grande do Sul - Brasil. Website acessado em 18 de julho de 2016
  • Fausto, Boris, "Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina", p. 321-p. 343 Edusp, 1999, ISBN 8531404843
  • Goulart, José Alípio, "O mascate no Brasil", Conquista, 1967
  • Campos, Mintaha Alcuri, "Turco pobre, Sírio remediado, libanês rico: a trajetória do imigrante libanês no Espírito Santo (1910/1940)", Instituto Jones dos Santos Neves, 1987
  • MacLachlan, Colin M., "A history of modern Brazil: the past against the future", Rowman & Littlefield, 2003, ISBN 0842051236

Ligações externas

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