FRUTICULTURA
BANANA
INTRODUÇÃO
Não se pode indicar com exatidão a origem da bananeira, pois ela se perde na
mitologia grega e indiana. Atualmente admite-se que seja oriunda do Oriente, do sul da China
ou da Indochina. Há referências da sua presença na Índia, na Malásia e nas Filipinas, onde tem
sido cultivada há mais de 4.000 anos. A história registra a antigüidade da cultura.
A banana (Musa spp.) é uma fruta de consumo universal, sendo umas das mais
consumidas no mundo, e, é comercializada por dúzia, por quilo e até mesmo por unidade. É
rica em carboidratos e potássio, médio teor em açúcares e vitamina A, e baixo em proteínas e
vitaminas B e C.
A banana é apreciada por pessoas de todas as classes e de qualquer idade, que a
consomem in natura, frita, assada, cozida, em calda, em doces caseiros ou em produtos
industrializados.
No meio rural é utilizada, ainda verde, como alimento de animais, depois de cozida,
para eliminar o efeito do tanino nos intestinos.
SÓCIO ECONOMIA
A importância da bananicultura varia de local para local, assim
como de país para país. Por vezes, ela é plantada para servir de
complemento da alimentação da família (fonte de amido), como receita
principal ou complementária da propriedade ou como fonte de divisas
para o país. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de banana,
com 9,80% do total, e também o segundo maior consumidor, pois para o
povo em geral, ela não é apenas uma fruta, mas um complemento de sua
alimentação diária. O maior produtor e consumidor é a Índia.
O cultivo da bananeira no Brasil talvez seja uma das poucas
explorações agrícolas feitas, em maior ou menor proporção, em quase
todos os municípios. É essa freqüência que torna o Brasil um grande
produtor. A banana e a laranja são as frutas de consumo mais constantes
da população, e sua presença é sempre assinalada nos mais diversos
mercados e feiras livres.
Com o crescimento da população e melhoria da sua capacidade
aquisitiva, houve aumento de consumo desse alimento barato, em todos
os mercados consumidores.
Bacia Amazônica: O bananal é feito de forma quase indígena, com aspectos
de extrativismo.
Brasil Central: Os plantios têm-se expandido e passaram a ser feitos com os
cultivares Nanicão, Enxerto e Terra.
Região Sul: Já chegou ao limite máximo de sua expansão geográfica possível
para cultivar bananeiras, tem tido grande aumento de produtividade.
Centro-Sul: Foi nessa região, que o cultivo da bananeira mais se
-
desenvolveu e atingiu maior índice de tecnologia e produtividade.
- Nordeste: Onde persiste o sistema de
irrigação por inundação, o cultivo de banana é
feito nos antigos perímetros do Departamento
Nacional de Combate à Seca (DNOCS ). Nestas
áreas, o nível tecnológico é bastante baixo, a
despeito de todo apoio que a entidade
cooperativista lhes proporciona.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
PREPARO DE SOLO
O produtor deverá ter sempre em mente que o melhor preparo do solo é aquele em que se
utiliza o mínimo possível de operações mecanizadas. O bom senso é que vai determinar quantas
operações serão necessárias. Hoje, uma técnica bastante usada é a passagem do escarificador pois faz-
se o rompimento de camadas adensadas e/ou compactadas superficiais, facilitando a penetração das
raízes e a circulação de ar e água em profundidade.
CALAGEM
A aplicação de calcário, quando recomendada, deve
ser realizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio.
O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área e
incorporado por meio de gradagem profunda.
ADUBAÇÃO ORGÂNICA
É a melhor forma de fornecer N na fase do plantio,
principalmente, quando se utiliza mudas convencionais, pois as
perdas são mínimas; além disso, estimula o desenvolvimento
das raízes. Vale lembrar que o esterco deve estar bem curtido
para ser utilizado. A cobertura do solo com resíduos vegetais,
oriundos da própria bananeira (folhas e pseudocaules), é uma
das principais alternativas existentes para que o bananicultor
promova adição de matéria orgânica no sistema produtivo dessa
cultura. Essa prática contribui para melhorias expressivas nas
propriedades físicas e microbiológicas do solo.
PROPAGAÇÃO
As bananeiras são normalmente
propagadas vegetativamente, por meio
de mudas desenvolvidas a partir de
gemas do seu caule subterrâneo ou
rizoma. A escolha de mudas de boa
qualidade é fundamental para o sucesso
da implantação do bananal.
O plantio de uma bananeira é,
normalmente, feito por meio de uma
muda extraída de alguma outra. A esse
tipo de muda dá-se o nome de muda
convencional, e o método é conhecido
como viavegetativa ou in vivo.
TIPOS DE MUDAS
– Chifrinho: são mudas com 20 a 30 cm de altura e que apresentam
unicamente folhas lanceoladas.
– Chifre: são mudas com 50 a 60 cm de altura e que também apresentam
folhas lanceoladas.
– Chifrão: é o tipo ideal de muda, com 60 a 150 cm de altura, já
apresentando uma mistura de folhas lanceoladas com folhas características de
planta adulta.
– Adulta: são mudas com o rizoma bem desenvolvidos, em fase de
diferenciação floral, e que apresentam folhas largas, porém ainda
jovens.
– Pedaço de rizoma: tipo de muda oriunda de frações de rizoma e
que apresenta no mínimo uma gema bem intumescida e peso em
torno de 800 gramas.
– Rizoma com filho aderido: muda de grande peso que, devido
ao filho aderido, exigem cuidados em seu manuseio, de forma a
evitar danos nas mesmas.
– Guarda-chuva: muda pequena com rizoma diminuto, mas com
folhas típicas de plantas adultas. Devem ser evitadas, pois além de
possuírem pouca reserva aumenta a duração do ciclo vegetativo
PLANTIO
A escolha da área para plantio deve incluir observações criteriosas a respeito das
características de solo, como fertilidade, textura, profundidade, drenagem e topografia e, com relação à
irrigação, deve-se avaliar a quantidade e a qualidade da água disponível e os custos envolvidos para
instalação e manutenção dos equipamentos.
O plantio poderá ser realizado em qualquer época do ano, desde que a área cultivada seja
irrigada. Em condições de sequeiro, o plantio deverá ocorrer no início das chuvas, para garantir o
desenvolvimento inicial das plantas em período com maior disponibilidade de água. Sempre que
possível, deverá ser adotada a prática de cobertura morta. O plantio deverá ser escalonado, para haver
produção de frutos por todo o ano.
O sulcamento é mais indicado do que o coveamento, uma vez que permite maior rendimento
de serviço, sendo possível abrir mais de 1000 covas por hora. Ao final da operação, o sulco deverá ter
uma profundidade de 30 cm. Os sulcos devem
ser abertos na direção nascente-poente para
que a emissão do primeiro cacho se posicione
nas entrelinhas, facilitando, posteriormente, a
colheita e a escolha do seguidor.
Após o plantio, deve-se colocar 5 a
10 cm de terra solta sobre o pseudocaule, para
evitar que os tecidos sejam danificados pela
exposição direta da luz solar.
CALCULAR A DENSIDADE DE
PLANTIO
Com base nas equações
apresentadas a seguir e nas legendas
da figura é possível calcular a área
ocupada pela planta (Ap) e a
densidade de plantio por hectare (Dp),
de bananais.
ESPAÇAMENTO
FILEIRAS PLANTAS FILEIRAS PLANTAS
PORTE VARIEDADE DUPLAS Ha SIMPLES Ha
Nanica e Prata
BAIXO Anã 4,0 x 2,0 x 2,0 m 1666 5 x 2,5 m 1600
FHIA 18 e
MÉDIO Nanicão 4,0 x 2,0 x 2,5 m 1333 3,0 x 2,0 m 3333
Terra, Prata e
ALTO Pacovan 4,0 x 2,0 x 3,0 m 1111 3,0 x 3,0 m 2222
TRATOS CULTURAIS
As práticas culturais que se executam em um
cultivo de banana ou de “plátano” são dirigidas tanto
para a planta quanto para o meio no qual ela se
desenvolve, sendo as mais importantes: capina,
controle cultural, desbaste, desfolha, escoramento,
ensacamento do cacho e corte do pseudocaule após a
colheita.
•CAPINA: A eliminação das ervas daninhas precisa ser feita de forma muito enérgica, pois as
bananeiras devem crescer e produzir, sem a concorrência de mato algum. A presença de mato
atrasa o desenvolvimento do bananal, diminui o vigor das plantas, reduz o tamanho do cacho,
dificulta os tratamentos fitossanitários e as adubações e ainda o deslocamento dos operários
durante a colheita.
•DESFOLHA: A desfolha deve ser feita com muito critério, retirando-se somente as folhas cujas
bainhas estejam começando a desencapar o pseudocaule, aquelas que estejam caídas, as com seu
pecíolo quebrado junto ao pseudocaule, aquelas secas completamente ou apenas com mais de
50% dela. Nos bananais já formados, a desfolha deve ser feita de preferência precedendo o
desbaste e as adubações, durante os meses de agosto (após o inverno), dezembro (durante as
chuvas) e abril (antes do inverno). Nas regiões onde não há verão e inverno bem definidos, deve-
se fazer a desfolha três vezes ao ano, em épocas a ser determinada pelo aspecto do bananal.
•DESPISTILAGEM: despistilagem é a eliminação dos pistilos, que são os
restos florais que ficam secos (pretos ou acinzentados) nas pontas das
bananas, quando elas já estão desenvolvidas.
Esta prática possibilita que as bananas fiquem com sua extremidade distal
mais cheia.
•ELIMINAÇÃO DA PENCA E DA FALSA PENCA: A última penca do
cacho é, em geral, defeituosa e formada por bananas muito curtas ou até
mesmo por bananas femininas e masculinas e por isso são descartadas durante
a embalagem em caixas. A sua eliminação é uma técnica de manejo do cacho
que, para ser adotada necessita de uma ponderação, onde se leva em conta as
exigências dos mercados compradores.
• ELIMINAÇÃO DO “CORAÇÃO”: A eliminação do “coração” (botão floral de flores
masculinas), acelerando o processo de desenvolvimento ou “engordamento” das bananas, abrevia
o tempo de colheita. Esta eliminação aumenta um pouco o comprimento das bananas das últimas
pencas e ainda se consegue um ganho de peso do cacho.
• ENSACAMENTO DOS CACHOS: Esta operação consiste em se vestir um tubo de polietileno
na inflorescência em desenvolvimento. Tem como finalidade proteger os cachos contra os atritos
nas cascas das bananas, proteger a fruta dos ataques de predadores e fatores do clima.
•DESBASTE: O desbaste consiste em se matar ou extirpar a gema apical de crescimento de um
rebento (“filho” ou “neto”) para se impedir que ele cresça e venha a formar uma nova bananeira.
Caso isto não seja feito, ter-se-á realizado apenas uma poda no rebento, que fatalmente irá
rebrotar. Todos os rebentos desbastados são considerados supérfluos.
•LIMPEZA DO CACHO: Após a despistilagem e o
embolsamento do cacho deve-se, periodicamente, a cada 30
dias, fazer-se uma inspeção nele para verificar se, por acaso,
aconteceu de alguma folha estar caída sobre o mesmo.
•ESCORAMENTO DA BANANEIRA: Basicamente o
escoramento da bananeira é feito para se reduzir as perdas
por tombamento. Ele é necessário, principalmente em regiões
onde há ventos fortes, porém, se houver um quebra-vento bem planificado e um bom controle
dos nematóides, ele poderá até mesmo ser dispensado.
•CORTE DE PSEUDOCAULE: É válido recomendar que o pseudocaule, a ser deixado por
ocasião da colheita, deverá ter o maior comprimento possível e que a partir do 60° dia, ele poderá
ser totalmente eliminado, uma vez que as translocações de seiva da “mãe” para “filho” já se
processaram e, portanto, ela em nada mais irá contribuir para o seu desenvolvimento. Desta
forma, os nematicidas, fungicidas e fertilizantes aplicados no
interior do pseudocaule da “mãe”, logo após a colheita,
também já tiveram tempo suficiente para se translocarem para
o “filho” e o “neto”. É boa prática abrir-se o pseudocaule no
seu comprimento, em duas partes, de cima para baixo. Posto
isto ele será retalhado em toletes com 50 a 60 cm, até chegar
ao rizoma.
PRAGAS
•Broca-do-rizoma - Cosmopolites sordidus (Germ.)
(Coleoptera: Curculionidae)
É um besouro preto, que mede cerca de 11 mm de
comprimento e 5 mm de largura. Durante o dia, os adultos são
encontrados em ambientes úmidos e sombreados junto às
touceiras, entre as bainhas foliares e nos restos culturais.
DANOS São causados pelas larvas, as quais constróem
galerias no rizoma, debilitando as plantas e tornando-as mais
sensíveis ao tombamento. Apresentam desenvolvimento
limitado, amarelecimento e posterior secamento das folhas,
redução no peso do cacho e morte da gema apical.
CONTROLE A utilização de mudas sadias (convencionais
ou micropropagadas) é o primeiro cuidado a ser tomado para
controle dessa praga. Quanto ao emprego de inseticidas, estes
podem ser introduzidos em plantas desbastadas e colhidas por
meio de orifícios efetuados pela lurdinha ou na superfície das
iscas e em cobertura
Broca do pseudocaule (Castnia
sp.) (Lepidoptera: Castiniidae)
A lagarta mede em torno de 9 cm de
comprimento e apresenta coloração branca-leitosa,
cabeça marrom-avermelhada, e constrói a câmara
pupal dentro do pseudocaule e ao alimentar-se abre
galerias onde saem exultados.
Já o adulto e uma borboleta de habito diurnos
e voa nas oras mais quentes do dia alcançando 10cm
de envergadura da asa.
Danos causados pela lagarta A planta enfraquece
e fica sujeita ao tombamento pela ação do vento.
Controle Algumas praticas culturais são adotadas
como a destruição dos restos culturais infestados e
deve-se consultar um engenheiro agrônomo, caso está
praga aumente, pois não à controle químico.
Tripés da ferrugem dos frutos Chaetanaphothrips
spp., Caliothrips bicinctus Bagnall,Tryphactothrips
lineatus Hood (Thysanoptera: Thripidae)
São insetos que vivem nas inflorescências entre as brácteas do coração
e nos frutos. Medem de 1 a 1,2mm de comprimento.
Seu ataque provoca aparecimentos de manchas de
coloração marrom semelhantes a da ferrugem.
DANOS Dano e causado oviposição e alimentação
dos insetos nos frutos jovens. Em caso de infestação
forte pode apresentar rachaduras em ração da perda da
elasticidade.
CONTROLE : Deve-se usar sacos com inseticidas
para ensacar os cachos e remover plantas invasoras
como Commelina Diffusa, Trafoeraba e Brachiaria
Purpurescem que são hospedeiras dessa praga.
Lagartas desfolhadoras - Caligo spp., Opsiphanes spp.
(Lepidoptera: Nymphalidae), Antichloris spp.
(Lepidoptera: Arctiidae)
No estágio adulto, Caligo sp. é conhecida como borboleta corujão. As lagartas, no
máximo desenvolvimento, chegam a medir 12 cm de comprimento e apresentam coloração
parda.
No gênero Opsiphanes na fase adulta, são borboletas que apresentam asas de coloração
marrom, com manchas amareladas. Na fase jovem, as lagartas possuem coloração verde, com
estrias amareladas ao longo do corpo, alcançando cerca de 10
cm de comprimento.
As lagartas apresentam fina e densa pilosidade de
coloração creme, medindo 3 cm de comprimento.
DANOS As lagartas pertencentes ao gênero Caligo e
Opsiphanes provocam a destruição de grandes áreas,
enquanto que as do gênero Antichloris apenas perfuram o
limbo foliar.
CONTROLE A aplicação de inseticidas no bananal
(Tabela 5) deve ser realizada com cautela, para evitar a
destruição dos inimigos naturais.
Pulgão da bananeira - Pentalonia nigronervosa
Coq. (Homoptera: Aphididae)
Pulgões podem transmitir viroses à cultura, entretanto apenas Pentalonia nigronervosa
desenvolve-se na bananeira. As colônias desse inseto localizam-se na porção basal do
pseudocaule, protegidas pelas bainhas foliares externas. Medem cerca de 1,2 a 1,6 mm de
comprimento, sendo que as formas adultas apresentam coloração marrom, enquanto que as
formas jovens são mais claras.
DANOS são devidos à sucção de seiva das bainhas foliares externas (próximo ao nível do
solo), levando à clorose das plantas e deformação das folhas. E podem transmitir mosaico da
bananeira (CMV).
CONTROLE Os inimigos naturais são fundamentais para a manutenção das populações do
pulgão da bananeira em níveis não prejudiciais à cultura.
Ácaros de teia - Tetranychus spp. (Acari:
Tetranychidae)
Na forma adulta, medem cerca de 0,5 mm de comprimento. Apresentam
coloração avermelhada, com pigmentação mais acentuada lateralmente. Os ácaros
formam colônias na face inferior das folhas, tecendo teias no limbo foliar normalmente
em torno da nervura principal. São favorecidos por umidade relativa baixa.
DANOS O ataque dessa praga torna a região infestada inicialmente amarelada;
posteriormente, torna-se necrosada, podendo secar a folha. Sob alta infestação, podem
ocorrer danos aos frutos.
CONTROLE Não há
produtos registrados para o
controle desta praga em
bananeira. São citados como
inimigos naturais dessa praga
alguns ácaros predadores da
família Phytoseiidae e os
coleópteros Stethorus sp. E
Oligota sp.
DOENÇAS
Sigatoka-amarela
Esta é uma das mais importantes doenças da bananeira, sendo também
conhecida como cercosporiose ou mal-de-Sigatoka.
Agente causal
A sigatoka-amarela é causada por Mycosphaerella musicola, Leach (forma
perfeita ou sexuada)/Pseudocercospora musae (Zimm) Deighton (forma imperfeita ou
assexuada).
Sintomas
O infecção ocorre nas folhas mais
novas da vela até a três. Os sintomas
iniciais da doença aparecem como uma
leve descoloração em forma de ponto entre
as nervuras secundárias da segunda à
quarta folha, a partir da vela.
Danos e distúrbios fisiológicos
Os prejuízos causadas pela Sigatoka–amarela são da ordem de
50% da produção mas, em microclimas muito favoráveis, esses prejuízos
podem atingir os 100%, uma vez que os frutos quando produzidos sem
nenhum controle da doença, não apresentam valor comercial. Os
prejuízos são resultantes da morte precoce das folhas e do conseqüente
enfraquecimento da planta, com reflexos imediatos na produção. Entre
os distúrbios observados em plantações afetadas podem ser listados:
diminuição do número de pencas
por cacho; redução do tamanho
dos frutos; maturação precoce
dos frutos no campo e/ou durante
o transporte, podendo provocar a
perda total da carga;
enfraquecimento do rizoma e por
conseqüência perfilhamento
lento.
Sigatoka-negra
O desenvolvimento de lesões de Sigatoka e a sua disseminação são fortemente
influenciados por fatores ambientais como umidade, temperatura e vento.
Agente Causal
O fungo causador da Sigatoka-negra é um ascomiceto conhecido como
Mycosphaerella fijiensis Morelet (fase sexuada)/Paracercospora fijiensis (Morelet)
Deighton (fase anamórfica).
Sintomas
Os sintomas causados pela evolução das lesões produzidas pela Sigatoka-negra se
assemelham aos decorrentes do ataque da Sigatoka-amarela, também ocorrendo a infecção
nas folhas mais novas. Já os primeiros sintomas
aparecem na face inferior da folha como estrias
de cor marrom, evoluindo para estrias negras. Os
reflexos da doença são sentidos pela rápida
destruição da área foliar, reduzindo-se a
capacidade fotossintética da planta e,
consequentemente, a sua capacidade produtiva.
Danos e distúrbios fisiológicos
A Sigatoka-negra é a mais grave e temida doença da
bananeira no mundo, implicando em aumento significativo de
perdas, que podem chegar a 100% da produção, onde o
controle não é realizado. Devido à sua agressividade, nas
regiões onde a Sigatoka-negra é introduzida, a amarela
desaparece em cerca de três anos. Ataca severamente as
variedades tipo Prata e
Cavendish.
Mal-do-Panamá
O mal-do-Panamá é uma doença endêmica por todas as
regiões produtoras de banana do mundo. No Brasil, o problema é
ainda mais grave em função das variedades cultivadas, que na
maioria dos casos são suscetíveis.
Agente causal
O mal-do-Panamá é causado por Fusarium oxysporum f.
sp. cubense (E.F. Smith) Sn e Hansen. As principais formas de
disseminação da doença são o contato dos sistemas radiculares de
plantas sadias com esporos liberados por plantas doentes e, em
muitas áreas, o uso de material de plantio contaminado. O fungo
também é disseminado por água de irrigação, de drenagem, de
inundação, assim como pelo homem, por animais e equipamentos.
Sintomas
Plantas infectadas exibem um amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as
mais novas, começando pelos bordos do limbo foliar e evoluindo no sentido da nervura principal.
Posteriormente, as folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de
um guarda-chuva fechado (Fig. 9). É comum constatar-se que as folhas centrais das bananeiras
permanecem eretas mesmo após a morte das mais velhas. É possível notar, próximo ao solo,
rachaduras do feixe de bainhas, cuja extensão varia com a área afetada no rizoma.
Internamente, observa-se uma descoloração pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule
provocada pela presença do patógeno nos vasos
Danos e distúrbios fisiológicos
O mal-do-Panamá, quando ocorre em variedades altamente
suscetíveis como a banana ‘Maçã’, provoca perdas de 100% na
produção. Já nas variedades tipo Prata, que apresentam um grau de
suscetibilidade bem menor do que a ‘Maçã’,
a incidência do mal-do-Panamá, geralmente,
situa-se num patamar dos 20% de perdas.
Por outro lado, o nível de perdas é também
influenciado por características de solo, que
em alguns casos comporta-se como
supressivo ao patógeno.
Todavia, como o sistema proposto,
prevê a utilização de variedades resistentes
as sigatokas amarela e negra e mal-do-
Panamá, não serão apresentadas
informações sobre o controle das mesmas.
Moko A doença é
causada pela bactéria
Ralstonia solanacearum
Smith (Pseudomonas
solanacearum), raça 2.
Podridão-mole Causada pela bactéria Erwinia carotovora subsp.
Carotovora, ainda considerada de importância secundária.
Virose das estrias da bananeira
Causada pelo vírus das estrias da
bananeira (Banana streak virus, BSV). O
vírus é transmitido de uma planta para
outra pela cochonilha Planococcus citri,
assim como por meio de mudas
infectadas.
COLHEITA
A colheita é a última prática agrícola do cultivo das
bananeiras e é uma operação básica e da mais alta
importância, independentemente do destino que se pretenda
dar à fruta.
Para as cultivares Prata e Maçã, recomenda-se a colheita
quando do das quinas ou angulosidades da superfície dos frutos.
No caso da cultivar Terra, esse critério não é utilizado, pois
as quinas permanecem até a maturação do fruto. Assim, recomenda-se
a colheita quando os frutos do meio do cacho apresentarem diâmetro
máximo.
Um critério que pode ser usado para todos os grupos
é a idade do cacho a partir da emissão do coração . Marca-se a
planta com fita plástica , usando-se diferentes cores para as
várias datas de emissão ,a colheita pode variar de 100 a 120
dias. Um gerente de campo de posse da planilha, orienta os
operários para a colheita do cacho das plantas marcadas com
uma determinada cor da fita.
Manejo pós-colheita
O transporte dos cachos para o
local de despencamento e embalagem
deve ser feito por carreadores, de
forma manual ou mecânica, em
carrocerias de veículos automotivos
ou carreta de trator, forradas com
espuma sintética. Não se dispondo de
galpão para beneficiamento da fruta,
deve-se improvisar um local para
pendurar os cachos e proceder o
despencamento. As pencas,
preferencialmente, devem sair do
cacho para um tanque com água, onde
serão lavadas e, posteriormente,
embaladas em caixas.
CLASSIFICAÇÃO
Não se conhece uma classificação definida e padronizada para as variedades Prata Anã
e Pacovan. No caso da Prata Anã, o Norte de Minas e o Projeto Formoso em Bom Jesus da Lapa,
estão adotando a seguinte classificação:
Primeira: bananas cm 14 a 20 cm de comprimento
por 4cm de diâmetro;
Segunda: bananas de 12 a 14 cm de comprimento
por 3,5cm de diâmetro;
Descarte: bananas com menos de 12cm de
comprimento.
EMBALAGEM
Após a lavagem, classificação, pesagem e etiquetagem, os buquês ou pencas são
colocados em caixas revestidas com plástico de baixa densidade para proteção dos frutos contra
escoriações. Podem ser utilizadas caixas de papelão, de madeira ou de plástico fabricadas
especificamente para frutos. Em todos os casos, as dimensões são de 52 x 39 x 24,5 cm
(comprimento x largura x altura), com capacidade para aproximadamente 18 kg de frutos.
Frigoconservação
As bananas podem ser conservadas sob refrigeração pelo período de uma a
três semanas, findo o qual devem ser removidas para câmaras de maturação, onde são
tratadas com etileno ou, previamente, com ethephon. A temperatura mínima de
armazenagem depende da sensibilidade da banana a danos pelo frio, sensibilidade esta
que é afetada pela cultivar, condições de cultivo e tempo de exposição a uma dada
temperatura.
A umidade na câmara também afeta a qualidade da banana, sendo recomendado o seu
armazenamento na faixa de 85 a 95% de
U.R. do ar. Embora esta faixa de umidade
possa ser mantida em câmaras sem controle
automático, regando-se o piso com água
duas vezes por dia, a operação é tediosa e
consome tempo. Por esta razão, é
recomendável a frigoconservação em
câmaras automatizadas, que controlam tanto
a temperatura quanto a umidade relativa.
Mercado e comercialização
A falta de cuidados na fase de comercialização é responsável por
aproximadamente 40% de perdas do total de Banana produzida no
Brasil. As perdas são maiores nas regiões Norte e Nordeste, onde a
atividade é menos organizada.
No processo de comercialização, a etapa do transporte destaca-se
como uma das mais
importantes. A produção de
Banana, quando destinada
para o mercado interno, é
transportado de forma
inadequada, contribuindo
em perdas e o rebaixamento
do padrão de qualidade da
fruta.
Os atacadistas localizam-se,
geralmente, em mercados
terminais ou em armazéns
próprios. O produto climatizado
alcança melhores preços no
comércio varejista.
Quanto ao comercio
varejista, o maior percentual é
realizado por feirantes. Outros
tipos de estabelecimentos que
integram a cadeia de
comercialização da banana, com
diferentes graus de participação
são: Supermercados, Ambulantes,
Mercearias, Quitandas e
Armazéns.
TABELA DE PRODUÇÃO BRASILEIRA
Estados Área Produção Rendimento
(ton.) (ton./ha)
(ha)
São Paulo 55.770 1.151.600 20,65
Bahia 50.400 763.901 15,16
Pará 53.054 723.694 13,64
Santa 29.099 628.850 21,61
Catarina
Minas Gerais 43.453 607.575 13,98
TABELA DE PRODUÇÃO DOS PAÍSES
BANANAS
Países Área (ha) Produção (ton.)
Índia 620.000 16.450.000
Brasil 507.874 6.469.470
China 259.600 5.826.521
Equador 218.683 5.609.460
Filipinas 400.000 5.500.000
TABELA DE PRODUÇÃO MUNDO
Bananas Área(ha) Produção
(ton.)
Mundo 4.494.686 68.279.192
TRATAMENTO EM PÓS-COLHEITA DE BANANAS
COM DIFERENTES MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS