ORDENAMENTO POLÍTICO E LEGAL DA
EDUCAÇÃO NACIONAL NA ATUALIDADE – CF
1988 E DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Trabalho
DIREITO À EDUCAÇÃO E A INVERSÃO DE SENTIDO DA POLÍTICA
EDUCACIONAL
• O texto analisa a evolução histórica da educação no Brasil desde o período colonial até os dias atuais,
destacando as políticas públicas e os desafios enfrentados ao longo dos séculos.
1. Período Colonial: As "aulas régias" concentravam-se no ensino secundário, principalmente de latim. O
Estado limitava-se ao pagamento dos professores, deixando a infraestrutura por conta deles.
2. Império: Após a independência (1822), o Estado implementou a Lei de 1827 para as escolas de primeiras
letras, porém sem efetividade. O Ato Adicional de 1834 transferiu a responsabilidade do ensino primário
para as províncias.
3. Segundo Império: Entre 1840 e 1888, os investimentos em educação foram mínimos, refletindo uma
priorização insuficiente do Estado na área educacional.
4. Primeira República: O ensino permaneceu estagnado, com altos índices de analfabetismo (cerca de 65%
entre 1900 e 1920), apesar de algumas iniciativas para melhorar o financiamento educacional.
5. Era Vargas e Ditaduras Militares: Houve variações nos investimentos em educação, com momentos de
aumento e queda, refletindo as políticas econômicas e sociais vigentes.
6. Constituição de 1988: Estabeleceu a obrigatoriedade de percentuais mínimos de investimento em educação
pelos estados e municípios, embora esses percentuais tenham sido descumpridos em muitos casos ao longo
dos anos.
7. Atualidade: Apesar de algumas melhorias nas políticas educacionais, como o FUNDEB, ainda persistem
desafios significativos, como a subfinanciamento e a tentativa de transferir responsabilidades educacionais
Constituição brasileira
• A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é o documento fundamental que rege o ordenamento
jurídico do Brasil. Publicada em 5 de outubro de 1988, substituiu a Constituição de 1967 e marcou a transição
democrática após o regime militar (1964-1985).
• Estrutura
• A Constituição é organizada em nove títulos que abordam diferentes aspectos da organização do Estado e dos
direitos dos cidadãos:
1. Princípios Fundamentais: Define os fundamentos da República, como soberania, cidadania e dignidade da pessoa
humana.
2. Direitos e Garantias Fundamentais: Consagra direitos individuais e coletivos, como vida, liberdade, igualdade e
propriedade, além de direitos sociais como saúde e educação.
3. Organização do Estado: Estrutura o Brasil como uma federação composta por União, Estados, Municípios e Distrito
Federal.
4. Organização dos Poderes: Distribui o poder entre Executivo, Legislativo e Judiciário, detalhando suas funções e
competências.
5. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Normatiza a atuação das Forças Armadas e das polícias, e
mecanismos de defesa do Estado.
6. Tributação e Orçamento: Regula o sistema tributário e a organização do orçamento público.
7. Ordem Econômica e Financeira: Define princípios econômicos como função social da propriedade e defesa do
consumidor.
8. Ordem Social: Aborda seguridade social, educação, cultura, meio ambiente, entre outros.
9. Disposições Constitucionais Gerais: Inclui normas transitórias e gerais para a aplicação da Constituição.
• Características e Inovações
• Ampliação dos Direitos Humanos: Conhecida como "Constituição Cidadã" por ampliar
direitos humanos e garantias individuais.
• Participação Popular: Introduziu plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis.
• Proteção ao Meio Ambiente: Primeiro a incorporar um capítulo sobre proteção
ambiental.
• Controle de Constitucionalidade: Fortaleceu o papel do STF.
• Descentralização Administrativa: Reforçou a autonomia dos Estados e Municípios.
• Emendas Constitucionais
• Desde sua publicação, a Constituição de 1988 foi emendada diversas vezes para ajustar
e modernizar suas disposições, refletindo mudanças e demandas da sociedade.
DIREITO À EDUCAÇÃO
• O direito à educação previsto na Constituição e nas leis depende do
reconhecimento de sua legitimidade pela sociedade, da possibilidade de
imposição de seu cumprimento pelo Estado, especialmente pelo Judiciário, e do
dever das instituições públicas e da sociedade em adotar medidas para a
efetividade desses direitos. Destacam-se os seguintes deveres:
• Poder Executivo: Implementar políticas públicas de educação em todos os níveis.
• Famílias: Encaminhar crianças e adolescentes às escolas e acompanhar seus
estudos.
• Ministério Público e Defensoria Pública: Provocar o Poder Judiciário em casos de
omissão do Estado e das famílias.
• Educandos: Participar dos processos de aprendizagem desenvolvidos pela escola.
Resumo da Palestra "Educação Inclusiva
como Direito" por Carlos Roberto Jamil Cury
Carlos Roberto Jamil Cury discute a educação inclusiva como um direito fundamental garantido pela Constituição brasileira e
por diversas leis. Ele enfatiza a importância de reconhecer a legitimidade desse direito pela sociedade e a necessidade de
mecanismos que assegurem seu cumprimento.
• Principais Pontos Abordados
1. Legitimidade e Efetividade:
1. A sociedade deve reconhecer a educação inclusiva como um direito legítimo.
2. O Estado, especialmente o Judiciário, tem a responsabilidade de impor e garantir o cumprimento desse direito.
2. Responsabilidades Institucionais e Sociais:
1. Poder Executivo: Implementar políticas públicas que promovam a educação inclusiva em todos os níveis.
2. Famílias: Garantir que crianças e adolescentes frequentem a escola e acompanhem seus estudos.
3. Ministério Público e Defensoria Pública: Provocar o Judiciário em casos de omissão por parte do Estado ou das
famílias.
4. Educandos: Participar ativamente dos processos de aprendizagem oferecidos pela escola.
3. Desafios e Políticas Públicas:
1. A implementação de políticas educacionais inclusivas enfrenta desafios como a falta de recursos e infraestrutura
adequados.
2. A colaboração entre diferentes setores da sociedade e governo é essencial para superar esses desafios e promover
uma educação inclusiva de qualidade.
4. Importância da Inclusão:
1. A educação inclusiva não se limita a integrar alunos com necessidades especiais, mas visa garantir que todos os
estudantes, independentemente de suas diferenças, tenham acesso a uma educação de qualidade.
2. A inclusão promove a diversidade e prepara os alunos para viverem em uma sociedade plural e democrática.
• Carlos Roberto Jamil Cury destaca que a efetividade do direito à educação inclusiva depende da ação conjunta de diversos
atores sociais e institucionais, reforçando a importância de uma abordagem integrada e comprometida com a promoção
A educação nas constituições
brasileiras
• A educação nas constituições brasileiras reflete as mudanças históricas e sociais do país:
• 1824: Primeira constituição, educação elitista e restrita.
• 1891: Descentralização da educação para os estados.
• 1934: Avanços como a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário.
• 1937: Centralização durante o Estado Novo, foco na educação cívica.
• 1946: Reafirmação da gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário.
• 1967: Centralização e controle tecnicista sob o regime militar.
• 1988: "Constituição Cidadã", ampliou direitos educacionais, garantindo educação como
direito de todos e dever do Estado.
• As constituições mostram a evolução da educação de um privilégio para um direito
fundamental, refletindo o desenvolvimento da cidadania e direitos humanos no Brasil.
• A democratização da educação é um processo liderado por professores,
estudantes, pais e suas organizações para participar na gestão educacional.
Além do acesso universal e gratuito, ela resiste às políticas privatizadoras e
busca construir uma educação emancipadora e justa socialmente.
• As três dimensões são: 1) acesso universal; 2) gestão democrática das
escolas; 3) transformação da educação para a democratização das
sociedades. A ação ocorre em níveis local, nacional e internacional,
baseada na democracia direta e na autogestão das comunidades escolares.
• Essa democratização valoriza o papel dos professores como líderes sociais,
promovendo a educação como um meio de transformação social e prática
contínua de democracia.