Vinhetas Insólitas da MTV: Identidade Televisiva
Vinhetas Insólitas da MTV: Identidade Televisiva
PONTE, Raquel*
NIEMEYER, Lucy**
Resumo: Desde sua criação nos anos 1980, a MTV, primeiro canal segmentado de televisão, tem veiculado vinhetas
experimentais com forte aspecto nonsense. Essas vinhetas, chamadas de ID pela emissora, compõem sua identidade
televisiva, comunicando o perfil do canal para seu público-alvo. Seu aspecto insólito transmite o posicionamento da
MTV, que deseja ser vista como uma programadora contestadora com estética voltada para um público jovem. Quase
um século depois das experiências surrealistas e algumas décadas após o Psicodelismo, é interessante notar o impacto
que o insólito continua a exercer ao apresentar significações inabituais que fogem ao código convencionado.
Introdução
O termo insólito tem por etimologia o verbo soer que significa ser comum, frequente, vulgar
e o prefixo in, que nega este sentido. Desta forma, o Dicionário Michaelis (1998) registra o verbete:
Insólito adj (lat insolitu) 1 Que não é habitual. 2 Estranho. 3 Que é contrário ao uso, às
regras, aos hábitos; extraordinário. 4 Incrível.
O movimento Dadá foi influenciado pelas descobertas do inconsciente feitas por Sigmund
Freud (1856-1939), pai da psicanálise, divulgadas na Suíça naqueles tempos. Após o fim do grupo
em 1922, por divergências entre o subgrupo alemão e o francês, o Dadaísmo evoluiu, por obra desse
último, em 1924, para o Surrealismo, que aprofundou ainda mais o insólito nas artes plásticas,
porém sem o negativismo do Dadá. Os surrealistas, fossem escritores, pintores, cineastas e
dramaturgos, exploraram as relações inusitadas entre os elementos em suas criações artísticas, pois
“[...] coisas que se afiguram distintas e não relacionadas para a consciência revelam-se interligadas
por relações tanto mais sólidas quanto mais ilógicas e incriticáveis” (ARGAN, 2002: 360). Para
eles, o inconsciente não era apenas uma dimensão psíquica mais bem explorada pela arte, visto
trabalhar com a imagem, mas a própria dimensão da existência estética. Nele estavam os impulsos
mais essenciais da personalidade, que podiam ser percebidos nos sonhos.
Na década de 1960, o insólito se fez ainda mais presente no design com o Psicodelismo. O
termo deriva de psicodelia, do grego psiké=alma e delos=manifestação, referindo-se, portanto, às
manifestações de aspectos da mente antes escondidos. A experiência psicodélica poderia ser
induzida pelo uso de narcóticos e era, naquele período, associada à estimulação da criatividade, à
libertação dos sentidos, à abertura das portas da percepção – o livro As Portas da Percepção de
Aldous Huxley (1894-1963), de 1954, abordou a utilização da mescalina pelo autor e influenciou a
cultura hippie, servindo de inspiração para o nome da banda americana The Doors. Esse movimento
libertário, surgido nos Estados Unidos, desejava opor-se à cultura de consumo vigente, aos valores
até então estabelecidos e à guerra do Vietnã. Grupos minoritários – negros, mulheres, gays etc –
desejavam firmar seu espaço na sociedade, mudando seus papéis.
O caráter contestador do Psicodelismo e sua busca por formas não racionais e não ocidentais
de expressão desenvolveu-se na música, na moda, na pintura, no cinema e nas artes gráficas: capas
de discos, pôsteres para shows, cartazes de filmes etc. Teve um ciclo de vida curto, porém exerceu
grande impacto em toda a sociedade ocidental.
Figura 7: Capa do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, com direção de arte de Robert Fraser e
design de Peter Blake | 19677
Figura 8: Pôster dos shows de The Grateful Dead, Junior Wells e The Doors, de Wes Wilson | 19678
O insólito nas cores, nas formas, nas relações entre os elementos advinha das experiências
alucinógenas, que ofereciam novas percepções sensoriais, que não ocorriam no dia a dia. Muitos
designers escolhiam suas paletas de cores a partir do efeito visual do LSD. Com esse ácido,
A Identidade Televisiva
A identidade televisiva é um sistema sígnico, composto de signos sonoros (timbres, ritmos,
intensidade etc), visuais (como cores, formas, linhas, tipografias, grafismos, estilos, texturas etc), e
verbais, signos esses que representam os valores, os conceitos e as promessas de uma marca: seu
objeto. Ela tem grande importância estratégica para uma emissora, pois, por ser um serviço
intangível, a televisão apresenta consequente perecibilidade: a audiência de um programa em
determinado horário não pode mais ser aumentada depois de sua transmissão. E grande audiência
para a televisão é sinônimo de alto número de anunciantes. Para que o canal possa atingir o máximo
de telespectadores, incrementando seu lucro, há a necessidade de atrair os clientes e mantê-los.
Tanto na TV aberta quanto na fechada, o zapping é um procedimento comum do espectador.
A programação da televisão aberta é gratuita e, no caso da fechada, paga-se por um conjunto de
canais e não por emissoras individualmente. O assinante passa a ter disponível uma gama de
emissoras que ele pode ir testando, já que, sendo a televisão ser um serviço, o consumo ocorre
durante a apreciação do programa. A fim de manter o público para uma próxima atração, a
identidade televisiva primeiramente cumpre a função anunciar a programação, de forma a aumentar
a curiosidade do espectador. As vinhetas interprogramas de identidade, ou vinhetas on-air, que são
transmitidas entre os blocos de programação, isto é, nos intervalos comerciais, apresentam a grade
não só para os que já estão sintonizados na emissora, como também para aqueles que, zapeando,
acessam o canal durante o intervalo comercial.
Uma outra função da identidade televisiva é resolver o problema do alto grau de
intangibilidade inerente aos serviços. Por serem abstratos, há necessidade de se usarem indícios que
legitimem a vantagem de se escolher um ou outro canal. As vinhetas interprogramas de identidade
ajudam a criar uma sólida imagem organizacional, se transmitirem adequadamente seus valores e
mantiverem uma coerência entre sons, imagens e textos. “Por causa da intangibilidade e da falta de
fontes objetivas de informações para avaliar os serviços, o tamanho do risco percebido nas compras
de serviços é geralmente maior do que aqueles associados a compra de bens” (HOFFMAN &
BATESON, 2006: 34). E risco percebido não se relaciona a preço necessariamente, mas a risco
emocional também. Quando um indivíduo, ao final de um dia, busca distrair-se com a televisão,
almeja que o programa escolhido cause a emoção por ele desejada, seja prazer, medo, tensão, etc,
com o risco de que esse desejo se torne frustração. Por isso, uma imagem organizacional respeitada
promove a diminuição do risco percebido pelo cliente em potencial, o que gera mais segurança para
que o serviço seja consumido.
Desenvolver lealdade da marca faz com que clientes, que se sentem seguros, não busquem
experimentar outros canais de televisão. A satisfação do cliente mantém sua fidelidade à emissora e
fidelidade gera hábito de consumo. Ao assistir habitualmente um canal, o público passa a conhecer
a grade de programação, aprendendo a lógica de sua emissora. Isso faz com que seja mais difícil
para ele mudar de canal, pois toda mudança envolve um novo custo de aprendizado. A
familiaridade contribui para que o consumidor já saiba o que esperar daquela emissora. A falta de
conhecimento de um determinado canal torna o espectador perdido, pois ele desconhece o produto
que pode ser oferecido, o que aumenta a percepção de risco.
Porém essa lealdade alcançada não decorre apenas do conhecimento do canal, nem da
satisfação que o programa pode gerar, nem de uma imagem organizacional sólida. Uma das
principais funções da identidade televisiva é a apresentação de signos que veiculam significados
que os consumidores possam compartilhar. Como escreve Bauman (2008: 24) “a ‘subjetividade’
dos consumidores é feita de opções de compra – opções assumidas pelo sujeito e seus potenciais
compradores; sua descrição adquire a forma de uma lista de compras. O que se supõe ser as
materializações da verdade interior do self é uma idealização dos traços materiais – ‘objetificados’ –
das escolhas do consumidor”. No consumismo das sociedades pós-modernas, o ato de consumir
significa o investimento por parte do consumidor na sua própria ‘vendabilidade’. Ele deseja
incorporar significações veiculadas pelas mercadorias para aumentar sua atratividade, isto é, seu
valor social. Segundo Bauman, a próprio indivíduo vira mercadoria. “Tornar-se e continuar sendo
uma mercadoria vendável é o mais poderoso motivo de preocupação do consumidor, mesmo que
em geral latente e quase nunca consciente” (BAUMAN, 2008: 76). A identidade televisiva expressa
nas vinhetas on-air, ao transmitir os valores corporativos, torna-se produto de consumo. Ao assistir
determinado canal de televisão, por exemplo, o telespectador torna evidente sua identidade para a
sociedade.
Portanto, diferentemente das vinhetas de abertura dos programas, que buscam transmitir as
mensagens condizentes com o próprio programa, as vinhetas on-air referem-se à identidade
corporativa do canal. Elas são a embalagem da emissora e buscam diferenciar e identificar o canal,
sintetizando sua personalidade. As vinhetas interprogramas de identidade ou ID´s, como você está
assistindo, a seguir, voltamos já etc, além das vinhetas que apresentam apenas a assinatura visual –
logotipo e símbolo – da emissora, compreendem a identidade televisiva do canal, que,
diferentemente da identidade visual, apenas restrita ao sentido da visão, veicula, além de textos e
imagens em movimento, sons que devem ser coerentes entre si para representar a marca do canal.
A grande questão das emissoras é criar uma identidade consistente sem o excesso de rigidez
e estabilidade que ocorria nas aplicações das identidades visuais tradicionais. Por trabalhar com
imagens de maior dinamismo e com a transmissão de informações cada vez mais veloz, a identidade
de uma emissora exige maior fluidez – sem perder a força –, o que reflete a mudança de paradigma
ocorrida na segunda metade do século XX. “Enquanto consistência sempre funcionou bem em
impressos, displays e embalagens, a imagem em movimento sempre foi capaz de ter variações e
mudanças constantes de forma controlada9” (MERRITT, 1987: 19).
Uma das características de fluidez da identidade televisiva em relação à identidade visual
tradicional é a possibilidade de atualização periódica das vinhetas. Enquanto o logotipo e a
assinatura visual são mais estáveis, visando durar décadas sob a mesma forma, a identidade
televisiva pode ser modernizada de 3 em 3 anos, 5 em 5 anos. Assim, a essência da marca se
mantém a mesma, uma vez que os valores de marca não foram alterados, mas podem-se fazer
pequenos ajustes à mudança dos interesses e das necessidades da audiência. Enquanto uma
alteração na identidade televisiva configura-se como um ajuste da marca aos seus consumidores,
uma mudança na assinatura visual representa uma transformação radical na essência do projeto de
marca.
“Um canal de televisão não é um organismo estático e imutável. Muito ao contrário, sua
essência é mutável e apresenta constantemente diferentes caras de forma alternativa. [...]
A consequência disso é a impossibilidade de conceber sua imagem de marca como um
valor imutável. Ela deve ser flexível, fluida, sensível às mudanças ocorridas em seu
entorno10” (RÀFOLS & COLOMER, 2006: 83)
A identidade televisiva, portanto, tem por principal objetivo transmitir os valores, promessas
e missão da marca aos telespectadores, sendo um tipo de materialização da marca em signos
sonoros, visuais e verbais. Ela participa de um processo de semiose de crescimento e evolução,
fazendo com que seu sistema sígnico gere outros signos indefinidamente. A identidade televisiva
busca, por meio de uma constância de suas aplicações, criar uma identificação com o consumidor,
por comunicar significações afins com os interesses e os desejos, aumentando a credibilidade da
emissora.
A História da MTV
A MTV – Music Television foi lançada em 1º de agosto de 1981 nos Estados Unidos com a
frase "Ladies and gentlemen, rock and roll11", dita por um dos seus criadores, John Lack, ao som de
Video killed the radio star, da banda New Wave The Buggles. Pertencente ao grupo multinacional
de entretenimento Viacon Inc, foi o primeiro canal 24hs exclusivamente voltado para música.
Inteiramente integrada à indústria cultural, representou uma revolução para as empresas ligadas ao
meio musical.
A indústria de rádio americana, com uma programação voltada principalmente para um
público adulto, vivia uma crise no final da década de 1970, assim como a indústria fonográfica, que
sofria uma baixa em suas vendas (Cf. SOARES: 9). A dependência da gravadora com relação a esse
meio de comunicação de massa ficava evidente, pois as emissoras, ao veicularem as músicas,
contribuíam para alavancar a vendagem dos LPs. Nesse sentido, a criação da MTV supriu uma
necessidade comercial importante da indústria fonográfica, que se podia valer não só do som, mas
também das imagens, para divulgar seus cantores e grupos, fortalecendo o star system. Como diz
Teixeira (2006: 25), “Alguns músicos conseguiram aproveitar ao máximo a superexposição
proporcionada pela MTV, utilizando esta inclusive para ‘alavancar’ suas carreiras. Madonna e
Michael Jackson são casos clássicos. Não foi à toa que eles se tornaram grandes ídolos da ‘geração
MTV’ ”.
A programação era composta de videoclipes que se sucediam, em contraste aos programas
das televisões tradicionais, que tinham unidade de significação. Essa sequenciação se aproximava
da lógica do rádio e, por isso, os apresentadores dos clipes eram chamados de VJs (videojóqueis),
como referência aos DJs (disc-jóqueis). O slogan I want my MTV ficou famoso nas vinhetas do
canal ao ser narrado por astros da música internacional. “Transformar a televisão num meio musical
significou, a partir de sua natural disposição audiovisual, potencializar a sua característica de
‘áudio’, fazendo com que o ‘visual’ fosse atrelado a uma dinâmica dos artistas da música popular
massiva” (SOARES: 8).
A MTV foi um dos primeiros canais segmentados com uma programação voltada para
jovens na faixa etária de 12 a 34 anos (Cf.TEIXEIRA, 2006: 20), que geram grande volume de
consumo. Com essa especialização, diferentemente da TV generalista que visa atender um público
de massa e, por isso, tende a nivelar as variações entre receptores por meio de programas mais
indiferenciados (Cf. SANTAELLA, 1996: 33), a emissora segmentada pode ter sua comunicação
mais bem controlada. O executivo que lançou a MTV, Robert Pittman, falou na época: “Eu amo
pesquisa. [...] eu uso pesquisa para descobrir o que as pessoas gostam e o que elas estão fazendo”12.
Esse movimento de segmentação do mercado no setor televisivo foi uma reação natural à maior
competitividade que ocorreu a partir da década de 1980 com a inserção de novos entrantes devido
ao movimento de liberação e desregulamentação no setor das telecomunicações ocorrida em
diversos países, que diminuiu o poder dos Estados Nacionais (Cf. TORRES, 2005: 31).
Apesar da dificuldade financeira inicial na criação da emissora, ela logo se consolidou como
uma das mais populares na década de 1980. Nos oito primeiros meses, ganhou U$7 milhões em
receita de anúncios e em maio de 1983 já tinha 125 anunciantes, que divulgavam 200 produtos13,
incluindo empresas como PepsiCo e Kellogg. No final daquele mesmo ano, a receita de anúncios
foi de U$1 milhão e, em 1984, já recebiam U$1 milhão por semana.
Atualmente a MTV Networks utiliza o sistema de franquias e tem filiais espalhadas pelo
mundo inteiro: MTV Europa, MTV Latino, MTV Brasil, MTV Japão, MTV Ásia, MTV Mandarim
(China e Hong Kong), MTV África do Sul, MTV Austrália e MTV Rússia. Ela, como licenciadora,
vende sua marca e produtos às franqueadas, oferecendo atendimento. Seu sucesso decorre da
aplicação de seus valores às culturas locais, seguindo o princípio de administração Think Globally,
Act Locally – pense globalmente, aja localmente. Por isso, apesar de manter os mesmos ideais da
matriz americana, a equipe é contratada pelas filiais e a programação desenvolvida nos países onde
ela é transmitida. Além disso, como escreve Teixeira (2006: 21), “[...] há um constante intercâmbio
de idéias e programas entre as diversas filiais” e uma comunicação constante com o público-alvo a
fim de captar os principais interesses e se manter constantemente atualizada.
No Brasil, a MTV estreia em 20 de outubro de 1990 no canal 32 UHF, em São Paulo, e 9
VHF, no Rio de Janeiro, com a frase da VJ Astrid Fontenele: “Oi, eu sou a Astrid e é com o maior
prazer que estou aqui para anunciar para vocês que está no ar a MTV Brasil!” (LYRA, 2008: 54).
MTV Brasil é uma joint-venture entre o grupo Abril S.A. e a MTV Networks e foi o primeiro canal
de TV segmentada da televisão brasileira. O slogan I Want My MTV foi substituído por Te vejo na
MTV, pois a agência DPZ, que coordenou a campanha de lançamento, julgou ser muito apelativa e
agressiva para o público brasileiro Eu quero a minha MTV. Foram criadas vinhetas com artistas
dando depoimentos e finalizando-os com o slogan da emissora. Os projetos dessas vinhetas eram de
designers brasileiros, americanos e europeus.
No início, não havia muito espaço para os músicos brasileiros na programação, em
decorrência sobretudo da baixa produção nacional de videoclipes. Para preencher esse vazio, o
próprio canal pagou a produção de alguns clipes, como ocorreu com a música Pólvora, do grupo
Paralamas do Sucesso. Atualmente a MTV Brasil é considerada uma das mais regionais das filiais
mundiais, pois a maior parte da programação é formada por programas nacionais voltados para o
interesse do público brasileiro. A partir de 1995, ela passou a ser a única filial a ter sua própria
edição do Video Music Awards, que premia os clipes dos músicos locais. Em 1996, realizou-se o
primeiro Acústico MTV, versão do formato Unplugged MTV, alcançando grande sucesso de vendas
de seus CDs, feitos em parcerias com gravadoras. Isto reafirma a importância desse canal para a
indústria fonográfica, pois além da exibição e da divulgação de seus artistas nos videoclipes, outros
produtos incrementam os lucros das gravadoras, como CDs e, atualmente, DVDs.
Em 1999, houve uma reformulação na programação a fim de aumentar a lucratividade da
empresa. O incremento do número de canais oferecidos nessa época tornou o setor mais
competitivo, o que tornou o perfil das emissoras ainda mais comercial (Cf. SEMPRINI, 2006: 74).
Um ano antes, havia a risco de a MTV Brasil ser retirada do ar, caso não gerasse lucro para o grupo
Abril e para a Viacon. André Mantovani, novo diretor geral do canal, optou por popularizar a
emissora, estabelecendo uma grade de programação com faixas de horário para cada programa,
instituindo o padrão tradicional de televisão. Foram incorporados programas de humor e
entretenimento no horário nobre para aumentar a audiência e houve uma diminuição do número de
clipes veiculados. O espaço dedicado à música brasileira aumentou de 30% para 50%, o que gerou
mais trabalho para as produtoras nacionais e impulsionou a carreira de novos artistas, que agora
dispunham de um espaço para se promoverem. Houve uma incorporação de ritmos mais populares –
sertanejo, axé, pagode e funk – antes marginalizados pela emissora, que exibia fundamentalmente
rock e pop. Para isso, foi necessário mudar o time de VJs. Em vez de conhecedores de música,
foram incluídos modelos e atores, “[...] que não se importam em apresentar clipes que sejam de
artistas fora do seu gosto musical” (TEIXEIRA, 2006: 37). Além disso, os comerciais passaram a
ser mais integrados com a programação, o que ajudou a vender melhor os produtos. Todas essas
transformações refletiram-se em um aumento da ocupação comercial da emissora, que dobrou de
1999 para 2000, fazendo com que a MTV Brasil se tornasse uma emissora autossustentável.
A atração do anunciantes foi possível também devido à alta segmentação da emissora. No
Brasil o público-alvo é composto por pessoas na faixa etária dos 15 aos 29 anos das classes A e B.
São espectadores fiéis, ainda que não exclusivos. Essa segmentação contribui para a criação de
comerciais exclusivos para o canal, pois há uma melhor compreensão do consumidor a que ele se
destina. A MTV Brasil, a fim de se manter atualizada com relação a seu público, conserva a
estratégia de Robert Pittman em seus primórdios: pesquisa. Duas vezes por ano, a emissora realiza
pesquisa de audiência e, mensalmente, por telefone, call out. Além disso, a internet é
disponibilizada como um canal de comunicação direto com o espectador.
A criação das vinhetas que compõem a identidade televisiva da MTV, tanto no Brasil como
no resto do mundo, orienta-se pela sua segmentação, seguindo uma lógica de mercado. Direcionada
a um público jovem, a emissora utiliza-se de um linguagem própria para melhor comunicar-se com
seu espectador, garantindo que suas necessidades e desejos sejam atendidos. Essa garantia é a forma
de manter seu público fiel e de captar novos espectadores, a fim de incrementar sua audiência e
gerar maior lucro pela atração de mais anunciantes e aumento do preço de venda de seu espaço.
O Insólito na Identidade Televisiva da MTV
Por ser direcionada para um público jovem, com uma programação voltada para música, a
contestação é um dos mais importantes atributos da MTV. Questionar os valores tradicionais e
propor novas formas de pensar faz com que a identidade da MTV procure transmitir tais conceitos
por meio de signos visuais e sonoros. A instabilidade habita essas duas dimensões – som e imagem
–, fugindo dos padrões normalmente utilizados por outros canais. A inconstância é marca registrada
das vinhetas pelos cortes bruscos, mudanças de estilos sem um motivo aparente e inserção de ruídos
audiovisuais.
O próprio logotipo da MTV já transmite essa inconstância. O M maiúsculo tridimensional
sem serifa sobre o qual é grafitado o TV foi projetado para ser adaptado a qualquer situação. Ele
pode ser preenchido com diversas texturas e diferentes cores, pode tornar-se variados objetos e
assumir personalidades (Cf. LYRA, 2008: 56), criando grande instabilidade visual. Essa foi uma
grande novidade no campo do design implementada pelo canal, pois normalmente a identidade
visual de uma empresa mantém uniformidade a fim de ser melhor fixada por seu público-alvo.
Figura 9: Vinheta de identidade da MTV com diversas aplicações do logotipo (TEIXEIRA, 2006: 158)
Na vinheta que a emissora fez para a programação especial de verão, não há ícones dos
elementos mais convencionadamente representativos dessa estação: Sol, praia, biquíni, cores
quentes, água etc. A ID se utiliza de cores mais frias com os tons de roxo sobre um fundo escuro,
qual a interferência que antigamente podíamos ver nas televisões. Esse ruído contrasta com
desenhos de cores chapadas e luminosas – numa referência ao psicodelismo –, que fogem de uma
representação convencional. Eles são estilizados e surrealistas, tais como o urso com um olho só, as
caveiras com asas, um ser incompreensível com uma seta transpassando seu corpo, um rosto de
macaco com fones de ouvido, entre outros. Além de cada figura ser nonsense em si mesma, as
relações entre elas são absurdas e a sua falta de conformidade com o tema verão, insólita. Os efeitos
sonoros distorcidos em sintetizador reforçam o clima fora do comum.
O insólito sempre esteve presente nas vinhetas desde a criação do canal, ainda que a sua
estética tenha sofrido algumas alterações. No início dos anos 1980, “a MTV foge da limpeza e do
minimalismo, rompendo com pensamentos modernistas, e das escolas tradicionais de design, e
chega até a uma proposital poluição visual através da disposição de elementos e cores em demasia,
conferindo certo aspecto caótico e underground”14, influenciada pelos movimentos alternativos
ligados à música, como o Punk, o Psicodelismo e o New Wave. No final dos anos 1980, o estilo
Grunge, nascido em Seattle, nos Estados Unidos, e relacionado ao movimento musical de bandas
como Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam, influenciou a identidade televisiva da MTV. Foram
usadas tipografias desconstruídas, ruídos visuais, imagens sujas feitas com colagens e figuras
fotocopiadas, gerando peças pouco legíveis a fim de demonstrar a sintonia da emissora com o
movimento rebelde da época. Em 1990, a “[...] recém-fundada Music Television brasileira
importava suas vinhetas da matriz americana, pode-se afirmar que a MTV Brasil teve,
primeiramente, uma identidade visual grunge inovadora para o padrão visual televisivo brasileiro, e
que logo conquistou a população underground brasileira” (LYRA, 2008: 56). Com o início da moda
tecno no final da década de 1990, a estética das vinhetas mudou para se adequar à novidade. Foram
utilizadas imagens computadorizadas, com quadriculados que remetiam ao pixel e efeitos dos
programas gráficos. Mas essa estética não aparece em todas as vinhetas atuais. Hoje há muito mais
uma mistura de estilos, que aumenta ainda mais a inconstância visual. Isso decorre do fato de a
MTV sempre ter primado pelas experimentações em animações e em computação gráfica na busca
do novo no audiovisual. Essa mistura de estilos na identidade televisiva deixa evidente a
importância que a emissora dá ao diálogo com seu público jovem, ao responder aos interesses de
cada momento.
Essas vinhetas de identidade têm narrativas diferentes, sendo assim independentes, porém
com uma mesma estética e mesmo viés nonsense. No primeiro ID, dois homens, trajando ternos,
agem como pássaros, comunicando-se por meio de pios e do movimento característico das aves. A
sequência encerra-se com o logotipo da emissora sobre o colorbar, uma imagem colorida com um
som agudo usado pelos profissionais de videografismo para o ajuste do contraste, brilho e cor dos
monitores e da altura da banda sonora. Na segunda vinheta, um homem com roupa social atende um
celular, latindo como um cão. Por fim, a última narrativa apresenta dois homens sentados. Um mexe
na cabeça do outro, o que deflagra uma briga com tapas. Note-se que além de as ações serem
insólitas por fugirem do esperado (no mundo real homem não pia, nem late, nem se esbofeteia sem
razão), o cenário não é realista, sendo composto por um chão geometrizado, árvores secas, cachos
de banana, dando um toque surrealista ao grupo de vinhetas.
Figura 11: Vinheta piguim (LYRA, 2008: 59)
Nesta outra vinheta, um pinguim gigante com cabeça baixa, transmitindo melancolia,
aparece em diferentes cenários do campo e da cidade. O sentimento de tristeza é realçado pela
música de piano e pelas cores pouco saturadas, o que dá um tom acinzentado à peça. A marca da
MTV aparece quase camuflada, pouco contrastando com os fundos desenhados e pintados. O
insólito se dá pela falta de relação entre o ícone de um pinguim e a emissora, pelas relações
desproporcionais entre o animal e o cenário e pela falta de razão na escolha dos contextos em que
ele se encontra (cidade e campo).
Vemos que as referidas vinhetas apresentam estéticas totalmente diferentes, decorrentes da
liberdade nas pesquisas experimentais conferida ao designer contratado pela MTV. Na verdade,
essas experimentações não são apenas permitidas, mas desejadas, pois elas permitem manter a
emissora sintonizada com os movimentos alternativos que os jovens buscam.
Ainda que os modismos mudem, o insólito sempre buscará o novo em cada contexto, pois o
próprio conceito de nonsense é relativo aos padrões culturais e sociais de uma época. O que é
insólito hoje pode tornar-se corriqueiro no futuro. O que importa é atualizar o insólito, de forma que
os repertórios historicamente condicionados possam ser subvertidos. E é baseado no insólito que a
MTV constrói uma identidade forte e constantemente adaptável à mudanças de interesse e de desejo
de um público que já é, em si, inconstante: o jovem.
Não entendimento
Comunidade Endereço Membros
Não entendo o comercial da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=15523065 5
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=22386752 6
Vinhetas da MTV – quem as http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=34717374 5
entende?
Não entendo as vinhetas da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1093631 42.400
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1175061 2.067
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1104646 717
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1569021 198
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=17070040 14
Não entendo os comerciais da http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1585103 229
MTV
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=14492157 31
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=21495428 20
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=9401336 15
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=21174005 10
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=18206895 5
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=80591101 7
Não entendo comerciais da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1337871 1066
Não entendo propagandas da http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1413297 5006
MTV
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1188021 509
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1897058 181
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1880877 18
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=53792729 8
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1235990 123
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1302495 70
Vinhetas da MTV, vc as http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1377026 258
entendem?
Os comerciais mtv são mó brisa http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1708975 20
Comerciais da MTV – sem noção http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=26421677 43
26 comunidades 53029
Medo
Comunidade Endereço Membros
Tenho medo das vinhetas da http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=186969 47.087
MTV
Eu tenho medo das vinhetas da http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1767180 48
MTV
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=56603333 6
Medo dos comerciais da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1532967 38
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1318031 214
Eu tenho medo das prop. da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1411328 453
É assustadora a vinheta da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=2820489 36
Eu tenho medo da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1397461 6
Mensagens subliminares da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=5368966 745
9 comunidades 48633
Avaliação negativa
Comunidade Endereço Membros
MTV: Os comerciais + sem noção http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=921995 147
Comerciais MTV: nada a ver http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=19351025 60
MTV seus comerciais bizzaros http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=3602060 343
Odeio as propagandas da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1389728 286
Odeio propaganda tosca da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=4111534 21
Eu odeio os comerciais da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1515888 18
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=21771466 8
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=7119766 5
8 comunidades 888
Avaliação positiva
Comunidade Endereço Membros
Propagandas da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1129257 5
Propagandas estranhas da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=869459 163
Eu adoro as vinhetas da MTV http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=706390 1088
3 comunidades 1256
“Para todos akeles que adoram essas propagandas contraditórias e sem explicação.
Simplesmente uma ótima maneira de mostrar arte ao público da Mtv.
Para todos akeles que gotariam de um canal só de vinhetas criativas, que as pessoas
tanto adoram odiar, apenas por não entender o que talvez nem devesse ser entendido.
Conclusão
Como escreveu o pintor surrealista Salvador Dalí:
“Como querem que os demais compreendam os meus quadros, quando eu mesmo, que
os faço, não os compreendo. O fato de eu mesmo, no momento de pintar não os
compreender, não quer dizer não possuam nenhuma significação. Ao contrário, o
significado deles é de tal maneira profundo, complexo, incoerente, involuntário, que
escapa à análise da intuição lógica...” (apud CAVALCANTI, 1978: 177)
O insólito no design, assim como em qualquer manifestação cultural humana, deve ser
compreendido com outros olhos, que não os da razão. A emissora MTV, baseada em pesquisas de
audiência e de mercado, apostou que um público jovem – que normalmente não tem seus valores
ainda tão sedimentados, porque ainda experiencia muitas novidades – receberia o insólito em suas
vinhetas de identidade como elemento contestador, revolucionário, e, por isso, representativo desse
segmento, pois o nonsense amplia as possibilidades de interpretação, antes reduzidas no símbolo.
Apesar de ainda haver reações à quebra da convencionalidade simbólica, pode-se dizer que
o caso desse canal de televisão foi, e continua sendo, um sucesso perante os seus consumidores,
haja vista o crescimento da empresa e a longevidade de sua estética. O insólito nas peças de design
da identidade televisiva da MTV mostra que ele pode ser um ferramental útil para a eficácia da
comunicação. Se bem projetado, ele pode comunicar significações que vão muito além da esfera
racional, sensibilizando emoções que criam uma afinidade, às vezes muito mais profunda, entre
uma empresa e seu público-alvo.
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