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Questões de Linguagem no Enem

O documento apresenta uma série de questões do ENEM que abordam diferentes aspectos da literatura e da linguagem, incluindo a subjetividade do eu lírico, a função da linguagem, a crônica, a comunicação, a identidade, e o preconceito linguístico. Cada questão explora fragmentos de textos literários e suas interpretações, destacando a importância da leitura e da análise crítica. O foco está na relação entre o texto e o contexto social, cultural e histórico em que está inserido.

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Questões de Linguagem no Enem

O documento apresenta uma série de questões do ENEM que abordam diferentes aspectos da literatura e da linguagem, incluindo a subjetividade do eu lírico, a função da linguagem, a crônica, a comunicação, a identidade, e o preconceito linguístico. Cada questão explora fragmentos de textos literários e suas interpretações, destacando a importância da leitura e da análise crítica. O foco está na relação entre o texto e o contexto social, cultural e histórico em que está inserido.

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1.

(Enem 2017) As atrizes

Naturalmente
Ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes

[...]

Com tantos filmes


Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim

CHICO BUARQUE. Carioca. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2006 (fragmento).

Na canção, Chico Buarque trabalha uma determinada função da linguagem para marcar a
subjetividade do eu lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa admiração está
marcada em:
a) “Naturalmente/ Ela sorria/ Mas não me dava trela”.
b) “Tomavam banho/ Na minha frente/ Para sair com outro cara”.
c) “Surgiram outras/ Naturalmente/ Sem nem olhar a minha cara”.
d) “Escolhia qualquer um/ Lançava olhares/ Debaixo do meu nariz”.
e) “É natural que toda atriz/ Presentemente represente/ Muito para mim”.

2. (Enem 2016) Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir
do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos
significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da
própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não
prevista.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da
metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto
a) ressaltar a importância da intertextualidade.
b) propor leituras diferentes das previsíveis.
c) apresentar o ponto de vista da autora.
d) discorrer sobre o ato de leitura.
e) focar a participação do leitor.
3. (Enem 2014) O exercício da crônica

Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um
ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou
porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua
máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência
colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa
injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que,
através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de
sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao
assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o
inesperado.

MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui


a) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
b) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
c) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
d) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
e) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.

4. (Enem 2023) A garganta é a gruta que guarda o som


A garganta está entre a mente e o coração
Vem coisa de cima, vem coisa de baixo e de
[repente um nó (e o que eu quero dizer?)
Às vezes, acontece um negócio esquisito
Quando eu quero falar eu grito, quando eu quero
[gritar eu falo, o resultado
Calo.

ESTRELA D’ALVA, R. Disponível em: https://claudia.abril.com.br.


Acesso em 23 nov. 2021 (fragmento).

A função emotiva presente no poema cumpre o propósito do eu lírico de


a) revelar as desilusões amorosas.
b) refletir sobre a censura à sua voz.
c) expressar a dificuldade de comunicação.
d) ressaltar a existência de pressões externas.
e) manifestar as dores do processo de criação.

5. (Enem 2023) Mais iluminada que outras

Tenho dois seios, estas duas coxas, duas mãos que me são muito úteis, olhos escuros, estas
duas sobrancelhas que preencho com maquiagem comprada por dezenove e noventa e orelhas que
não aceitam bijuterias. Este corpo é um corpo faminto, dentado, cruel, capaz e violento. Movo os
braços e multidões correm desesperadas. Caminho no escuro com o rosto para baixo, pois cada
parte isolada de mim tem sua própria vida e não quero domá-las. Animal da caatinga. Forte demais.
Engolidora de espadas e espinhos.
Dizem e eu ouvi, mas depois também li, que o estado do Ceará aboliu a escravidão quatro
anos antes do restante do país. Todos aqueles corpos que eram trazidos com seus dedos contados,
seus calcanhares prontos e seus umbigos em fogo, todos eles foram interrompidos no porto. Um
homem – dizem e eu ouvi e depois também li – liderou o levante. E todos esses corpos foram buscar
outros incômodos. Foram ser incomodados.

ARRAES, J. Redemoinho em dia quente. São Paulo: Alfaguara, 2019.

Nesse texto, os recursos expressivos usados pela narradora


a) revelam as marcas da violência de raça e de gênero na construção da identidade.
b) questionam o pioneirismo do estado do Ceará no enfrentamento à escravidão.
c) reproduzem padrões estéticos em busca da valorização da autoestima feminina.
d) sugerem uma atmosfera onírica alinhada ao desejo de resgate da espiritualidade.
e) mimetizam, na paisagem, os corpos transformados pela violência da escravidão.

6. (Enem PPL 2023) Terça-feira, 30 de maio de 1893.

Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na igreja do Rosário, que é quase
pegada à chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a festa é nossa. E este ano foi
mesmo. Foi sorteada para rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia e para rei um
negro muito entusiasmado que eu não conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há muito tempo
ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou tudo na festa e ainda ficou devendo. Agora é
que eu vi como fica caro para os pobres dos negros serem reis por um dia. Júlia com o vestido e a
coroa já gastou muito. Além disso, teve de dar um jantar para a corte toda. A rainha tem uma
caudatária que vai atrás segurando na capa que tem uma grande cauda. Esta também é negra da
chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no entusiasmo dos pretos neste reinado tão curto.
Ninguém rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá!

MORLEY, H. Minha vida de menina. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

O trecho apresenta marcas textuais que justificam o emprego da linguagem coloquial. O tom informal
do discurso se deve ao fato de que se trata de um(a)
a) narrativa regionalista, que procura reproduzir as características mais típicas da região, como as
falas dos personagens e o contexto social a que pertencem.
b) carta pessoal, escrita pela autora e endereçada a um destinatário específico, com o qual ela tem
intimidade suficiente para suprimir as formalidades da correspondência oficial.
c) registro no diário da autora, conforme indicam a data, o emprego da primeira pessoa, a expressão
de reflexões pessoais e a ausência de uma intenção literária explícita na escrita.
d) narrativa de memórias, na qual a grande distância temporal entre o momento da escrita e o fato
narrado impõe o tom informal, pois a autora tem dificuldade de se lembrar com exatidão dos
acontecimentos narrados.
e) narrativa oral, em que a autora deve escrever como se estivesse falando para um interlocutor, isto
é, sem se preocupar com a norma-padrão da língua portuguesa e com referências exatas aos
acontecimentos mencionados.

7. (Enem 2023) Mestre e companheiro, disse eu que nos íamos despedir. Mas disse mal. A morte
não extingue: transforma; não aniquila: renova; não divorcia: aproxima. Um dia supuseste “morta e
separada” a consorte dos teus sonhos e das tuas agonias, que te soubera “pôr um mundo inteiro no
recanto” do teu ninho; e, todavia, nunca ela te esteve mais presente, no íntimo de ti mesmo e na
expressão do teu canto, no fundo do teu ser e na face de tuas ações. Esses catorze versos
inimitáveis, em que o enlevo dos teus discípulos resume o valor de toda uma literatura, eram a
aliança de ouro do teu segundo noivado, um anel de outras núpcias, para a vida nova do teu
renascimento e da tua glorificação, com a sócia sem nódoa dos teus anos de mocidade e madureza,
da florescência e frutificação de tua alma. Para os eleitos do mundo das ideias a miséria está na
decadência, e não na morte. A nobreza de uma nos preserva das ruínas da outra. Quando eles
atravessavam essa passagem do invisível, que os conduz à região da verdade sem mescla, então é
que entramos a sentir o começo do seu reino, o reino dos mortos sobre os vivos.

BARBOSA, R. O adeus da Academia a Machado de Assis. Rio de Janeiro: Agir, 1962.

Esse é um trecho do discurso de Rui Barbosa na Academia Brasileira de Letras em homenagem a


Machado de Assis por ocasião de sua morte. Uma das características desse discurso de
homenagem é a presença de
a) metáforas relacionadas à trajetória pessoal e criadora do homenageado.
b) recursos fonológicos empregados para a valorização do ritmo do texto.
c) frases curtas e diretas no relato da vida e da morte do homenageado.
d) contraposição de ideias presentes na obra do homenageado.
e) seleção vocabular representativa do sentimento de nostalgia.

8. (Enem 2023) De quem é esta língua?


Uma pequena editora brasileira, a Urutau, acaba de lançar em Lisboa uma "antologia antirracista de
poetas estrangeiros em Portugal", com o título Volta para a tua terra.
O livro denuncia as diversas formas de racismo a que os imigrantes estão sujeitos. Alguns dos
poetas brasileiros antologiados queixam-se do desdém com que um grande número de portugueses
acolhe o português brasileiro. É uma queixa frequente.
"Aqui em Portugal eles dizem /– eles dizem – / que nosso português é errado, que nós não falamos
português", escreve a poetisa paulista Maria Giulia Pinheiro, para concluir: "Se a sua linguagem, a
lusitana, / ainda conserva a palavra da opressão / ela não é a mais bonita do mundo./ Ela é uma das
mais violentas".

AGUALUSA, J. E. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).

O texto de Águalusa tematiza o preconceito em relação ao português brasileiro. Com base no trecho
citado pelo autor, infere-se que esse preconceito se deve
a) à dificuldade de consolidação da literatura brasileira em outros países.
b) aos diferentes graus de instrução formal entre os falantes de língua portuguesa.
c) à existência de uma língua ideal que alguns falantes lusitanos creem ser a falada em Portugal.
d) ao intercâmbio cultural que ocorre entre os povos dos diferentes países de língua portuguesa.
e) à distância territorial entre os falantes do português que vivem em Portugal e no Brasil.

9. (Enem 2023) Carta aberta à população brasileira

Prezados Cidadãos e Cidadãs,


O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Infelizmente, nosso país ainda não está
preparado para atender às demandas dessa população.
Este é o retrato da saúde pública no Brasil, que, apesar dos indiscutíveis avanços, apresenta um
cenário de deficiências e falta de integração em todos os níveis de atenção à saúde: primária
(atendimento deficiente nas unidades de saúde da atenção básica), secundária (carência de centros
de referência com atendimento por especialistas) e terciária (atendimento hospitalar com abordagem
ao idoso centrada na doença), ou seja, não há, na prática, uma rede de atenção à saúde do idoso.
Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) vem a público
manifestar suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos no Brasil. É preciso garantir a
saúde como direito universal.
Esperamos que tanto nossos atuais quanto os futuros governantes e legisladores reflitam sobre a
necessidade de investir na saúde e na qualidade de vida associada ao envelhecimento.
Dignidade à saúde do idoso!
Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2014.

Disponível em: www.sbgg.org.br. Acesso em: 20 out. 2021 (adaptado)

O objetivo desse texto é


a) sensibilizar o idoso a respeito dos cuidados com a saúde.
b) alertar os governantes sobre os cuidados requeridos pelo idoso.
c) divulgar o trabalho da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
d) informar o setor público sobre o retrocesso da legislação destinada à população idosa.
e) chamar a atenção da população sobre a qualidade dos serviços de saúde pública para o idoso.

10. (Enem PPL 2023) Se todos fossem iguais a você

Se todos fossem iguais a você


Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar

MORAES, V.; TOM JOBIM. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 16 set. 2011
(fragmento).
O locutor da letra da canção exalta as características de uma pessoa ideal. O uso da palavra “se”
contribui para essa idealização, pois ela introduz no texto a

a) junção de dois perfis femininos.


b) explicação para um romance feliz.
c) consequência de uma vida feliz a dois.
d) superação da mulher amada pelas demais.
e) hipótese para a existência de um mundo prazeroso.

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