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História e Estrutura do Rito de York

O Rito de York foi elaborado nos EUA em 1797 por Thomas Smith Webb e se baseou nos estudos de William Preston. Tornou-se popular nos EUA e serviu de base para as instruções maçônicas no país. Chegou ao Brasil com imigrantes americanos e hoje é praticado em Lojas, Capítulos, Conselhos e Comanderias sob a coordenação do Supremo Grande Capítulo.

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História e Estrutura do Rito de York

O Rito de York foi elaborado nos EUA em 1797 por Thomas Smith Webb e se baseou nos estudos de William Preston. Tornou-se popular nos EUA e serviu de base para as instruções maçônicas no país. Chegou ao Brasil com imigrantes americanos e hoje é praticado em Lojas, Capítulos, Conselhos e Comanderias sob a coordenação do Supremo Grande Capítulo.

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RITO DE YORK: HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS

O MONITOR DE WEBB

O Rito de York ou rito americano foi elaborado no ano de 1797 nos EUA, e teve
como grande idealizador e organizador o irmão Thomas Smith Webb, americano nascido
no ano de 1771, e iniciado em 1790. Webb organizou então, em 1797 a primeira edição
do monitor que ficou conhecido como Monitor de Webb (The Fremason’s Monitor) , que
apresentava os três graus da maçonaria simbólica e outros dez graus divididos em outros
três corpos: o Capitulo do Real Arco, com os graus de Mestre da Marca, Past Master, Mui
Excelente Mestre e Maçom do Real Arco; o Conselho Críptico, com os graus de Mestre
Real, Mestre Escolhido e o Super Excelente Mestre; e a Comanderia Templária, com a
Ordem da Cruz Vermelha, a Ordem de Malta e a Ordem do Templo. Vale ressaltar que
todos esses graus já existiam muito antes do Monitor, porém eram apresentados de
forma desorganizada e com pouco ou nenhuma conexão entre eles. O Monitor de Webb
teve diversas edições até a última em 1818, alguns meses antes do falecimento de seu
organizador.

Webb viajou pelos EUA divulgando o seu monitor e assim popularizou o sistema
que ficou conhecido como Rito de York, e serviu de base para as instruções e as principais
cerimônias ritualísticas no país. A referência a região de York, na Inglaterra, deve-se a
pesquisa que Webb fez sobre a maçonaria nas ilhas britânicas, e as mais antigas
informações que ele teve conhecimento foram encontradas nos estudos do irmão William
Preston (1742-1818).

WILLIAM PRESTON

O irmão de origem escocesa William Preston, iniciado em Londres, escreveu em


1772, a primeira edição do livro “Ilustrations of Freemasonry”. Nesse livro além das
preleções do grau 1, 2 e 3, Preston descreve a história da maçonaria na Inglaterra desde
o século VI, até o início do século XIX, e consequentemente a lenda de York do Rei
Athelstane. Em 926, o rei da Inglaterra teria nomeado um Grão-mestre, o príncipe Edwin,
e através deste reunido as oficinas maçônicas em York sob obediência a uma Grande Loja,
que organizou as leis de trabalho e o convívio entre os maçons operativos. A lenda de York
é descrita também nas edições da Constituições de Anderson de 1723 e 1738.

A base de pesquisas de Preston para a confecção de seu livro deu-se a partir de


documentos históricos ao qual o mesmo teve conhecimento, assim como diversas visitas
às lojas maçônicas e contatos com irmãos de toda a Inglaterra e de outros países, sempre
buscando coletar informações históricas (documentais ou não) sobre o desenvolvimento
da ordem.
Seu trabalho teve grande repercussão na época em que foi finalizado e exposto, e
até hoje é considerado leitura básica para os historiadores e pesquisadores maçons.
Preston recebeu diversas honrarias durante toda sua vida maçônica, e durante essa, fez
parte da “Grande Loja dos Modernos” e também da “Grande Loja dos Antigos”, e foi
Venerável Mestre da Loja Antiquity nª1 (uma das lojas fundadoras em 1717, da Grande
Loja da Inglaterra). O seu livro “Ilustrations of Freemasonry”, apresentou até os dias de
hoje cerca de 20 edições somente na Inglaterra, além de várias edições nos EUA e
publicações em diversas línguas pela Europa.

O RITO DE YORK

Nos EUA, normalmente é chamado de Rito de York o sistema maçônico de graus


concedidos a partir do grau de Mestre da Marca, nos capítulos do Real Arco, mas,
usualmente, e em especial aqui no Brasil, as Lojas simbólicas, também chamadas de Lojas
azuis, são colocadas como parte do Rito de York principalmente para distinguir os seus
trabalhos de outros ritos maçônicos, e em especial do REAA.

O Rito de York tem como característica a maçonaria praticada “pelos antigos”, isto
é, os maçons que se auto denominavam defensores das antigas tradições das guildas de
pedreiros de York (lenda de Athelstane), essa maçonaria perdurou na Inglaterra até
meados do século XVIII, preservada principalmente por irlandeses e escoceses. Essa
maçonaria “dos antigos” trazida por imigrantes para os EUA ficou distante das influências
políticas inglesas dos séculos XVIII e XIX, e assim se manteve preservada na América. Com
a independência dos EUA e o trabalho empenhado por Webb, as lojas fundadas por
ingleses que ainda praticavam a maçonaria sob influência inglesa nos EUA, foram
incorporando as características do Monitor de Webb.

A adoção do Monitor de Webb para as lojas americanas foi ratificada após a


Convenção de Baltimore em 1843, em que a maioria das Grandes Lojas americanas, que
até então já tinham sido fundadas, decidiram por uniformizar muitos procedimentos
ritualísticos com base nos estudos de Webb, porém respeitando os usos e costumes de
cada obediência.

Assim como as Lojas simbólicas (lojas azuis) devem ser obedientes às suas
potências, a estrutura do Rito de York conta com outros três corpos independentes que
são assim administrados:

Real Arco – Possuí capítulos individuais que funcionam à semelhança das lojas, mas
são subordinados a um Grande Capítulo, o presidente do capítulo é chamado de Sumo
Sacerdote. No Brasil, os capítulos são subordinados ao Supremo Grande Capitulo de
Maçons do Real Arco do Brasil;

Maçonaria Críptica – É organizada em conselhos de Mestres Reais e Escolhidos


locais, e o principal oficial é o Ilustre Mestre. No Brasil, os conselhos locais estão
subordinados ao Supremo Grande Conselho de Maçons Crípticos do Brasil;

Ordens de Cavalaria – São organizadas em Comanderias, e o presidente de cada


Comanderia é chamado de Eminente Comandante. No Brasil, as Grandes Comandarias
estão subordinadas a Grande Comanderia de Cavaleiros Templários do Brasil.
O RITO DE YORK NO BRASIL

No Brasil, o Rito de York chegou primeiramente com americanos dos estados do


Alabama e Missisipi, que contrariados com o resultado da Guerra de Secessão imigraram
para o país. Em 1874, diversas famílias americanas se instalaram em Santa Bárbara do
Oeste, interior de São Paulo, e alguns maçons iniciados nos EUA resolveram trabalhar a
maçonaria americana no Brasil com a primeira loja simbólica do Rito de York, a
Washington Lodge, loja que trabalhava o rito em língua inglesa e que possuía em seu
quadro americanos e filhos de americanos.

Em 2001, através dos já existentes capítulos do Real Arco, José Guimarães


Gonçalves nº1 (1993), Thomas Smith Webb nº2 (1997) e Keystone nº3 (2000), é fundado
no Rio de Janeiro, o Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil, afiliado
ao General Grand Chapter of Royal Arch Masons International.

O Supremo com o intuito de crescer o rito americano também no âmbito da


maçonaria simbólica no Brasil, traduziu e adaptou em 2007 os rituais dos três primeiros
graus das Lojas Azuis fornecidos pela Grande Loja do Estado de Nova Iorque para o
trabalho nas três potências regulares do Brasil: GOB; Grandes Lojas (CMSB); e COMAB. A
partir de então, juntamente com o Real Arco, a Maçonaria Críptica e a Comandaria
Templária, o Rito de York pode ser trabalhado em todos os seus graus no país. No Brasil,
outro ritual que serviu de base para o trabalho das lojas simbólicas é o ritual do estado de
Nevada, nos EUA, dessa forma, lojas localizadas em estados como a Paraíba e
Pernambuco, por exemplo, utilizam ou já utilizaram essa referência.

Recentemente, diversas potências brasileiras pertencentes a CMSB e COMAB


começaram a desenvolver os seus próprios rituais.

No estado da Bahia, o Rito de York teve duas datas marcantes em seu início: a
primeira em outubro de 2010, com a instalação do Capítulo Primaz da Bahia de Maçons
do Real Arco nº55; e posteriormente, com o capítulo Companheirismo Bahiano nº62 de
Maçons do Real Arco, no ano de 2013. Esse último impulsionou o rito no estado, logo em
24 de junho de 2014 foi fundada a primeiro loja do Rito de York do interior da Bahia, a
Loja Construtores da Fidelidade nº199, no oriente de Vitória da Conquista, sendo essa a
terceira no estado, atrás apenas das lojas Fraternidade, Auxílio e Verdade nº187 e Joana
Angélica nº190, as duas do oriente de Salvador. Também, em 2014 foram fundadas as
Lojas Construtores do Adro nº225, no oriente de Santo Estevão e Construtores da
Esperança nº226, do oriente de Camaçari, todas essas lojas obedientes a Grande Loja do
Estado da Bahia. A Loja Construtores da Fidelidade nº199 foi a primeira loja do estado a
trabalhar numa sala de loja apropriada especialmente para o Rito de York e sem
adaptações, em 2015.

Os primeiros rituais para as Lojas Azuis desenvolvidos pela GLEB estão orientando
os trabalhos das lojas desde janeiro de 2020, até então, as lojas baianas seguiam o ritual
fornecido pelo Supremo.

A Bahia tem atualmente vinte e nove lojas funcionando no Rito de York (GLEB e
COMAB), além de cerca de dezessete capítulos do Real Arco, seis Conselhos Crípticos e
quatro Comanderias Templárias.
Curiosidades sobre o Rito de York e a maçonaria americana:

1. É o rito (no simbolismo) mais praticado no Mundo, por ser praticado em quase
a totalidade de Lojas dos EUA, país que registra a maior quantidade de maçons;
2. O local onde se reúnem os irmãos para as reuniões é chamado de “sala de loja”;
3. As Lojas militares foram responsáveis pelo desenvolvimento da maçonaria nos
EUA;
4. A primeira loja maçônica fundada nos EUA foi a “St, John’s Lodge” em Boston,
no ano de 1733, com obediência à hoje extinta, Grande Loja da Inglaterra (de York);
5. Muitas lojas foram fundadas nos EUA a partir de 1733, e com cartas patentes
emitidas por diversas potências: entre essas: Grande Loja de Londres, Grande Loja da
Irlanda, Grande Loja da Escócia, entre outras;
6. Os primeiros Grandes Capítulos estaduais do Real Arco nos EUA datam de 1797;
7. O lema maçônico adotado pelas Lojas simbólicas do Rito de York é: Amor
fraternal, Amparo e Verdade;
8. Nas Lojas Azuis, o iniciado é, registrado como Aprendiz, passado a Companheiro
de Ofício, e elevado a Mestre;
9. O fundador da Ordem DeMolay, Frank Sherman Land era um maçom praticante
do Rito de York, um dos principais motivos pelas semelhanças encontradas entre o rito
maçônico e as cerimônias da ordem juvenil;
10. Os graus da Ordem de Malta e de Cavaleiro Templário são baseados no
cristianismo;
11.Na GLUI, não existe a prática de qualquer rito, craft ou ritual que traz o nome de
York.

Fraternalmente,

João Bosco S. Herminio Filho


MI, OCV e grau 14 REAA
Membro da Loja Construtores da Fidelidade nº199

Referências bibliográficas

Disponível em www.realarco.org.br, acessado em 03 de março de 2020;


Disponível em www.comanderiagraopara.blogspot.com.br/, acessado em 23 de fevereiro de
2018;
Disponível em www.noesquadro.com.br/, acessado em 24 de fevereiro de 2018;
Disponível em http://www.oprumodehiram.com.br/ , acessado em 25 de maio de 2019;
WEBB. Thomas Smith. The Freemason’s Monitor Or Illustrations Of Masonry. CINCINATTI - R.W.
CARROLL & PUBLISHERS, 1867;
WEBB, Thomas Smith. O Monitor dos Franco-Maçons – Traduzido por Edgard da Cota Freitas
Neto, 1ª Edição. Salvador: Curtipiu Publicações, 2017;
HODAPP. Christopher. Maçonaria para Leigos – 2ª Edição. Rio de Janeiro: Alta Books Editora,
2016;
ISMAIL. Kennyo. Desmistificando a Maçonaria. São Paulo: Universos dos Livros, 2012;
MACKEY. Albert G. O Simbolismo da Maçonaria – Volume 1. São Paulo: Universo dos Livros,
2008;
GOULD. Robert F. A História Concisa da Maçonaria – Volume 1 – Tradução de José FIlardo. José
Filardo, 2017;
MACNULTY. W. Kirk. A Maçonaria: Símbolos, segredos, significado – São Paulo: WNF Martins
Fontes, 2014;
PRESTON, William. Esclarecimentos sobre Maçonaria. Tradução de Hugo Ramirez. 12ª Edição,
1812. Rio de Janeiro: Arcanum, 2017. 416 p.;
CARR, Harry. O Ofício do Maçom. Tradução de Carlos Raposo – São Paulo: MADRAS, 2018;
KINNEY, Jay. O Mito Maçônico. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2010;
RIBEIRO, João Guilherme C. O Nosso Lado da Escada: história, prática e faqs sobre os graus
capitulares do Rito de York – Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2012.

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