SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARÁ
PARÁ
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ
Presidente: José Conrado Azevedo dos Santos
DIRETORIA REGIONAL DO SENAI DR/PA
Diretor: Gerson dos Santos Peres
DIRETORIA DE GESTÃO
Diretor: Dário Antonio Bastos de Lemos
DIRETORIA TÉCNICA
Diretor: Ernesto de Lucena Marçal
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Diretora: Lúcia Maria Peres de Souza
GERÊNCIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Gerente Executivo: Arícles Lemos de Freitas
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARÁ
PARÁ
SENAI – PA – DEPARTAMENTO REGIONAL
É proibida a reprodução total ou parcial deste documento, sem a prévia
autorização por escrito do SENAI – Departamento Regional do Pará
FICHA TÉCNICA
Correção Gramatical: Sylvia Camacho
Pesquisa e Elaboração: SENAI DR – ESPÍRITO SANTO
Avaliação Pedagógica: Arinalda Gomes da Costa
Avaliação Técnica: Arlindo Leite
Diagramação: Eli Silva Costa
Normalização: Setor de Informação e Documentação
SENAI – Departamento Regional do Pará
Diretoria de Educação e Tecnologia
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Belém – PA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AO DESENHO 11
PROJEÇÕES ORTOGONAIS 16
DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA 25
REGRAS DE COTAGEM 30
SÍMBOLOS E CONVENÇÕES 33
ESCALAS 43
CORTES E SEÇÕES 47
PERSPECTIVAS 63
CONJUNTOS MECÂNICOS 68
LEITURA DE ESCALA 83
INTERPRETAÇÃO DE PLANTA BAIXA, CROQUIS E LEIAUTE 86
DIAGRAMA ELÉTRICO UNIFILAR E MULTIFILAR 90
REDES AÉREAS 106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 111
INTRODUÇÃO
Prezado aluno
O manual de Leitura e Interpretação de Desenho Técnico serve de
subsídio para os alunos da área de Eletricidade o seu desenvolvimento foi
baseado na Ocupação.
Além da fundamentação técnica, ao final de cada unidade nós inserimos
exercícios o que auxilia o aluno em seu atendimento.
Por isso, esperamos ter colaborado para o melhor desempenho do
aluno.
Tudo isso, aliado as aulas práticas dará subsídio ao profissional para
uma operação com segurança, eficiência e eficácia.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
INTRODUÇÃO AO DESENHO
O QUE É DESENHO TÉCNICO
Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar
seus pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a
mensagem fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando
alguém desenha, acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel
na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho representam idéias e
pensamentos. A representação que vai interessar neste curso é o desenho.
Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de
comunicação. E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para
a compreensão da História, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos
antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até
suas idéias.
Veja algumas formas de representação da figura humana, criadas em
diferentes épocas históricas.
ESCRAVOS TRABALHANDO NA CONSTRUÇÃO
AGRUPAMENTO DE RESES JUNTO
DAS PIRÂMIDES.
AOS ESTÁBULOS
As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do
tempo, à medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua
cultura.
Esses exemplos de
representação gráfica são
considerados desenhos artísticos.
Embora não seja artístico, o desenho
técnico também é uma forma de
representação gráfica, usada, entre
outras finalidades, para ilustrar
instrumentos de trabalho, como
máquinas, peças e ferramentas. E
esse tipo de desenho também sofreu
modificações, com o passar do tempo. JULGAMENTO FINAL, MICHELANGELO,
SÉCULO XVI;
NOTE A IDÉIA DE VOLUME DO DESENHO.
.
11
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
DIFERENÇAS ENTRE DESENHO TÉCNICO E DESENHO ARTÍSTICO
O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por
profissionais de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na
marcenaria, na eletricidade. Maiores detalhes sobre o desenho técnico você
aprenderá no decorrer deste curso. Por enquanto, é importante que você saiba
as diferenças que existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. Para
isso, é necessário conhecer bem as características de cada um. Observe os
desenhos abaixo:
A ÚLTIMA CEIA, LEONARDO DA VINCI
IVETE 1963, DI CAVALCANTI
Estes são exemplos de desenhos artísticos. Os artistas transmitem suas
idéias e seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o
compromisso de retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o
gosto e a sensibilidade do artista que o criou.
Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com
exatidão todas as características do objeto que representa. Para conseguir
isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de
normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a
normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu
próprio desenho técnico, de acordo com normas específicas. Observe alguns
exemplos.
Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços,
símbolos, números e indicações escritas de acordo com normas técnicas.
No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT -
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Neste curso você vai
conhecer a aplicação das principais normas técnicas referente ao desenho
técnico mecânico, de acordo com a ABNT.
12
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
DESENHO TÉCNICO MECÂNICO
No desenho acima representamos o layout de um
apartamento, é um desenho para publicidade.
13
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
LINHAS CONVENCIONAIS
TIPOS DE LINHAS
APLICAÇÃO GERAL
LINHA DENOMINAÇÃO
(ver figuras 2.1 e 2.2 e outras)
A Contínua larga A1 contornos visíveis
A2 arestas visíveis
B Contínua estreita B1 linhas de interseção
imaginárias
B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B4 linhas de chamadas
B5 hachuras
B6 contornos de seções
rebatidas na própria vista
B7 linhas de centros curtas
C Contínua estreita a mão livre (1) C1 limites de vistas ou cortes
parciais ou interrompidas se
o limite não coincidir com
linhas de traço e ponto
(Figura 2.3)
D Contínua estreita em ziguezague (1) D1 esta linha destina-se a
desenhos confeccionados
por máquinas (Figura2.4)
E Tracejada larga (1)
E1 contornos não visíveis
E2 arestas não visíveis
F Tracejada estreita (1) F1 contornos não visíveis
F2 arestas não visíveis
G Traço e ponto estreita G1 linhas de centro
G2 linhas de simetrias
G3 trajetórias
H Traço e ponto estreita, larga nas H1 planos de cortes
extremidades e na mudança de
direção
J Traço e ponto larga J1 indicação das linhas ou
superfícies com indicação
especial
K Traço dois pontos estreita K1 contornos de peças
adjacentes
K2 posição limite de peças
móveis
.. .. .. K3 linhas de centro de
gravidade
K4 cantos antes da
conformação
K5 detalhes situados antes do
plano de corte
(1) SE EXISTIREM DUAS ALTERNATIVAS EM UM MESMO DESENHO, SÓ DEVE SER APLICADA
UMA OPÇÃO.
14
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
FIGURA 2.2
FIGURA 2.3 FIGURA 2.4
15
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
PROJEÇÕES ORTOGONAIS
VISTAS ESSENCIAIS
Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser
desenhada (representada) num plano. A essa representação gráfica se dá o
nome de "PROJEÇÃO".
O plano é denominado "PLANO DE PROJEÇÃO" e a representação da
peça recebe, nele, o nome de projeção.
Podemos obter as projeções através de observações feitas em posições
determinadas. Podemos então ter várias vistas da peça.
Observando o modelo de frente, você terá uma vista frontal projetada no
plano vertical.
Todos os pontos do modelo estão representados na vista frontal, mas
apenas as arestas visíveis ao observador são desenhadas com a linha
contínua larga.
Observando o modelo de cima você terá a vista superior projetada no
plano horizontal.
Todas as arestas visíveis ao observador são desenhadas na vista
superior.
16
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A face do prisma, indicada pela letra A, é um retângulo perpendicular ao
plano horizontal. Logo, a projeção da face A no plano horizontal reduz-se a um
segmento de reta.
E, finalmente, observando o modelo de lado, você terá a vista lateral
esquerda projetada no plano lateral.
A face B do prisma, que forma o rebaixo, é um retângulo perpendicular
ao plano lateral.
No desenho, a projeção da face B é representada por uma linha
contínua larga.
Veja agora a projeção do modelo nos três planos de projeção ao mesmo
tempo
Ao selecionar a posição da peça da qual se vai fazer a projeção escolhe-
se para a vertical aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a peça; por
isso, é comum também chamar a projeção vertical (ELEVAÇÃO) de vista
principal.
17
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
As três vistas, elevação, planta e vista lateral esquerda, dispostas em
posições normalizadas pela ABNT nos dão as suas projeções.
A vista de frente (ELEVAÇÃO) e a vista de cima (PLANTA) alinham-se
verticalmente.
Por esse processo podemos desenhar qualquer peça.
Na vista lateral esquerda das projeções das peças abaixo, existem
linhas tracejadas. Elas representam as arestas não visíveis.
LINHAS
TRACEJADAS
ARESTAS NÃO
VISÍVEIS
Nas projeções abaixo, aparecem linhas de centro.
LINHAS DE CENTRO
18
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Nas projeções abaixo, foram empregados eixos de simetria.
EIXOS DE SIMETRIA
LINHAS DE CENTRO
As projeções desenhadas nas folhas anteriores apresentaram a vista
lateral esquerda, representando esquerdo, apesar de sua projeção estar à
direita da elevação.
Nos casos em que o maior número de detalhes estiver colocado no lado
direito da peça, usa-se a vista lateral direita, projetando-a à esquerda da
elevação, conforme exemplo seguinte.o que se vê olhando a peça pelo lado
ELEVAÇÃO
VISTA LATERAL
DIREITA
PLANTA
19
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Os desenhos seguintes mostram as projeções de várias peças com
utilização de apenas uma vista lateral. De acordo com os detalhes a serem
mostrados, foram utilizadas as laterais esquerda ou direita.
20
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
EXERCÍCIOS
1. Complete, à mão livre, as projeções das peças apresentadas.
21
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
2. Observe as vistas abaixo e responda:
A 10
3
F 8
4 2
5 T
H
12
S K
M 6
13 E
R
7
P V
N
9 8
a) Quais são as vistas representadas?
b) Quais as letras e números que estão indicados na vista de frente?
c) Que letra na vista de cima, representa o número 3, da vista de frente?
d) Que número na vista de frente, representa a letra A, da vista lateral?
e) Que letra na vista lateral, representa o número 5, da vista de frente?
f) Que número na vista de cima, representa a letra K, da vista de frente?
g) Que letra na vista de cima, representa a letra H da vista lateral?
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
SUPRESSÃO DE VISTAS
Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que
melhor identificam suas formas e dimensões. Podemos usar três ou mais vistas, como
também podemos usar duas vistas e, em alguns casos, até uma única vista.
Nos exemplos abaixo estão representadas peças com duas vistas. Continuará
havendo uma vista principal - vista de frente
Sendo escolhida como segunda vista aquela que melhor complete a
representação da peça.
VISTA LATERAL ELEVAÇÃO
DIREITA ELEVAÇÃO
VISTA SUPERIOR
ELEVAÇÃO VISTA LATERAL
ESQUERDA
Nos exemplos abaixo estão representadas peças por uma única vista. Neste
tipo de projeção é indispensável o uso de símbolos.
10
45 20
15
15
17
30
50
23
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
EXERCÍCIO:
Empregando duas vistas, desenhem, à mão livre, as peças
apresentadas.
24
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA
Você já sabe que, embora não existam regras fixas de cotagem, a
escolha da maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende de alguns
critérios. Os profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos
devem levar em consideração vários fatores, como por exemplo: forma da
peça; forma e localização dos seus elementos; tecnologia da fabricação;
função que esta peça irá desempenhar e a precisão requerida na execução e
no produto final.
A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização
de cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça.
Veremos, a partir de agora, os principais sistemas de cotagem, isto é, os
modos organizados de estruturar a cotagem completa da peça.
REPRESENTAÇÃO DE COTAS
COTAGEM EM CADEIA
Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes
com diâmetros diferentes.
25 30 12 28 25
A B C D E
FIGURA 3.1 – ESC 1:2
Neste desenho, foi realizada uma COTAGEM EM CADEIA. Observe
que, na cotagem em cadeia, cada parte da peça é cotada individualmente. A
parte identificada pela letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. Já a
cota 12 indica o comprimento da parte C. Analise você mesmo as demais
cotas.
Você deve ter reparado que a cotagem da peça não está completa.
Foram inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da
peça, para ilustrar a aplicação do sistema de cotagem em cadeia.
Este sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível
acúmulo de erros na execução da peça não comprometer a sua funcionalidade.
Em outras palavras, quando a exigência de precisão na execução de cada
parte da peça é muito grande, este sistema de cotagem não deve ser adotado.
25
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
COTAGEM POR ELEMENTO DE REFERÊNCIA
Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir
de uma parte da peça ou do desenho tomado como referência. Este elemento
de referência tanto pode ser uma face da peça como também uma linha básica,
isto é, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem
deve ser escolhido sempre que é necessário evitar o acúmulo de erros
construtivos na execução da peça.
COTAGEM POR FACE DE REFERÊNCIA
Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com
rebaixo. Note que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a
vista frontal apresenta a cotagem completa.
55
45
35
26
36
16
FACE DE REFERÊNCIA
FIGURA 3.2 – ESC 1:1
A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referência,
como se observa na perspectiva. A partir desta face de referência foram
indicadas as cotas: 35 e 45, foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de
referência tomada como base para indicação das cotas de comprimento 35 e
45. No desenho técnico da peça não se usa a expressão: "face de referência".
Vamos interpretar a cotagem deste desenho técnico na vista frontal.
A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o diâmetro da peça. As
cotas 45 e 35 indicam o comprimento de cada parte da peça partindo da face
escolhida como referência. Os diâmetros de cada parte da peça estão
indicados pelas cotas 16 e 26.
26
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
COTAGEM POR LINHA BÁSICA
Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a
partir de linhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de
elementos ou qualquer outra linha que facilite a interpretação dos
procedimentos construtivos da peça.
Como exemplo, observe a próxima peça, representada em perspectiva
cotada e, ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, estão
representadas apenas as cotas indicadas a partir da linha básica vertical,
apontada na perspectiva.
30 13
21 19
32
FIGURA 3.3 – ESC 1:1
As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha básica
vertical. A expressão linha básica não aparece no desenho técnico. Você deve
deduzir qual foi a linha do desenho tomada como referência analisando a
disposição das cotas.
É claro que a cotagem do desenho anterior não está completa. Foram
indicadas apenas as cotas relacionadas com a linha básica escolhida, para que
você identificasse com facilidade este tipo de cota.
27
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Analise agora um exemplo de desenho técnico cotado por mais de uma
linha básica.
FIGURA 3.4 – ESC 1:2
A cotagem por linhas básicas também é usada na representação de
peças com partes curvas irregulares. Agora você vai ver um exemplo de
cotagem por linha básica e por face de referência ao mesmo tempo, numa
peça com curvas irregulares. Analise primeiro a peça cotada em perspectiva,
para entender melhor.
FIGURA 3.5
28
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Essa peça apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas
cotas foram determinadas a partir da linha básica, que corresponde à linha de
simetria horizontal da peça. Outras foram determinadas a partir da face de
referência identificada pela letra A. Veja a mesma peça, representada em vista
única cotada.
FIGURA 3.6 – ESC 1:2
As cotas indicadas a partir da linha básica são: 24, 12, 11, 20, 29,35 e
39. As cotas indicadas a partir da face de referência são: 96, 86, 71, 56, 41, 26
e 13.
Para interpretar a localização dos elementos e a curvatura da peça você
deve analisar as cotas indicadas a partir da linha básica em conjunto com as
cotas indicadas a partir da face de referência. Os furos localizam-se a 12 mm
da linha básica e a 13 mm da face de referência. O rebaixo localiza-se a 24 mm
da linha básica e a 26 mm da face de referência. Os pares de cotas que
determinam a curvatura da peça são: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e 20, 96 e
11. As cotas básicas da peça são: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10
(espessura). Os dois furos têm diâmetros iguais e medem 10 mm.
29
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
REGRAS DE COTAGEM
FORMAS DE COTAGEM A PARTIR DE ELEMENTOS DE
REFERÊNCIA
Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as
cotas podem ser indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e
cotagem aditiva.
COTAGEM EM PARALELO: a localização dos furos é determinada a
partir da mesma face de referência. Observe que as linhas de cota estão
dispostas em paralelo umas em relação às outras. Daí o nome: cotagem em
paralelo.
FIGURA 3.7 – ESC 1:1
COTAGEM ADITIVA: este tipo de cotagem pode ser usado quando
houver limitação de espaço e desde que não cause dificuldades na
interpretação do desenho. Veja a mesma placa com 6 furos, que você estudou
cotada em paralelo, agora com aplicação de cotagem aditiva.
FIGURA 3.8 – ESC 1:1
30
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de
origem 0 (zero). As cotas são indicadas na extremidade da linha auxiliar. A
interpretação das cotas é semelhante à da cotagem paralela. Veja: a cota 8
indica a distância do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência,
que contém o ponto 0; a cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo
furo corresponde a 18 mm; a cota 34 indica a distância do terceiro furo em
relação ao mesmo elemento de referência e assim por diante. A partir do
mesmo ponto de origem 0 podemos ter cotagem aditiva EM DUAS DIREÇÕES.
É o que você vai aprender, a seguir.
FIGURA 3.9
Esta placa apresenta 7 furos, de diâmetros variados, dispostos
irregularmente na peça. A cotagem aditiva em duas direções é uma maneira
prática de indicar a localização dos furos.
O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicação das cotas em
duas direções, como você pode ver no desenho técnico a seguir.
FIGURA 3.10 – ESC 1:1
31
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A localização de cada furo é determinada por um par de cotas. Por
exemplo: a localização do furo que tem 6 mm de diâmetro fica definida pelas
cotas: 40 e 23. Isto quer dizer que o furo de 6 mm está a uma distância de 40
mm em relação ao ponto de origem, no sentido do comprimento da peça, e a
23 mm do mesmo ponto, no sentido da altura da peça. O mesmo raciocínio
permite interpretar a localização de todos os outros furos da peça.
Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na
COTAGEM POR COORDENADAS.
Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no
desenho, elas são indicadas numa tabela, próxima ao desenho. Os elementos
da peça são identificados por números. A interpretação das cotas relacionadas
a estes números, na tabela, permite deduzir a localização, o tamanho e a forma
dos elementos.
FIGURA 3.11 - PLACA COM FUROS, COTADA POR COORDENADAS.
Na cotagem por coordenadas, imagina-se a peça associada a dois
eixos perpendiculares entre si. O ponto onde estes dois eixos se cruzam é o
ponto 0 (zero), ou ponto de origem, que não aparece no desenho técnico. Um
eixo recebe o nome de x e o outro de y, como você pode ver no desenho
anterior.
A localização de cada elemento fica determinada por um par de cotas,
indicadas na tabela. Uma das cotas indica a distância
do elemento ao ponto de origem na direção do eixo x.
A outra cota indica a distância do elemento ao ponto
de origem na direção do eixo y. Acompanhe um
exemplo, para entender bem. Observe, no detalhe da
tabela, reproduzido a seguir, as informações referentes
ao furo nº 1. FIGURA
3.12
O centro do furo nº 1 está localizado a uma distância de 8 mm do ponto
0, na direção do eixo x e a uma distância de 8 mm, na direção do eixo y. O furo
nº 1 é redondo e tem 4 mm de diâmetro.
32
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
SÍMBOLOS E CONVENÇÕES
No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por
meio de uma simbologia que transmitia apenas informações qualitativas. Esta
simbologia, que hoje se encontra ultrapassada, não deve ser utilizada em
desenhos técnicos mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça,
pois pode vir a encontrá-Ia em desenhos mais antigos.
SÍMBOLO SIGNIFICADO
Indica que a superfície deve permanecer bruta, sem
acabamento, e as rebarbas devem ser eliminadas.
Indica que a superfície deve ser desbastada. As estrias
produzidas pela ferramenta podem ser percebidas pelo tato ou
visão.
Indica que a superfície deve ser alisada, apresentando
dessa forma marcas pouco perceptível à visão.
Indica que a superfície deve ser polida, e assim ficar lisa,
brilhante, sem marcas visíveis.
TABELA 3.1 - SÍMBOLOS DE ACABAMENTO SUPERFICIAL E SEU SIGNIFICADO
Atualmente, a avaliação da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas normas
NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma quantitativa,
permitindo que ela seja medida. Este é o próximo assunto que você vai
estudar.
AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE
A norma brasileira adota o sistema de linha média para avaliação da
rugosidade.
33
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
FIGURA 3.13 - PERFIL DE UMA SUPERFÍCIE. REPRESENTAÇÃO DA LINHA
MÉDIA
A1 e A2 representam as saliências da superfície real. A3 e A4
representam os sulcos ou reentrâncias da superfície real.
Não é possível a determinação dos erros de todos os pontos de uma
superfície. Então, a rugosidade é avaliada em relação a uma linha (p), de
comprimento c, que representa uma amostra do perfil real da superfície
examinada.
A linha média acompanha a direção geral do perfil, determinando áreas
superiores e áreas inferiores, de tal forma que a soma das áreas superiores
(A1 e A2, no exemplo) seja igual à soma das áreas inferiores (A3 e A4, no
mesmo exemplo), no comprimento da amostra. A medida da rugosidade é o
desvio médio aritmético (Ra) calculado em relação à linha média.
FIGURA 3.14 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA RUGOSIDADE MÉDIA
A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que
correspondem a determinados desvios médios aritméticos (Ra) expressos em
mícrons (m). Veja, na tabela reproduzida a seguir, as 12 classes de
rugosidade e os desvios correspondentes.
CLASSES DE RUGOSIDADE DESVIO MÉDIO ARITMÉTICO
Ra (m)
N 12 50
N 11 25
N 10 12,5
N9 6,3
N8 3,2
N7 1,6
N6 0,8
N5 0,4
N4 0,2
N3 0,1
N2 0,05
N1 0,025
TABELA 3.2 – CARACTERÍSTICAS DA RUGOSIDADE (RA).
34
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Como exemplos: um desvio de 3,2m corresponde a uma classe de
rugosidade N 8; a uma classe de rugosidade N 6 corresponde um valor de
rugosidade Ra = 0,8 m.
INDICAÇÃO DE RUGOSIDADE NOS DESENHOS TÉCNICOS
O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é
constituído por duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de
60º entre si e em relação à linha que representa a superfície considerada.
FIGURA 3.15
Este símbolo, isoladamente, não tem qualquer valor. Quando, no
processo de fabricação, é exigida remoção de material, para obter o estado de
superfície previsto, o símbolo básico é representado com um traço adicional.
FIGURA 3.16
A remoção de material sempre ocorre em processos de fabricação que
envolvem corte, como por exemplo: o torneamento, a fresagem, a perfuração
entre outros. Quando a remoção de material não é permitida, o símbolo básico
é representado com um círculo, como segue.
FIGURA 3.17
O símbolo básico com um círculo pode ser utilizado, também, para
indicar que o estado de superfície deve permanecer inalterado mesmo que a
superfície venha a sofrer novas operações.
Quando for necessário fornecer indicações complementares, prolonga-
se o traço maior do símbolo básico com um traço horizontal e sobre este traço
escreve se a informação desejada.
FIGURA 3.18
35
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
No exemplo anterior está indicado o processo de remoção de material
por fresagem.
INDICAÇÃO DO VALOR DA RUGOSIDADE
Você já sabe que o valor da rugosidade tanto pode ser expresso
numericamente, em mícron, como também por classe de rugosidade.
O valor da rugosidade vem indicado sobre o símbolo básico, com ou
sem sinais adicionais.
FIGURA 3.19
As duas formas de indicar a rugosidade são corretas. Quando for
necessário estabelecer os limites máximo e mínimo das classes de rugas
idade, estes valores devem ser indicados um sobre o outro. O limite máximo
deve vir escrito em cima.
FIGURA 3.20
Nesse exemplo, a superfície considerada deve ter uma rugosidade Ra
compreendida entre um valor máximo N 9 e um valor mínimo N 7 que é o
mesmo que entre 6,3 m e 1,6 m. Para saber a equivalência das classes de
rugosidade em mícron (m), basta consultar a tabela de Características da
rugosidade (Ra), vista anteriormente.
SÍMBOLO PARA A DIREÇÃO DAS ESTRIAS
Há outra característica microgeométrica que deve ser levada em conta
no processo de fabricação e na avaliação da rugosidade: trata-se da direção
das estrias, que são as pequenas linhas ou os sulcos deixados na superfície
usinada pela ferramenta usada no processo de fabricação da peça.
Quando for necessário definir a direção das estrias isso deve ser
feito por um símbolo adicional ao símbolo do estado de rugosidade.
Os símbolos para direção das estrias são normalizados pela
NBR8404/84. Vejam, a seguir, quais são os símbolos normalizados.
36
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
O símbolo indica que as estrias são paralelas ao plano de projeção
da vista sobre a qual o símbolo é aplicado. Acompanhe o exemplo. Imagine
que após a usinagem, as estrias da superfície devem ficar na direção indicada
na perspectiva. Veja, ao lado, a indicação da direção das estrias no desenho
técnico.
FIGURA 3.21
Note que, no desenho técnico, o símbolo de rugosidade foi representado
na vista frontal. Ao seu lado, foi representado o símbolo, que indica a
posição das estrias em relação ao plano de projeção da vista frontal.
Lembre-se de que as estrias não são visíveis a olho nu por serem
características microgeométricas. A indicação da direção das estrias, no
desenho técnico, informa ao operador da máquina qual deve ser a posição da
superfície a ser usinada em relação à ferramenta que vai usiná-Ia.
O símbolo indica que as estrias são perpendiculares ao plano de
projeção da vista sobre a qual ele é aplicado. Veja no desenho.
FIGURA 3.22
O símbolo , ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal indica
que a posição das estrias da superfície a ser usinada deve ser perpendicular
ao plano de projeção da vista frontal.
Quando as estrias devem ficar cruzadas, em duas direções oblíquas,
como mostram os desenhos abaixo, o símbolo de direção das estrias é X.
FIGURA 3.23
37
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Repare que os símbolos: , representados na vista frontal, indicam
qual a superfície a ser usinada e quais as direções das estrias resultantes.
Outra possibilidade é que as estrias se distribuam em muitas direções,
como nos desenhos abaixo:
FIGURA 3.24
O símbolo indicativo de direções das estrias é M, que aparece
representado ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal.
Quando as estrias devem formar círculos aproximadamente
concêntricos, como mostram os próximos desenhos, o símbolo de direção das
estrias é C.
FIGURA 3.25
Repare que o símbolo C aparece representado ao lado do símbolo de
rugosidade, no desenho técnico.
Finalmente, as estrias podem se irradiar a partir do ponto médio da
superfície à qual o símbolo se refere. Veja.
FIGURA 3.26
O símbolo R, ao lado do símbolo de rugosidade, indica que a direção
das estrias é radial em relação ao ponto médio da superfície a ser usinada.
38
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
COTAGEM DE DETALHES
INDICAÇÃO DE SOBREMETAL PARA USINAGEM
Quando uma peça fundida deve ser submetida a usinagem posterior, é
necessário prever e indicar a quantidade de sobremetal, isto é, de metal a
mais, exigido para a usinagem.
Quando for necessário indicar esse valor, ele deve ser representado à
esquerda do símbolo, de acordo com o sistema de medidas utilizado para
cotagem. Veja um exemplo.
FIGURA 3.27
O numeral 5, à esquerda do símbolo de rugosidade, indica que a
superfície fundida deve ter 5 mm de espessura a mais do que a dimensão
nominal da cota correspondente.
DISPOSIÇÃO DAS INDICAÇÕES DE ESTADO DE SUPERFÍCIE
Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em
relação ao símbolo, conforme as posições a seguir:
FIGURA 3.28
Relembre o que cada uma das letras indica:
a - valor da rugosidade Ra, em m, ou classe de rugosidade N 1 a N 12;
b - método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície;
c - comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm;
d - direção predominante das estrias;
e - sobremetal para usinagem (m).
39
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
INDICAÇÕES DE ESTADO DE SUPERFÍCIE NOS DESENHOS
Os símbolos e as inscrições devem estar representados de tal modo que
possam ser lidos sem dificuldade. Veja um exemplo.
FIGURA 3.29
No exemplo acima, a rugosidade Ra das faces: inferior e lateral direita é
igual a 6,3 m.
O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio
de uma linha de indicação, como no próximo desenho.
FIGURA 3.30
Note que a linha de indicação apresenta uma seta na extremidade que
toca a superfície. Observe novamente o desenho anterior e repare que o
símbolo é indicado uma vez para cada superfície. Nas peças de revolução, o
símbolo de rugosidade é indicado uma única vez, sobre a geratriz da superfície
considerada. Veja.
FIGURA 3.31
O símbolo indica que a superfície de revolução inteira deve apresentar o
mesmo estado de superfície. Quando todas as superfícies da peça têm o
mesmo grau de rugosidade, a indicação é feita de maneira simplificada.
40
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Caso se trate de uma peça isolada, a indicação do estado de rugosidade
é representada próxima à vista da peça, como no desenho a seguir.
FIGURA 3.32
Se a peça faz parte de um conjunto mecânico, ela recebe um número de
referência que a identifica e informa sobre a posição da peça no conjunto.
Nesse caso, a indicação do estado de superfície vem ao lado do número de
referência da peça, como no próximo desenho.
FIGURA 3.33
Quando um determinado estado de superfície é exigido para a maioria
das superfícies de uma peça, o símbolo de rugosidade correspondente vem
representado uma vez, ao lado superior direito da peça. Os demais símbolos
de rugosidade, que se referem as superfícies indicadas diretamente no
desenho, vêm após o símbolo principal, entre parênteses. Veja um exemplo.
FIGURA 3.34
Neste exemplo, N 9 é a classe de rugosidade predominante. Uma das
superfícies de revolução deve apresentar a classe N 8 e a superfície do furo
longitudinal deve apresentar a classe N 6. O símbolo pode ser representado
dentro dos parênteses para substituir as indicações específicas de classes de
rugosidade. No exemplo anterior, onde aparece esta indicação
pode ser substituída por.
41
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Quando a peça leva número de referência, a indicação da rugosidade
geral e das rugosidades específicas vem ao lado do número de referência,
como no desenho abaixo.
FIGURA 3.35
CORRESPONDÊNCIA ENTRE OS SÍMBOLOS DE ACABAMENTO E
CLASSES DE RUGOSIDADE
Os símbolos indicativos de acabamento superficial, apresentados, vêm
sendo gradativamente substituídos pelas indicações de rugosidade. É possível
que você ainda encontre desenhos que apresentem aquela simbologia já
superada. Na prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre
os antigos símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de
rugosidade:
SÍMBOLO SÍMBOLO INDICATIVO DE
RUGOSIDADE
de N 10 a N 12
de N 7 a N 9
de N4 a N6
Tabela 3.3 – As classes de N 1 a N 3 correspondem a graus de
rugosidade mais “finos” que o polido ( )
42
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
ESCALA
Os desenhos que utilizamos em oficinas, para orientar a construção de
uma peça, nem sempre podem ser executados com os valores reais das
medidas da peça. Por exemplo: é impossível representar no desenho uma
mesa de três metros de comprimento em seu tamanho real, como é também
difícil ou quase impossível representar em seu tamanho natural uma peça para
relógio, com três milímetros de diâmetro.
O recurso será, então, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a
proporção da peça a ser executada.
Em todos estes casos, isto é, desenhando na mesma medida, reduzindo
ou ampliando, estará empregando escalas. Escala é, portanto, a relação entre
as medidas do desenho e a da peça.
TIPOS E EMPREGOS
Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou quando tiver as
mesmas dimensões indicadas nas cotas, teremos a ESCALA NATURAL.
A escala natural é indicada da seguinte forma: Escala 1:1, que se lê
"Escala um por um".
FIGURA 4.1 – ESCALA 1:1
Vemos o desenho de um punção de bico com todas as indicações
necessárias à sua execução na oficina. Note que, devido ao seu tamanho, foi
possível desenhar em escala natural.
Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do
que o tamanho da própria peça, estaremos usando ESCALA DE REDUÇÃO.
Note que, embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservaram as
medidas reais da peça.
A escala de redução é indicada da seguinte forma: ESCALA 1:2, que se
lê "ESCALA UM POR DOIS".
FIGURA 4.2 – ESCALA 1:2
43
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Neste exemplo, o desenho está duas vezes menor que os valores das
cotas.
As escalas de redução recomendadas pela ABNT são as seguintes:
1:2,
1:2,5,
1:5 e
1:10 até
1:100.
Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior do que
esta, estaremos usando ESCALA DE AMPLIAÇÃO. Note que as cotas
conservaram, também, os valores reais da peça.
A escala de ampliação é indicada da seguinte forma: ESCALA 2:1, que
se lê "ESCALA DOIS POR UM”, significando que o desenho é duas vezes
maior que a peça.
FIGURA 4.3 – ESCALA 2:1
As escalas de ampliações recomendadas pela ABNT são as seguintes:
2:1,
5:1e
10:1.
A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da
seguinte forma: usam-se dois números. O primeiro, refere-se ao desenho e o
segundo, à peça.
Desenho Peça
1 : 2
Figura 4.4 – Isto significa que 2 mm na peça, corresponde a 1 mm no desenho.
44
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A redução ou ampliação só terá efeito para o traçado do desenho, pois
na cotagem colocaremos as medidas reais da peça.
Em escalas as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação
como as lineares; por exemplo, seja qual for a escala empregada, um ângulo
de 60º será representado com o mesmo valor.
1 2
Figura 4.5 – 1 = Escala 1:1 2 = Escala 1:2
OBSERVAÇÕES: - A ESCALA DO DESENHO DEVE
OBRIGATORIAMENTE SER INDICADA NA LEGENDA.
Constando na mesma folha desenhos em escalas diferentes, estas
devem ser indicadas tanto na legenda como junto aos desenhos a que
corresponde.
Sempre que possível devemos desenhar em escala natural.
45
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
EXERCÍCIOS
1. Complete as lacunas:
DIMENSÃO DA DIMENSÃO NO
ESCALA
PEÇA DESENHO
42 1:2
1:1 70
1:2 22
35 175
65 1:2,5
1:5 40
8 2:1
25,4 25,4
145 29
16 2:1
5:1 260
75 30
220 1:10
1:2,5 16
2:1 74
60 12
2,6 10:1
5:1 72
1,2 12
1:2,5 15
2. Coloque os valores numéricos nas linhas de cota, de acordo com a
escala indicada.
46
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
CORTES E SEÇÕES
INTRODUÇÃO
Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos, para
facilitar a interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o
emprego do corte, seriam de difícil interpretação.
Vimos que as vistas principais apresentam detalhes internos, com linhas
tracejadas indicando os contornos e arestas não visíveis, como o exemplo
abaixo.
FIGURA 5.1 – 1 = PERSPECTIVA DA PEÇA 2 = VISTAS ESSENCIAIS DA PEÇA
Se empregarmos o corte, os detalhes internos passarão a ficar visíveis.
Imaginemos que a peça seja cortada no sentido longitudinal e a parte da frente,
retirada; na projeção, teremos a elevação em corte.
FIGURA 5.2
OBSERVAÇÕES: - o corte é imaginário.
47
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
- o sombreado, na projeção, corresponde à parte da peça
que foi atingida pelo corte. A região não sombreada indica a não atingida.
FIGURA 5.3
Imaginemos, agora, que a peça seja cortada no sentido transversal.
FIGURA 5.4
Na representação teremos a vista lateral em corte.
FIGURA 5.5
48
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A seguir, temos outro exemplo, em que a peça foi cortada por um plano
horizontal e a parte de cima, retirada.
FIGURA 5.6
Na representação teremos a planta em corte.
FIGURA 5.7
OBSERVAÇÃO:
Pelo exposto, vimos que as vistas que não são atingidas pelos cortes
não sofrem alteração em sua representação.
HACHURAS
As hachuras servem para evidenciar as áreas de cortes. São utilizados
traços estreitos inclinados a 45º em relação às linhas principais do contorno ou
eixos de simetria.
FIGURA 5.8
49
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
O detalhe desenhado separadamente de sua vista deve ser hachurado
na mesma direção. Nos desenhos de conjunto, as peças adjacentes devem ser
hachuradas em direções ou espaçamentos diferentes.
FIGURA 5.9
O espaçamento entre as linhas das hachuras será determinado em
função do tamanho da superfície a ser hachurada.
Sendo a área a hachurar muito grande, pode-se limitar o hachurado à
vizinhança do contorno, deixando a parte central em branco. As hachuras
devem ser interrompidas quando necessitar inscrever na área hachurada.
FIGURA 5.10
LINHA DE CORTE
O plano de corte é indicado, no desenho, por linha grossa com traço e
ponto, denominada linha de corte.
O corte é indicado numa vista e representado em outra. Havendo
necessidade de registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em
corte, este é indicado por setas nos extremos da linha de corte.
FIGURA 5.11
50
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano,
empregam-se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB ou AB,
CD etc.), colocadas ao lado das setas, nos extremos da linha de corte,
escrevendo-se tais letras, junto à vista em corte correspondente, como no
exemplo seguinte.
FIGURA 5.12
CORTE TOTAL
O corte total ocorre quando a peça e cortada imaginariamente, em toda
a sua extensão.
OBSERVAÇÃO: Deve ficar claro que, para o traçado da vista em corte,
imaginamos retirada a parte da peça que impedia a visão; porém, para o
traçado das outras vistas a referida parte é considerada como não retirada.
FIGURA 5.13
51
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Nas vistas em corte, os detalhes não visíveis poderão ser omitidos,
desde que não dificultem a leitura do desenho.
Se a peça apresentar detalhes que não estejam colocados no plano do
corte e cuja representação se faça necessária, desvia-se o corte a fim de
alcançá-los, como no exemplo seguinte. Este corte é chamado de corte em
desvio.
FIGURA 5.14
OBSERVAÇÃO: As arestas formadas (teoricamente) pelo desvio da
linha de corte não são representadas na vista hachurada, como nos exemplos
acima.
MEIO CORTE
Quando uma peça é simétrica, não há necessidade de empregarmos o
corte total para mostrar seus detalhes internos. Podemos utilizar o meio corte
mostrando a metade da peça em corte com seus detalhes internos e a outra
metade em vista externa. Este tipo de corte é peculiar a objetos simétricos.
FIGURA 5.15
52
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
OBSERVAÇÃO: Por convenção, não se indicam os detalhes não
visíveis, mesmo na parte não cortada.
FIGURA 5.16
CORTE PARCIAL
Corte parcial é o corte utilizado para mostrar apenas uma parte interna
do objeto ou peça, possibilitando esclarecer pequenos detalhes internos sem
necessidade de recorrer ao corte total ou meio corte.
A parte cortada é limitada por uma linha de ruptura e pelo contorno do
desenho da peça.
FIGURA 5.17
OBSERVAÇÃO: Neste corte, permanecem as linhas de contornos e
arestas não visíveis, não atingidas pelo corte parcial.
53
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
SEÇÕES
As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de
peças, evitando vistas desnecessárias, que nem sempre identificam a peça.
FIGURA 5.18
FIGURA 5.19 - SEÇÕES TRAÇADAS SOBRE A PRÓPRIA VISTA
FIGURA 5.20 - SEÇÃO TRAÇADA COM A INTERRUPÇÃO DA VISTA
FIGURA 5.21 - SEÇÕES TRAÇADAS FORA DAS VISTAS
54
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
RUPTURAS
Rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho
de peças que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para
melhor aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com a sua forma,
obedecem às convenções abaixo.
Figura 5.22 - A linha de ruptura é de espessura média
A representação de rupturas é empregada quando, na parte que se
imagina retirada, não houver detalhes que necessitem ser mostrados.
OBSERVAÇÃO: o comprimento real da peça é dado pelo valor
numérico da cota.
FIGURA 5.23
55
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
OMISSÃO DE CORTE
Observe a vista em corte, representada a seguir. O desenho aparece
totalmente hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da
peça.
FIGURA 5.24
Observe agora os dois modelos a seguir representados em corte.
FIGURA 5.25
Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior?
Como as áreas atingidas pelo corte são semelhantes, fica difícil, à
primeira vista, dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na
vista hachurada. Para responder a essa questão, você precisa, antes, estudar
omissão de corte. Assim, você será capaz de:
Identificar elementos que devem ser representados com omissão
de corte;
Identificar vistas ortográficas onde há representação com omissão
de corte, e
Interpretar elementos representados com omissão de corte.
Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão
de corte, as hachuras são parcialmente omitidas.
Analisando o próximo exemplo, você vai entender as razões pelas quais
certos elementos devem ser representados com omissão de corte. Compare as
duas escoras, a seguir.
FIGURA 5.26
56
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A escora da esquerda é inteiramente sólida, maciça. Já a escora da
direita, com nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de
partes maciças. Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinal
FIGURA 5.27
As áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para diferenciar as
vistas ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das duas tem
estrutura mais leve, a peça com nervura deve ser representada com omissão
de corte. Veja.
FIGURA 5.28
Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi representada
no desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as hachuras da nervura
foram omitidas.
Representando a nervura com omissão de corte não se fica com a
impressão de que a peça com nervura é tão maciça quanto a outra.
ELEMENTOS REPRESENTADOS COM OMISSÃO DE CORTE
Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de
corte, quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados
pela ABNT (NBR 10.067/1987).
Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de
corte você estudará também nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e
braços de engrenagens.
57
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos.
FIGURA 5.29 FIGURA 5.30
FIGURA 5.31 FIGURA 5.32
DESENHOS TÉCNICOS COM OMISSÃO DE CORTE
Vamos retomar o desenho da escora com nervura e analisar as suas
vistas ortográficas.
FIGURA 5.33
O corte foi imaginado vendo-se a peça de frente. A vista onde o corte
aparece representado é a vista frontal. A nervura foi atingida pelo corte no
sentido longitudinal. Na vista frontal, a nervura está representada com omissão
de corte. Abaixo da vista frontal vem o nome do corte: CORTE AA. O local por
onde passa o plano de corte vem indicado na vista superior, pela linha traço e
ponto estreita, com traços largos nas extremidades. As setas apontam a
direção em que foi imaginado o corte. As letras, ao lado das setas, identificam
o corte. A vista lateral aparece representada normalmente, da maneira como é
vista pelo observador.
58
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
OBSERVAÇÃO: A nervura só é representada com omissão de corte
quando é atingida pelo corte longitudinalmente.
Analise outro exemplo. Observe a peça em perspectiva abaixo.
FIGURA 5.34
Vamos imaginar que a peça foi atingida por um plano de corte
longitudinal vertical, para poder analisar as nervuras.
Numa representação normal de corte, toda a área maciça atingida pelo
corte deveria ser hachurada, como mostra o desenho a seguir.
FIGURA 5.35
Mas esta representação daria uma idéia falsa da estrutura da peça.
Então, é necessário imaginar a omissão de corte na nervura longitudinal.
FIGURA 5.36
Nas vistas ortográficas desta peça, a vista representada em corte é a
vista frontal. Na vista frontal, a nervura atingida longitudinalmente pelo corte é
representada com omissão de corte. A nervura transversal é representada
hachurada.
59
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
OUTROS CASOS DE OMISSÃO DE CORTE
Braços de polias também devem ser representados com omissão de
corte. Veja um exemplo, comparando as duas polias, representadas a seguir.
FIGURA 5.37
Imagine as polias selecionadas, como mostram as ilustrações seguintes.
FIGURA 5.38
Numa representação normal, as vistas das duas polias ficariam iguais.
Veja.
FIGURA 5.39
60
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Para diferenciar as representações das duas polias e para dar uma idéia
mais real da estrutura da peça, os braços da polia são representados com
omissão de corte no desenho técnico.
FIGURA 5.40
DENTES E BRAÇOS DE ENGRENAGENS também devem ser
representados com omissão de corte. Engrenagem é um assunto que você vai
estudar detalhadamente em outra aula. Agora, o importante é analisar os
dentes e os braços da engrenagem, que vêm a seguir.
Veja a perspectiva de uma engrenagem e, ao lado, sua vista lateral em
corte transversal.
FIGURA 5.41
Observe agora as vistas ortográficas da engrenagem.
FIGURA 5.42
61
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Note que os braços e os dentes da engrenagem, apesar de serem
partes maciças atingidas pelo corte, não estão hachurados. Esses elementos
estão representados com omissão de corte.
Finalmente, veja a perspectiva de uma peça com NERVURA e
ORELHA, e seu desenho técnico mostrando esses elementos representados
com omissão de corte.
FIGURA 5.43
62
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
PERSPECTIVA
A perspectiva, por ser desenho ilustrativo, auxilia a interpretação de
peças, embora em muitos casos, não possa mostrar todos os detalhes.
FIGURA 6.1
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e
eficientes. Parte de três eixos a 120 graus (isométricos) sobre os quais
marcam-se as medidas, da peça.
As arestas paralelas da peça são traçadas na perspectiva isométrica por
linhas também paralelas.
FIGURA 6.2
Os quadros de 1 a 6 mostram a seqüência do traçado à mão livre da
perspectiva isométrica.
FIGURA 6.3
63
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
TRAÇADO EM ESBOÇO DA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DE
OBJETOS CILÍNDRICOS
Para esboçar a perspectiva de objetos cilíndricos, é necessário que se
saiba esboçar circunferência e arcos de circunferência em perspectiva
isométrica.
Normalmente, uma circunferência é representada em perspectiva
isométrica através de uma elipse. Damos a esta elipse o nome de elipse
isométrica.
FIGURA 6.4
O traçado em esboço de uma elipse isométrica, se faz na seqüência que
se segue.
1º) Inicialmente, trace levemente três eixos isométricos.
FIGURA 6.5
2º) Marque, sobre os eixos que partem para a direita e para a esquerda,
a medida do diâmetro da circunferência, e trace, com linhas finas, a perspectiva
isométrica da figura circunscrita à circunferência. Para facilitar a construção
esboço, coloca-se em cada vértice do quadrado em perspectiva isométrica uma
letra.
FIGURA 6.6
64
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
3º) Marque os pontos médios das linhas entre as letras AB, BC, CD e
DA. A partir das letras A e C, trace linhas retas, passando por estes pontos. Na
interseção (no cruzamento) destas retas, marque os pontos 1 e 2 (centro dos
arcos menores); A e C (centro dos arcos maiores).
FIGURA 6.7
4º) Agora, trace linhas curvas, tendo os pontos 1 e 2 como centro dos
arcos tangentes às linhas isométricas. Pela mesma forma, complete a elipse,
traçando os arcos maiores com centro nas letras A e C.
FIGURA 6.5
5º) Analise agora a forma da elipse isométrica e, se necessário, procure
dar a ela uma forma agradável.
FIGURA 6.6
Para esboçar a elipse isométrica, em qualquer face de um objeto,
devemos usar sempre o mesmo processo.
FIGURA 6.7
Veja agora, como esboçar a perspectiva isométrica de um arco de
circunferência.
65
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
1º) Marque na face superior do objeto os pontos A, B, C e D, sendo AB
e DC igual ao valor do diâmetro do arco.
FIGURA 6.8
2º) Marque os pontos E, F, G e H, que são os pontos médios dos
segmentos AB, BC, CD e DA, respectivamente. Trace a partir de C, linhas que
passam por E e H; a partir de A, linhas que passam por F e G, determinando os
pontos M e N. Com centro em C, trace o arco tangente aos pontos H e E. Com
centro em M, trace o arco tangente aos pontos G e H. Neste traçado obtemos a
curvatura da face superior do objeto.
FIGURA 6.9
3º) Para a face inferior do objeto, use o mesmo processo, para traçar o
arco. A ligação entre as duas faces, é feita através de uma linha reta tangente
aos arcos.
FIGURA 6.10
66
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
4º) Finalmente, reforce o traçado dos arcos e das arestas visíveis.
Apague as linhas que foram usadas para a construção e analise
cuidadosamente o esboço.
FIGURA 6.11
Os exemplos seguintes mostram o traçado de arcos em outras posições.
FIGURA 6.12 – EXEMPLO 1.
FIGURA 6.13 – EXEMPLO 2.
67
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
CONJUNTOS MECÂNICOS
Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositivos ou estrutura,
com suas partes montadas.
As peças são representadas nas mesmas posições que ocupam
no conjunto mecânico.
O primeiro conjunto que você vai estudar, a fim de interpretar
desenhos para execução de conjunto mecânico é o GRAMPO FIXO.
FIGURA 7.1
O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças
temporariamente. As peças a serem fixadas ficam no espaço "a". Esse espaço
pode ser reduzido ou ampliado, de acordo com o movimento rotativo do
manípulo (peça nº 4) que aciona o parafuso (peça nº 3) e o encosto móvel
(peça nº 2). Quando o espaço "a" é reduzido, ele fixa a peça e quando
aumenta, solta a peça.
O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas
ortográficas. Cada uma das peças que compõem o conjunto é identificada por
um numeral.
O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível.
Observe esse sistema de numeração na representação ortográfica do grampo
fixo. Note que a numeração das peças segue o sentido horário.
Os numerais são ligados a cada peça por LINHAS DE CHAMADA. As
linhas de chamada são representadas por uma linha contínua estreita. Sua
extremidade termina com um PONTO, quando toca a superfície do objeto.
Quando toca a aresta ou contorno do objeto, termina com SETA.
68
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira como
devem ser montadas no conjunto, fica fácil perceber como elas se relacionam
entre si e assim deduzir o funcionamento de cada uma.
Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece
cotado. Mas, quando o desenho de conjunto é utilizado para montagem, as
cotas básicas podem ser indicadas.
O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em
perspectiva isométrica, como mostra a ilustração seguinte.
FIGURA 7.2
Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será
montado.
VISTA EXPLODIDA
Outra maneira de representar o conjunto é através do desenho de
perspectiva não montada. As peças são desenhadas separadas, mas
permanece clara a relação que elas mantêm entre si.
Esse tipo de representação é também chamada perspectiva explodida.
FIGURA 7.3
69
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para
fornecer informações para a construção de peças. O uso da perspectiva é mais
comum nas revistas e catálogos técnicos.
Veremos ainda como é feita a interpretação de desenhos para execução
de conjuntos mecânicos em projeções ortográficas, que é a forma de
representação empregada nas indústrias. O conjunto mecânico que será
estudado primeiramente é o grampo fixo.
INTERPRETAÇÃO DA LEGENDA
Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de
papel normalizada.
FIGURA 7.4
70
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
No desenho para execução, a LEGENDA é muito importante. A legenda
fornece informações indispensáveis para a execução do conjunto mecânico e é
constituída de duas partes: RÓTULO e LISTA DE PEÇAS.
A disposição e o número de informações da legenda podem variar.
Geralmente, as empresas criam suas próprias legendas de acordo com suas
necessidades.
A NBR 10 068/1987 normaliza apenas o comprimento da legenda.
Temos a seguir, a legenda criada para o curso.
FIGURA 7.5
É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as
informações que o rótulo e a lista de peças contêm.
Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos analisá-
las separadamente a começar pelo rótulo.
FIGURA 7.6
As informações mais importantes do rótulo são:
Nome do conjunto mecânico: GRAMPO FIXO.
Tipo de desenho: CONJUNTO (a indicação do tipo de desenho é
sempre feita entre parênteses).
Escala do desenho: 1:1 (natural).
Símbolo indicativo de diedro: 1º diedro.
Unidade de medida: milímetro.
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho
de montagem são:
Número do desenho (correspondente ao lugar que ele deve
ocupar no arquivo).
Nome da instituição responsável pelo desenho.
Assinaturas dos responsáveis pelo desenho.
Data da sua execução.
71
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Veja, a seguir, a LISTA DE PEÇAS.
TABELA 7.1
Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de
peças informa:
A quantidade de peças que formam o conjunto.
A identificação numeral de cada peça.
A denominação de cada peça.
A quantidade de cada peça, no conjunto.
Os materiais usados na fabricação das peças.
As dimensões dos materiais de cada peça.
Acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo.
O grampo fixo é composto de cinco peças.
Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto
móvel, parafuso, manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são
necessárias duas cabeças e uma unidade de cada uma das outras peças.
Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de
aço é padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais
1010 e 1020 indicam o material a ser usado, que nesse caso é o aço-carbono.
Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a
porcentagem de carbono existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de
carbono pode variar entre 0,10 e 0,20%.
Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo
de aço. Mas, as seções e as medidas do material de fabricação são variáveis.
O que indica as variações das seções são os símbolos: ,
Observem, nas listas de peças, as indicações das seções:
72
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
As seção do aço do CORPO é retangular ( ).
As seções dos aços do PARAFUSO, do MANÍPULO e das
CABEÇAS são circulares ().
Já o símbolo # indica que o material de fabricação é CHAPA. O
símbolo # acompanhado de um numeral indica a BITOLA da chapa.
O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A
espessura da chapa #16 corresponde a 1,52 mm.
DESENHO DE DETALHE
Desenho de componente é o desenho de uma peça isolada que compõe
um conjunto mecânico.
Desenho de detalhe é o desenho de um elemento, de uma parte de um
elemento, de uma parte de um componente ou de parte de um conjunto
montado.
O desenho de componente dá uma descrição completa e exata da
forma, dimensões e modo de execução da peça.
O desenho de componente deve informar, claramente sobre a forma, o
tamanho, o material e o acabamento de cada parte. Deve esclarecer quais as
operações de oficina que serão necessárias, que limites de precisão deverão
ser observados etc.
Cada peça que compõe o conjunto mecânico deve ser representada em
desenho de componente.
Apenas as peças padronizadas, que não precisam ser executadas pois
são compradas de fornecedores externos, não são representadas em desenho
de componente.
Essas peças aparecem representadas apenas no desenho de conjunto e
devem ser requisitadas com base nas especificações da lista de peças.
Os desenhos de componentes também são representados em folha
normalizada.
A folha do desenho de componente também é dividida em duas partes:
espaço para o desenho e para a legenda.
A interpretação do desenho de componente depende da interpretação
da legenda e da interpretação do desenho propriamente dito.
73
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Veja a seguir, o desenho de componente da peça 2 do grampo fixo.
FIGURA 7.7
A legenda do desenho de componente é bastante parecida com a
legenda do desenho de conjunto. Ela também apresenta rótulo e lista de peças.
74
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Examine, com atenção, a legenda do desenho de componente da peça
2.
FIGURA 7.8
A interpretação do rótulo do desenho de componente é semelhante à do
rótulo do desenho de conjunto.
Uma das informações que varia é a indicação do tipo de desenho:
componente em vez de conjunto.
Podem variar, também, o número do desenho e os responsáveis por sua
execução.
Os desenhos de componente e de detalhe podem ser representados em
escala diferente da escala do desenho de conjunto.
Nesse exemplo, a peça 2 foi desenhada em escala de ampliação (2:1),
enquanto que o conjunto foi representado em escala natural (1:1).
A lista de peças apresenta informações sobre a peça representada.
INTERPRETAÇÃO DO DESENHO DE COMPONENTE
Acompanhe a interpretação do desenho do ENCOSTO MÓVEL. Ele está
representado com supressão de vistas. Apenas a VISTA FRONTAL está
representada.
A vista frontal está representada em corte total. Analisando as cotas,
percebemos que o encosto tem a forma de uma calota esférica, com um furo
passante.
75
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A superfície interna do ENCOSTO tem a forma côncava.
FIGURA 7.9 – DESENHO DE COMPONENTE: ENCOSTO MÓVEL.
As cotas básicas do encosto são: diâmetro = 18 mm e altura = 4 mm.
O diâmetro do furo passante é de 6 mm. O raio da superfície esférica é
de 12mm.
A espessura do encosto é de 1,52 mm e corresponde à espessura do
Aço ABNT 1010-1020, bitola 16.
O numeral 2, que aparece na parte superior do desenho, corresponde ao
número da peça.
O símbolo , ao lado do número 2, é o símbolo de rugosidade, e indica
o estado de superfície que a peça deverá ter.
O círculo adicionado ao símbolo básico de rugosidade indica que a
superfície da chapa para o encosto deve permanecer como foi obtida na
fabricação. Isto quer dizer que a remoção de material não é permitida.
Não há indicações de tolerâncias específicas, pois trata-se de uma peça
que não exige grande precisão. Apenas a tolerância dimensional geral foi
indicada: 0,1.
Acompanhe a interpretação dos desenhos das demais peças que
formam o grampo fixo.
Vamos analisar, em seguida, o desenho de componente da peça nº 1,
que é o CORPO.
76
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Veja a representação ortográfica do corpo em papel normalizado e siga
as explicações, comparando-as sempre com o desenho.
FIGURA 7.10
77
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Examinando o rótulo, vemos que o corpo está representado em escala
natural (1:1), no 1º diedro.
As medidas da peça são dadas em milímetros.
A lista de peças traz as mesmas informações já vistas no desenho de
conjunto.
O corpo está representado pela vista frontal e duas vistas especiais:
vista de A e vista de B.
A vista de A e a vista de B foram observadas conforme o sentido das
setas A e B, indicadas na vista frontal.
A vista frontal apresenta um corte parcial e uma seção rebatida dentro
da vista.
O corte parcial mostra o furo roscado. O furo roscado tem uma rosca
triangular métrica normal. A rosca é de uma entrada.
A vista de B mostra a saliência e o furo roscado da peça. A vista
de A mostra a representação das estrias.
O acabamento que o corpo receberá vem indicado pelo símbolo , que
caracteriza uma superfície a ser usada. N9 indica a classe de rugosidade de
todas as superfícies da peça.
O afastamento geral é de 0,1.
Agora, vamos interpretar as medidas do corpo:
Comprimento, largura e altura - 65 mm, 18 mm e 62 mm.
Distância da base do corpo até o centro do furo roscado - 52 mm.
Diâmetro da rosca triangular métrica - 10 mm.
Diâmetro da saliência - 18 mm.
Tamanho da saliência - 2 mm e 18 mm.
Largura da seção - 18 mm.
Altura da seção - 13 mm.
Tamanho do elemento com estrias - 15 mm, 18 mm e 22 mm.
Profundidade da estria - 1 mm.
Largura da estria - 2,5 mm.
Ângulo de inclinação da estria - 45°.
Tamanho do chanfro- 9 mm, 15 mm e 18 mm.
Raios das partes arredondadas - 5mm e 12 mm.
78
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
FIGURA 7.11
A legenda nos informa que o parafuso está desenhado em escala
natural (1:1), no 1º diedro.
As informações da lista de peças são as mesmas do desenho de
conjunto.
O parafuso está representado por intermédio da vista frontal com
aplicação de corte parcial.
A vista frontal mostra a cabeça do parafuso, o corpo roscado, o
elemento A e o elemento B. O elemento A deverá ser rebitado no encosto
móvel.
79
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Na cabeça do parafuso há um furo passante. O furo passante está
representado parcialmente visível.
As medidas do parafuso são:
Comprimento total do parafuso - 64 mm.
Diâmetro externo da rosca triangular métrica normal- 10 mm.
Comprimento do corpo do parafuso - 46 mm.
Comprimento da parte roscada - 46 mm.
Tamanho do chanfro da cabeça do parafuso - 2 mm e 45º.
Altura da cabeça do parafuso - 12 mm.
Diâmetro da cabeça do parafuso - 15 mm.
Diâmetro do furo da cabeça do parafuso - 6,5 mm.
Localização do furo da cabeça do parafuso - 6 mm.
Tamanho do elemento A - 4 mm e 6 mm.
Tamanho do elemento B - 2 mm e 8 mm.
Não há indicação de tolerâncias específicas. O afastamento geral 0,1
vale para todas as cotas. O acabamento geral da peça corresponde à classe
de rugosidade N9. O acabamento do furo da cabeça corresponde à classe de
rugosidade N12. A usinagem será feita com remoção de material.
80
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Veja, a seguir, a interpretação da peça 4, o manípulo.
FIGURA 7.12
O manípulo também está representado em escala natural, no 1º diedro.
Essa peça será feita de uma barra de aço com 6,35 mm de diâmetro e 80 mm
de comprimento.
O manípulo está representado em vista frontal. A vista frontal mostra o
corpo do manípulo e duas espigas nas extremidades. O símbolo indicativo de
diâmetro indica que tanto o corpo como as espigas são cilíndricos.
O manípulo receberá acabamento geral. Apenas as superfícies
cilíndricas das espigas receberão acabamento especial
O afastamento geral a ser observado na execução é de 0,1mm. Note
que as espigas têm ISO determinada: e9 no diâmetro. Essas duas espigas
serão rebitadas nas cabeças no manípulo.
81
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Finalmente, vamos à interpretação da peça 5, a CABEÇA.
FIGURA 7.13
A cabeça está representada em escala de ampliação (2:1), no 1º diedro.
Serão necessárias 2 cabeças para a montagem do manípulo.
82
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
LEITURA DE ESCALA
O USO DO ESCALÍMETRO
O escalímetro é um instrumento de desenho técnico utilizado para
desenhar objetos em escala ou facilitar a leitura das medidas de desenhos
representados em escala. Podem ser planos ou triangulares, como o
apresentado na figura abaixo.
E x e m p l o d e e s c a l í m e t r o
o u e s c a l a t r i a n g u l a r
O escalímetro, escala ou régua triangular, é dividido em três faces,
cada qual com duas escalas distintas. Pode-se, nesse caso, através da
utilização de múltiplos ou submúltiplos dessas seis escalas, extrair um
grande número de outras escalas.
O escalímetro convencional utilizado na engenharia e na arquitetura
é aquele que possui as seguintes escalas 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100;
1:125.
Cada unidade marcada nas escalas do escalímetro correspondem a
um metro. Isto significa que aquela dada medida corresponde ao tamanho
de um metro na escala adotada.
Cada unidade do escalímetro corresponde a um metro
83
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
ESCALÍMETRO CONVENCIONAL
Como eu faço para desenhar objetos na escala 2:1 utilizando meu
escalímetro convencional?
Como o escalímetro convencional apresenta escalas de redução, é
necessário que convertamos inicialmente a escala 2:1 para uma escala de
redução próxima de uma conhecida.
d
E=
D
TRANSFORMAÇÃO DE ESCALAS
Isto significa que a escala 2:1 = 1:0,5. Como esta última é uma
escala de redução, basta tentarmos verificar no escalímetro convencional
uma escala mais próxima para podermos trabalhar. Essa escala é a 1:50
que é 100 vezes menor que a escala de 1:0,5. Assim, para desenhar um
objeto na escala 1:0,5 ou 2:1 basta ler as unidades do escalímetro 1:50. A
diferença é que cada unidade em vez de corresponder a 1 m , será igual a
1m/100 = 1 cm ou 10 mm . Assim, em vez de ler 1m para cada unidade,
deve-se ler, para cada unidade, o valor de 1 cm ou 10 mm.
ESCALAS UTILIZADAS NA ENGENHARIA
De acordo com a NBR 8196, as escalas utilizadas na engenharia são
em geral:
REDUÇÃO NATURAL AMPLIAÇÃO
1:2 1:1 2:1
1:5 5:1
Contudo, em geral, costuma-se utilizar as escalas 1:20; 1:25; 1:50;
1:75; 1:100; 1:125, uma vez que o escalímetro comumente empregado na
representação de peças e desenhos da engenharia utilizam tais escalas.
Exceção a essa regra deve ser feita para a Engenharia Cartográfica, uma
vez que as escalas normalmente empregadas são bem inferiores as
apresentadas (1:500; 1:1000; dentre outras).
84
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
ESCALAS UTILIZADAS NA ARQUITETURA
As escalas de redução recomendadas pela NBR 6492 para a
representação de projetos de arquitetura são: 1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25;
1:50; 1:75; 1:100; 1:200; 1:250; 1:500.
85
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
INTERPRETAÇÃO DE PLANTA BAIXA, CROQUIS E LEIAUTE
Em face da crescente utilização de instrumentos computacionais para
a elaboração de desenhos técnicos verifica-se que alguns itens que
necessitariam ser padronizados ainda não foram abordados pelas normas
editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, mas
estão sendo tratadas por outras entidades (Associação Brasileira de
Escritórios de Arquitetura - ASBEA). O presente trabalho não abrange
critérios de projeto, que são tratados por legislação e normas específicas.
NORMAS A CONSULTAR
Na elaboração dos desenhos tratados nesta apostila devem ser
consultadas as seguintes normas publicadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT:
NBR 6492/94 – Representação de projetos de arquitetura
NBR 8196/99 – Emprego de escalas
NBR 8403/84 – Aplicações de linha – tipos e larguras
NBR 10068/87 – Folha de desenho – leiaute e dimensões
NBR 13142/99 – Dobramento e cópia
PLANTAS BAIXAS DOS DIVERSOS PAVIMENTOS
Plantas baixas são cortes feitos em cada pavimento através de
planos horizontais imaginários situados em uma altura entre a verga da
porta e o peitoril da janela.
86
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Corte horizontal de uma casa
A porção da edificação acima do plano de corte é eliminada e
representa-se o que um observador imaginário posicionado a uma distância
infinita veria ao olhar do alto a edificação cortada. Veja no exemplo a seguir
a representação de uma parte da Planta Baixa da Edificação acima.
CONCEITUANDO PLANTA BAIXA
Para se construir uma casa, uma escola ou uma indústria, é necessário
que se faça, inicialmente, a elaboração de vários projetos como: arquitetônico,
elétrico, hidráulico, estrutural, etc.
A você, futuro eletricista, cabe apenas, interpretar e, posteriormente,
executar a montagem da instalação elétrica.
Para se fazer o projeto elétrico, o responsável tem que ter em mãos, o
Projeto Arquitetônico. Em cima dele, projetará a instalação elétrica.
Após o projeto elétrico ter sido executado, chegará até suas mãos uma
cópia, para que você o analise e, baseado nele, execute sua função.
Para que você não tenha dificuldade em interpretá-lo é necessário ter
alguns conhecimentos, a respeito da leitura do projeto arquitetônico.
O elemento, que mais interessa no projeto de arquitetura é a Planta
baixa. Para entendê-la vejamos inicialmente o seu conceito.
PLANTA BAIXA é a projeção que se obtém, quando cortamos
imaginariamente uma edificação, com um plano horizontal, paralelo ao plano
do piso.
87
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
A altura entre o Plano Cortante e o Plano de Base é uma altura tal, que
permite ao referido plano, cortar ao mesmo tempo portas, janelas, basculantes
e paredes.
Normalmente, esta altura é de 1,50 m.
DETALHE DA PLANTA
Representação da alvenaria e de seus revestimentos (opcional): as
paredes de alvenaria podem ser representadas somente por linhas largas
em seu contorno ou podem ser acrescentadas a estas linhas
representativas do revestimento (reboco, etc.) que será aplicado sobre a
alvenaria.
PASSOS PARA MONTAGEM DA PLANTA-BAIXA
A seguir é apresentada uma sugestão de seqüência de trabalho para
montagem de uma planta-baixa. Trata-se de uma seqüência genérica,
podendo variar um pouco em função da prática do profissional e do fato do
desenho estar sendo gerado por instrumentos convencionais ou
computacionais.
I. Inicialmente deve ser estimado o tamanho total do desenho com
base na escala escolhida e verificar como os diversos desenhos
componentes do projeto serão distribuídos nas pranchas, determinando,
também o tamanho das folhas que serão utilizadas.
Caso os desenhos estejam sendo confeccionado através de um
programa de computador este passo pode ser realizado ao final do
trabalho, sendo possível iniciar a confecção das plantas sem se preocupar
neste momento com sua dimensão quando for impressa.
88
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
II. Demarcação das paredes: são demarcadas as paredes da edificação
através das linhas horizontais, verticais e inclinadas que as compõem.
III. Representação da projeção dos beirais em PLANTA BAIXA.
IV. Representação da posição e das dimensões das esquadrias. Caso o
desenho esteja sendo gerado em um programa “CAD” as esquadrias
poderão ser desenhadas com linhas ou inseridas como blocos previamente
definidos. Juntamente com as portas deverão ser representados os arcos
que demarcam sua abertura.
V. Representação dos símbolos elétricos.
Para a elaboração do desenho de uma instalação elétrica, o desenhista
ou projetista deve ter à sua disposição uma série de dados importantes sobre
os circuitos elétricos a fim de interpretar e executar a instalação elétrica.
Os desenhos eletroeletrônicos que representam especificações de um
projeto de maneira a apresentar dados completos para a execução se
denominam diagrama esquemático.
O diagrama esquemático eletroeletrônico é a representação gráfica
completa do sistema.
89
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
DIAGRAMA ELÉTRICO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte
dela por meio de símbolos gráficos, definidos nas normas NBR 5259,
NBR5280, NBR5444, NBR12519, NBR12520 e NBR12523.
Nas instalações prediais o diagrama esquemático pode ser desenhado
ou representado de diversas maneiras, dentre os existentes citaremos três:
• Esquema funcional;
• Esquema multifilar;
• Esquema unifilar.
ESQUEMA ELÉTRICO FUNCIONAL
O DIAGRAMA FUNCIONAL é uma forma de representação gráfica que
mostra os detalhes de todo o sistema elétrico da forma como ela é montada.
Esse tipo de desenho é de fácil interpretação. A figura a seguir mostra um
esquema elétrico funcional de uma instalação elétrica onde se deseja evitar
retornar ao mesmo ponto para ligar ou desligar uma lâmpada.
ESQUEMA ELÉTRICO MULTIFILAR
O ESQUEMA MULTIFILAR é uma representação de um circuito elétrico
completo em detalhes, desenhado por linhas que representam os fios
condutores utilizados nas ligações dos componentes.
Esse tipo de desenho deverá apresentar os eletrodutos, os quadro de
terminais de luz (QL), as caixas de passagens para as lâmpadas e as tomadas
e outras conexões elétricas.
Tratando-se do esquema elétrico de uma instalação complexa, torna-se
impossível representar um projeto na forma multifilar.
90
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Qualquer que seja o desenho técnico ele deverá apresentar informações
de forma clara a fim de que o operador possa interpretá-lo da forma mais
simples possível.
As figuras abaixo mostram alguns exemplos de esquemas multifilares.
Fase
F Ligação
N
Neutro
Lâmpada
Interruptor
Simples Retorno
Fechamento de Motor Monofásico.
Fluxograma Estrutura básica de um comando com CLP
91
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Diagrama de Partida de Motor “circuito de comando e força”.
Circuito Transistorizado Amplificador de sinais.
ESQUEMA ELÉTRICO UNIFILAR
O DIAGRAMA UNIFILAR representa o sistema elétrico de modo
simplificado, onde se indica o número de condutores e seu trajeto através de
uma única linha.
Normalmente, representa a posição física dos componentes da
instalação mostrada em uma planta arquitetônica, porém não mostra com
clareza a compreensão de funcionamento ou a seqüência operacional do
circuito.
Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos
componentes da instalação, porém não representa com clareza o
funcionamento e a seqüência funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama mais
usado em instalações elétricas prediais.
A figura abaixo mostra o diagrama unifilar do circuito elétrico composto
por um interruptor e uma lâmpada.
Os símbolos gráficos usados neste diagrama são definidos pela norma
NBR 5444, para serem usados na planta baixa (arquitetura) do imóvel.
a a
-4- 2x100W
92
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
Os símbolos gráficos usados nos diagramas unifilar são definidos pela
norma NBR5444, para serem usados em planta baixa (arquitetônica) do imóvel.
Neste tipo de planta é indicada a localização exata dos circuitos de luz, de
força, de telefone e seus respectivos aparelhos.
SÍMBOLOS GRÁFICOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA
INTRODUÇÃO
O trabalho relaciona as normas nacionais e internacionais dos símbolos
de maior uso, comparado a simbologia brasileira (ABNT) com a internacional
(IEC), com a alemã (DIN), e com a norte-americana (ANSI) visando facilitar a
modificação de diagramas esquemáticos, segundo as normas estrangeiras,
para as normas brasileiras, e apresentar ao profissional a simbologia correta
em uso no território nacional. A simbologia tem por objetivo estabelecer
símbolos gráficos que devem ser usados para, em desenhos técnicos ou
diagramas de circuitos de comandos eletromecânicos, representar
componentes e a relação entre estes. A simbologia aplica-se
generalizadamente nos campos industrial, didático e outros onde fatos de
natureza elétrica precisem ser esquematizados graficamente.
O significado e a simbologia estão de acordo com as abreviaturas das
principais normas nacionais e internacionais adotadas na construção e
instalação de componentes e órgãos dos sistemas elétricos
SIGLA SIGNIFICADO E NATUREZA
ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas
Atua em todas as áreas técnicas do país. Os textos de normas são
adotados pelos órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) e
pelas firmas. Compõem-se de Normas (NB), Terminologia (TB), Simbologia
(SB), Especificações (EB), Método de ensaio e Padronização. (PB).
93
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
ANSI - American National Standards Institute
Instituto de Normas dos Estados Unidos, que publica recomendações e
normas em praticamente todas as áreas técnicas. Na área dos dispositivos de
comando de baixa tensão tem adotado freqüentemente especificações da UL e
da NEMA.
CE Approval (International Commission on Rules for the Approval of Electrical
Equipment)
CE Approval- International Comission on Rules for the
approval of Eletrical Equipment
Especificações internacionais, destinadas sobretudo ao material de
instalação.
CEMA - Canadian Eletrical Manufctures Association
Associação Canadense dos Fabricantes de Material Elétrico.
CSA - Canadian Standards Association
Entidade Canadense de Normas Técnicas, que
publica as normas e concede certificado de conformidade.
DEMKO - Danmarks Elektriske Materielkontrol
Autoridade Dinamarquesa de Controle dos Materiais Elétricos que
publica normas e concede certificados de conformidade.
DIN - Deutsches Institut für Normung
Associação de Normas Industriais Alemãs. Suas publicações são
devidamente coordenadas com as da VDE.
IEC - International Electrotechinical Comission
Esta comissão é formada por representantes de todos os países
industrializados. Recomendações da IEC, publicadas por esta Comissão, já
são parcialmente adotadas e caminham para uma adoção na íntegra pelos
94
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
diversos países ou, em outros casos, está se procedendo a uma aproximação
ou adaptação das normas nacionais ao texto dessas normas internacionais.
JEC - Japanese Electrotechinical Committee
Comissão Japonesa de Eletrotécnica.
JEMA - The Standards of Japan Electrical
Manufactures Association
Normas da Associação de Fabricantes de Material Elétrico do Japão.
JIS - Japanese Industrial Standards
Associação de Normas Industriais Japonesas.
KEMA - Kenring van Elektrotechnische Materialen
Associação Holandesa de ensaio de Materiais Elétricos.
NEMA - National Electrical Manufactures
Association
Associação Nacional dos Fabricantes de Material Elétrico (E.U.A.).
OVE - Osterreichischer Verband fur
Elektrotechnik
Associação Austríaca de Normas Técnicas, cujas determinações
geralmente coincidem com as da IEC e VDE.
SEN - Svensk Standard
Associação Sueca de Normas Técnicas.
UL - Underwriters Laboratories Inc
Entidade nacional de ensaio da área de proteção contra incêndio, nos
Estados Unidos, que, entre outros, realiza os ensaios de equipamentos
elétricos e publica as suas prescrições.
95
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
UTE - Union Tecnique de l’Electricité
Associação Francesa de Normas Técnicas.
VDE - Verband Deutscher Elektrotechniker
Associação de Normas Técnicas alemãs, que publica normas e
recomendações da área de eletricidade.
SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC
GRANDEZAS ELÉTRICAS FUNDAMENTAIS
Corrente Contínua DC
Corrente Alternada AC
Corrente Contínua e Alternada
Exemplo de Corrente Alternada Monofásica 1 Phase
1-60 Hz 1-60 Hz 1-60 Hz 1-60 Hz
60 Hz 2 Wire – 60Hz
3 Phase – 3 3-60Hz
Exemplo de Corrente Alternada Trifásica, 3 3-60Hz 3-60Hz Wire 220V (3 3-60Hz
condutores, 60 Hz, tensão de 220 V 220 220V 60Cycle – 3W 220V 220V
220V – 60Hz)
3N – 60Hz
380V
3 Phase – 4
Exemplo de Corrente Alternada Trifásica, 3+N-50Hz
3N – 60Hz 3N – 60Hz Wire 3N – 60Hz
com Neutro, 4 condutores, 60 Hz tensão de – 380V 3
380V 380V 60Cycle – 380V
380 V 4W
380V
380V
60Hz
2 – 220V
Exemplo de Corrente Contínua, 2 2WireDC,
2 – 220V 2 – 220V (2W. 2 – 220V
condutores, tensão de 220 V 220V
220V)
2N – 110V
Exemplo de Corrente Contínua, 2 3WireDC,
2N – 110V 2N – 110V (3W.DC, 2N – 110V
condutores e neutro, tensão de 110 V 110V
110V)
SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC
SÍMBOLO DE USO GERAL
TERRA
MASSA
POLARIDADE POSITIVA
POLARIDADE NEGATIVA
TENSÃO PERIGOSA
Obstáculo
geral
LIGAÇÃO DELTA OU TRIÂNGULO
96
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
LIGAÇÃO Y OU ESTRELA
LIGAÇÃO ESTRELA COM NEUTRO
ACESSÍVEL
LIGAÇÃO ZIGUEZAGUE
LIGAÇÃO EM V OU TRIÂNGULO ABERTO
SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC
COMPONENTES DE CIRCUITOS
RESISTOR
RESISTOR COM DERIVAÇÕES
INDUTOR, ENROLAMENTOS,
BOBINAS
INDUTOR COM DERIVAÇÕES
CAPACITOR
CAPACITOR COM DERIVAÇÕES
CAPACITOR ELETROLÍTICO
IMÃ PERMANENTE
DIODO SEMICONDUTOR
DIODO ZENER UNIDIRECIONAL E
BIDIRECIONAL
FOTORRESISTOR COM VARIAÇÃO
INDEPENDENTE DE TENSÃO
FOTORRESISTOR COM VARIAÇÃO
DEPENDENTE DE TENSÃO
FOTOELEMENTO
GERADOR “hall”
CENTELHADOR (DE PONTAS)
PÁRA-RAIOS
ACUMULADOR, BATERIA, PILHA
MUFLA TERMINAL OU TERMINAÇÃO
MUFLA DE JUNÇÃO OU EMENDA
RETA
MUFLA OU EMENDA DE DERIVAÇÃO
SIMPLES
97
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
MUFLA OU EMENDA DE DERIVAÇÃO
DUPLA
PAR TERMOELÉTRICO
SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC
DISPOSITIVO DE SINALIZAÇÃO ÓTICA E ACÚSTICA
BUZINA
BEL
CAMPAINHA
SIRENE
BZ
CIGARRA
LÂMPADA DE SINALIZAÇÃO G
INDICADOR
SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC
INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO
INDICADOR, SÍMBOLO GERAL
AMPERÍMETRO INDICADOR A A A A A
VOLTÍMETRO INDICADOR V V V V V
VOLTÍMETRO DUPLO OU DIFERENCIAL
INDICADOR
V-
V
V V
WATTÍMETRO INDICADOR W W W W W
FREQUENCÍMETRO INDICADOR A f f H f f
z
INDICADOR DE FATOR DE POTÊNCIA cos cos cos cos cos
REGISTRADOR, SÍMBOLO GERAL
REGISTRADOR DE POTÊNCIA W W W RW W
INTEGRADOR, SÍMBOLO GERAL
Wh Wh Wh
INTEGRADOR DE ENERGIA Wh
98
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
SIGNIFICADO ABNT DIN ANSI JIS IEC
BOBINAS DE COMANDOS E RELÉS
Bobina eletromagnética – Geral
Bobina eletromagnética – De enrolamento
único
99
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
As tabelas a seguir mostram as SIMBOLOGIAS DO SISTEMA
UNIFILAR para instalações elétricas prediais (NBR5444).
DUTOS E DISTRIBUIÇÃO
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
Eletroduto embutido no teto
ou parede
Para todas as dimensões em
Eletroduto embutido
milímetros, indicar a seção, se esta
no piso
não for de 1,5 mm2.
Telefone no teto
Telefone no piso
Condutor de fase no interior
do eletroduto
Cada traço representa um condutor,
Condutor neutro no interior
indicar a seção, nº. do circuito e a
do eletroduto
seção dos condutores e a seção dos
Condutor de retorno no
condutores, exceto se forem de 1,5
interior do eletroduto
mm2.
Condutor terra no interior do
eletroduto
Caixa de passagem no piso
Caixa de passagem
200x200x100
Dimensões em milímetro
Caixa de passagem no teto
Caixa de passagem
200x200x100
Caixa de passagem na Indicar a altura e se necessário fazer
Caixa de passagem parede detalhe. (Dimensões em milímetros)
200x200x100
Eletroduto que sobe
Eletroduto que desce
Eletroduto que passa
descendo
Eletroduto que passa subindo
100
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
Condutor de seção de 1 mm 2,
fase para campainha
Condutor de seção de 1 mm 2,
Se for de seção maior, indicá-la
neutro para campainha
Condutor de seção de 1 mm 2,
retorno para campainha
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
Quadro parcial de luz e força
aparente
Quadro parcial de luz e força
embutido
Quadro geral de luz e força
aparente Indicar cargas de luz em Watts e de
Quadro geral de luz e força força em kWatts
embutido
Caixa de telefone
MED Caixa para medidor
INTERRUPTORES (SIMBOLOGIA UTILIZADA EM PLANTAS)
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
a Letra minúscula indica o ponto
Interruptor de uma seção
comandado
a b Letras minúsculas indicam os
Interruptor de duas seções
pontos comandados
a b Letras minúsculas indicam os
Interruptor de três seções
pontos comandados
c
a Letra minúscula indica o ponto
Interruptor paralelo ou Three-Way
comandado
a Interruptor Intermediário ou Four- Letra minúscula indica o ponto
Way comandado
M Botão de minuteria
Botão de campainha na parede (ou
comando a distância)
Botão de campainha no piso
101
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
INTERRUPTORES (SIMBOLOGIA UTILIZADA EM DIAGRAMAS)
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
Fusível
Indicar a tensão, correntes
nominais
Chave seccionadora com Indicar a tensão, correntes
fusíveis, abertura em carga nominais
Ex: Chave Tripolar
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora com
nominais
fusíveis, abertura com carga
Ex: Chave bipolar
Chave seccionadora abertura Indicar a tensão, correntes
nominais
sem carga
Ex: Chave Monopolar
Chave seccionadora abertura
Indicar a tensão, correntes
em carga nominais
Indicar a tensão, correntes,
Disjuntor a óleo potência, capacidade nominal de
interrupção e polaridade.
Indicar a tensão, correntes,
potência, capacidade nominal de
Disjuntor a seco interrupção e polaridade através
de traços.
Chave reversora
INTERRUPTORES (SIMBOLOGIA UTILIZADA EM DIAGRAMAS)
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
Ponto de luz incandescente no A letra minúscula indica o ponto
a
teto. de comando e o número entre
Indicar o nº. de lâmpadas e a dois traços o circuito
-4- 2x100W
potência em watts correspondente
a Ponto de luz incandescente na
parede incandescente
Deve indicar a altura da arandela
-4- 2x100W (arandela)
a
Ponto de luz incandescente no
teto embutido
-4- 4x200W
Ponto de luz fluorescente no
a A letra maiúscula indica o ponto
teto (indicar o nº. de lâmpadas
de comando e o número entre
e na legenda o tipo de partida a dois traços o circuito
-4- 4x20W correspondente
reator)
a
Ponto de luz fluorescente na
Deve indicar a altura da luminária
-4- 4x20W parede
102
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
a Ponto de luz fluorescente no
teto (embutido)
-4- 4x20W
Ponto de luz incandescente no
teto em circuito vigia
-4- (emergência)
Ponto de luz fluorescente no
teto em circuito vigia
-4- (emergência)
Sinalização de tráfego (rampas,
entradas, etc.)
MOTORES E TRANSFORMADORES
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
G
G Gerador Indicar as características nominais
M
M Motor Indicar as características nominais
Indicar a relação de tensões e
Transformador de potência
valores nominais
Transformador de corrente (um
núcleo)
Indicar a relação de espiras,
Transformador de potencial classe de exatidão e nível de
isolamento. A barra de primário
deve ter um traço mais grosso
Transformador de corrente
(dois núcleos)
Retificador
103
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
ACUMULADORES
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
a- O traço longo representa o
pólo positivo e o traço
curto, o pólo negativo.
b- Este símbolo poderá ser
Acumulador ou elementos de usado para representar
pilha uma bateria se não houver
risco de dúvida.
c- Neste caso, a tensão ou o
nº. e o tipo dos elementos
deve(m) ser indicado(s).
Bateria de acumuladores ou Sem indicação do número de
pilhas – Forma 1 elementos
Bateria de acumuladores ou Sem indicação do número de
pilhas – Forma 2 elementos
SIMBOLOGIA UTILIZADA EM DIAGRAMAS
Lâmpada de sinalização
Indicar potências, tipos de
Refletor
lâmpadas.
Poste com duas luminárias Indicar potências, tipos de
para iluminação externa. lâmpadas.
Lâmpada obstáculos
Minuteria Diâmetro igual ao do interruptor
M
Ponto de luz de emergência na
parede com alimentação
independente
Exaustor
Moto bomba para
bombeamento da reserva
técnica de água para combate
a incêndio
104
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
TOMADAS
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO
300 VA Tomada de luz na parede,
-3-
baixa (300 mm do piso
acabado). A potência deverá ser
300 VA Tomada de luz na parede, a indicada ao lado em VA
meia altura (1300 mm do (exceto se for de 100
-3-
piso acabado). VA) como também o
300 VA Tomada de luz na parede, número da tomada, se
alta (2000 mm do piso forem diferente da
-3-
acabado). normatizada; se a
tomada for de força,
Tomada de luz no piso
indicar o número de W
Saída para telefone externo ou kW.
na parede (Rede
TELEBRÁS)
Saída para telefone externo
na parede a uma altura "h". Especificar “h”.
(Rede TELEBRÁS)
Saída para telefone interno
na parede (Rede
TELEBRÁS)
Saída para telefone externo
no piso
Saída para telefone interno
no piso
Tomada para Rádio e
Televisão
Relógio elétrico no teto.
Relógio elétrico na parede.
Saída de som no teto
Saída de som na parede Indicar a altura “h”.
Cigarra
Campainha
Dentro do círculo,
IV indicar o número de
Quadro anunciador
chamadas em algarismo
romano.
105
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
REDES AÉREAS
Os fios e cabos são esticados através de isoladores fixos no teto ou na
parede. É um sistema de baixíssimo custo, mas de pouca aplicação, ficando
restrito a algumas pequenas empresas.
Exemplo de identificação de rede aérea:
Onde:
3~ = 3 condutores fase (RST)
N = condutor neutro
380 V = tensão de linha nominal
60 Hz = freqüência nominal da rede
#4 = seção dos condutores
ELETROCALHA (BUS-WAY)
Eletrocalha é um sistema modular formado de barras condutoras geralmente
de alumínio, onde são feitas as tomadas de energia. O conjunto é composto
por uma série de peças padronizadas que possibilitam as mais diversas formas
de montagem.
Descrição dos módulos com desenhos
a – Módulos retos
RSD - Reta Standard de Distribuição
RSA - Reta Standard de Alimentação
RED - Reta Especial de Distribuição
REA - Reta Especial de Alimentação
Fonte: http://www.flexmaster.com.br
b - Módulos horizontais
106
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
São todos montados a partir de caixa standard (padrão),acrescida dos
respectivos canais:
CHD (curva horizontal à direita) - possui os canais A e D
CHE (curva horizontal à esquerda) - possui os canais A e B
THD (“T” horizontal à direita) - possui os canais A, C e D
THE (“T” horizontal à esquerda) - possui os canais A, B e C
THC (“T” horizontal central) - possui os canais A, B e D
CRH (cruzeta horizontal) - possui os canais A, B, C e D
c - Módulos verticais
CVA (curva vertical ascendente) - possui as saídas A e B
CVD (curva vertical descendente)- possui as saídas A e D
TVA (“T” vertical ascendente) - possui as saídas A, B e C
TVD (“T” vertical descendente) - possui as saídas A, C e D
TVC (“T” vertical central) - possui as saídas A, B e D
CRV (cruzeta vertical) - possui as saídas A, B, C e D
d - Módulos de entrada
BLM - Bocal de ligação macho
BLF - Bocal de ligação fêmea
CCM - Caixa de cabos macho
CCF - Caixa de cabos fêmea
Estes módulos servem de elementos de alimentação dos barramentos. São
especialmente dotados de conexões aptas a receber contato com condutores
de cobre.
107
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
e - Módulos intermediários
RDF - Redução com fusíveis
MTF - Módulo de transposição de fases
JDD - Junta de dilatação
A RDF é usada na troca da seção dos barramentos (de 400 para 100 A, por
exemplo). A MTF altera a seqüência de fases. A JDD é para compensar a
dilatação linear das barras.
f - Módulos de saída
CXD - Caixa de derivação
CXD/CP - Caixa de derivação com proteção
São utilizados para a ligação de cargas à linha de distribuição, pelo sistema
plug-in.
Possuem enxufes (contatos de pressão) isolados da caixa por uma placa de
resina fenólica cuja conformação impede a ligação da caixa de forma errônea.
As caixas de derivação são fixadas ao barramento por meio de braçadeiras
adequadas que as acompanham. São fabricadas para as seguintes correntes:
25 63, 100 e 200 A.
São fornecidas com bases para fusíveis (Diazed para caixas 25 e 63A e NH
para caixas 100 e 200A). As CXD/CP possuem sistema de proteção das
pessoas contra contatos acidentais.
108
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
ELETROCALHAS E LEITOS PARA CABOS
As eletrocalhas e os leitos para cabos constituem um sistema condutor e
distribuidor de fios e cabos bastante versátil, podendo atender às mais diversas
situações, devido à grande quantidade de acessórios disponíveis e à variedade
de medidas.
Proporcionam fácil acesso à rede elétrica, tanto para a manutenção
como para a ampliação. Não é necessária a fixação dos cabos às calhas para
quase todas as situações.
São fabricados com chapas totalmente lisas, com chapas perfuradas ou, ainda,
com barras espaçadas e sustentadas por duas guias. Alguns modelos são
próprios para instalação no piso (rede subterrânea).
109
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
EXERCÍCIOS
1- Na representação gráfica das plantas baixas de arquitetura as
paredes são indicadas com duas linhas __________________
2- A definição de Planta baixa é:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_____________________________________________________
3- Identifique os seguintes símbolos:
4- Identifique os elementos arquitetônicos na Planta Baixa.
PLANTA BAIXA – ESCALA 1:50
110
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Leitura e
Interpretação de Desenho Técnico Mecânico – volumes 1, 2 e 3 – Editora
Globo – São Paulo – 1995
2. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Elementos
de Máquinas – volume 1 – Editora Globo – São Paulo - 1996
3. SENAI, Rio de Janeiro, Departamento Nacional. Desenho –
eletricidade; perspectivas. Módulo instrucional 3 – 1980
4. PROVENZA, Engº. Ind. Mec. Francesco Projetista de Máquinas –
Editora F. Provenza – 71ª edição - 1990
5. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL –
SENAI – MG – Leitura e Interpretação de Desenho Mecânico - Itabira
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