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Hipárquia (em grego: Ἱππαρχία), conhecida ainda como Hipárquia de Maroneia, foi uma filósofa cínica da Grécia Antiga, esposa de Crates de Tebas, que viveu em torno de 325 a.C.[1]

Hipárquia
Hipárquia
Pintura mural na Villa Farnesina, Roma
Nascimento 350 a.C.
Maronia
Morte 280 a.C. (69–70 anos)
Cônjuge Crates de Tebas
Filho(a)(s) Pasicles
Irmão(ã)(s) Metrocles de Maroneia
Ocupação filósofa
Movimento estético cinismo
Pintura romana retratando Hipárquia e Crates da Villa Farnesina, Roma

Embora pouco tenha restado de seus escritos e pensamentos, tornou-se reconhecida por romper com a vida de nobreza e com o papel doméstico destinado às mulheres em seu tempo, sendo uma das raras mulheres que em sua época dedicou-se à filosofia, justamente como adepta do cinismo cujos preceitos estavam assentados num estilo de vida "canino": desprovido de pudores morais e bens materiais. A obra de Michèle Le Dœuff L’Étude et le Rouet. Des femmes, de la philosophie, etc de 2008 faz menção já no título a episódio onde Hipárquia refuta a um ataque de Teodoro, o Ateu, que dizia ser o trabalho da mulher o tear (le Rouet). [2]

Biografia

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Nasceu em Maroneia, cidade situada na Trácia, e seu nome significa "aquela que domina o cavalo", de hipo (cavalo) e -arquia (comando, governo), uma referência às amazonas. Mudou-se para Atenas com o irmão Crates, quando este foi estudar na Escola peripatética do sucessor de Aristóteles, Teofrasto. Ali, durante uma aula, Crates teria deixado escapar uma flatulência e, envergonhado, decidira tirar a própria vida deixando de se alimentar, até que recebe a visita de Crates, discípulo de Diógenes, e este comete em sua presença o mesmo "erro" que o envergonhara tanto, demonstrando-lhe na prática que nada de errado havia em expelir os gases - algo natural e que não poderia ser expresso em palavras. Isto fez com que ele se convertesse ao cinismo, e teria sido dali que Hipárquia veio a se apaixonar por Crates e mais tarde com ele se casando e tendo, ao menos, uma filha e um filho.[2]

Referências
  1. «Hipárquia». VIAF (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2020 
  2. a b Juliana Aggio. «Hipárquia de Maroneia». unicamp.br. Enciclopédia Mulheres da Filosofia. Consultado em 12 de julho de 2024. Cópia arquivada em 21 de novembro de 2022 
 
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