Calophyllaceae
Calophyllaceae é uma família de plantas com flor (Angiosperma). É reconhecida pelo sistema APG III. A maioria dos gêneros incluídos nesta família eram anteriormente reconhecidos na tribo Calophylleae da família Clusiaceae. O Angiosperm Phylogeny Group determinou que a separação deste clado de gêneros, em uma família própria era necessário[1].
Calophyllaceae | |||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||
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Calophyllaceae apresenta uma distribuição mundial, predominando-se nos paleotrópicos. Essas plantas têm hábito arbóreo-arbustivo e possui grande importância do ponto de vista etnobotânico e econômico devido o fornecimento de madeira de boa qualidade, e também ecológico. Alguns gêneros são utilizados como plantas medicinais. Essas plantas então inseridas no clado das Rosídeas que compreende cerca de 70.000 das espécies de angiospermas, é pertencente à Malpighiales, uma das maiores e mais diversas ordens deste clado, dentro do grupo dos clusioides[2] [3][4][5].
Morfologia
editarMorfologicamente as Calophyllaceae podem se apresentar como árvores, arvoretas, arbustos ou subarbustos, raramente lianas e apresentam látex de coloração variada, suas folhas podem ser opostas ou alternas, espiraladas ou dísticas, muitas vezes planas. Suas flores podem ser bissexuais ou unissexuais, podendo apresentar 1 ou muitas sementes, que podem ser aladas ou não. Porém a característica principal das Calophyllaceae é a presença de estruturas secretoras que ocorrem em todas as espécies. Essas estruturas secretoras geralmente são representadas por ductos e, com menos frequência, por cavidades, idioblastos, laticíferos e/ou tricomas[2][3][6][4].
Diversidade taxonômica
editarSão 460 espécies agrupados em 14 gêneros ao redor do mundo, no Brasil ocorrem 88 espécies que estão agrupados em 7 gêneros. Das espécies brasileiras, 73% são endêmicas (ocorrem apenas no Brasil)[2][3].
Relações filogenéticas
editarA família Calophyllaceae pertence a ordem Malpighiales, foi proposto uma resolução para esse clado usando-se de dados moleculares, morfológicos e fosseis por Ruhfel et al. 2013[7]. Dentro de Malpighiales, Garcinieae e Symphonieae formam um grupo irmão mais interno no clado e Calophyllaceae é um grupo irmão de Hypericaceae e Pedostemaceae, sendo que esses últimos formam grupos mais externos no clado juntamente com os "outros grupos" da ordem.
Ocorrência de espécies no Brasil
editarNo Brasil ocorrem 7 gêneros e 88 espécies, que estão presente em quatro de seus domínios fitogeográficos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica. E se distribuem ao redor de todo o país, apresentando representantes em todas as regiões, e em diversos estados, sendo eles[9] :
- Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins)
- Nordeste (Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Sergipe)
- Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
- Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
- Sul (Paraná, Santa Catarina)
- Calophyllum brasiliense Cambess.
- Calophyllum longifolium Willd
- Calophyllum pachyphyllum Planch. & Triana 4
- Caraipa ampla Ducke
- Caraipa aracaensis Kubitzki
- Caraipa balbinensis F.N. Cabral
- Caraipa caespitosa F.N.Cabral
- Caraipa costata Spruce ex Benth.
- Caraipa densifolia Mart.
- Caraipa duckeana Kubitzki
- Caraipa foveolata Huber
- Caraipa glabra F.N. Cabral
- Caraipa grandifolia Mart.
- Caraipa heterocarpa Ducke
- Caraipa iracemensis F.N. Cabral
- Caraipa llanorum Cuatrec.
- Caraipa longisepala Kubitzki
- Caraipa minor Huber
- Caraipa multinervia Kubitzki
- Caraipa myrcioides Ducke
- Caraipa odorata Ducke
- Caraipa punctulata Ducke
- Caraipa racemosa Cambess.
- Caraipa richardiana Cambess.
- Caraipa rodriguesii Paula
- Caraipa savannarum Kubitzki
- Caraipa spuria Barb.Rodr.
- Caraipa tereticaulis Tul.
- Caraipa valioi Paula
- Clusiella axillaris (Engl.) Cuatrec.
- Clusiella impressinervis Hammel
- Haploclathra cordata Vásquez
- Haploclathra grandiflora Aspl.
- Haploclathra leiantha (Benth.) Benth.
- Haploclathra paniculata (Mart.) Benth.
- Haploclathra verticillata Ducke
- Kielmeyera abdita Saddi
- Kielmeyera albopunctata Saddi
- Kielmeyera altissima Saddi
- Kielmeyera amplexicaulis S.Moore
- Kielmeyera anisosepala Saddi
- Kielmeyera appariciana Saddi
- Kielmeyera argentea Choisy
- Kielmeyera aureovinosa M. Gomes
- Kielmeyera bifaria Saddi
- Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
- Kielmeyera corymbosa Mart. & Zucc.
- Kielmeyera cuspidata Saddi 49.
- Kielmeyera decipiens Saddi
- Kielmeyera divergens Saddi
- Kielmeyera elata Saddi
- Kielmeyera excelsa Cambess.
- Kielmeyera fatimae R.J.Trad
- Kielmeyera ferruginosa A.B.Santos & R.J.Trad
- Kielmeyera gracilis Wawra
- Kielmeyera grandiflora (Wawra) Saddi
- Kielmeyera humifusa Cambess.
- Kielmeyera insignis Saddi
- Kielmeyera itacarensis Saddi
- Kielmeyera juruenensis Saddi
- Kielmeyera lathrophyton Saddi
- Kielmeyera marauensis Saddi
- Kielmeyera membranacea Casar.
- Kielmeyera neglecta Saddi
- Kielmeyera neriifolia Cambess.
- Kielmeyera obtecta Saddi
- Kielmeyera occhioniana Saddi
- Kielmeyera petiolaris Mart. & Zucc.
- Kielmeyera pulcherrima L.B.Sm.
- Kielmeyera pumila Pohl
- Kielmeyera regalis Saddi
- Kielmeyera reticulata Saddi
- Kielmeyera rizziniana Saddi
- Kielmeyera rosea Mart. & Zucc.
- Kielmeyera rubriflora Cambess.
- Kielmeyera rufotomentosa Saddi
- Kielmeyera rugosa Choisy
- Kielmeyera rupestris Duarte
- Kielmeyera sigillata Saddi
- Kielmeyera similis Saddi
- Kielmeyera speciosa A.St.-Hil.
- Kielmeyera tomentosa Cambess
- Kielmeyera trichophora Saddi
- Kielmeyera variabilis Mart. & Zucc.
- Mahurea exstipulata Benth.
- Mahurea palustris Aubl.
- Marila laxiflora Rusby
- Marila tomentosa Poepp.
Referências
- ↑ a b Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III» (PDF). Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x. Consultado em 6 de julho de 2013
- ↑ a b c Marinho, Lucas Cardoso; Amorim, André Márcio (2016). «Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Calophyllaceae». Rodriguésia. 67 (5spe): 1277–1280. ISSN 2175-7860. doi:10.1590/2175-7860201667526
- ↑ a b c Santos, Amanda Pricilla Batista; Espírito Santo, Fabio Da Silva do; Rapini, Alessandro (18 de dezembro de 2015). «Flora da Bahia: Calophyllaceae». SITIENTIBUS série Ciências Biológicas. 15. ISSN 2238-4103. doi:10.13102/scb884
- ↑ a b Proença, Carolyn Elinore Barnes Alkimim, Wanderson de Oliveira (16 de outubro de 2014). Calophyllaceae J. Agardh em Goiás e Tocantins & Hypericaceae Juss. No Distrito Federal, Brasil. [S.l.: s.n.] OCLC 899242423
- ↑ Souza, Vinicius Castro. (2012). Botânica sistemática : guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil baseado em APG III. [S.l.]: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA. ISBN 9788586714399. OCLC 841163599
- ↑ «Bolsa 17/15085-2 - Calophyllaceae, Anatomia vegetal - BV FAPESP». bv.fapesp.br. Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ Ruhfel, Brad R.; Stevens, Peter F.; Davis, Charles C. (julho de 2013). «Combined Morphological and Molecular Phylogeny of the Clusioid Clade (Malpighiales) and the Placement of the Ancient Rosid MacrofossilPaleoclusia». International Journal of Plant Sciences. 174 (6): 910–936. ISSN 1058-5893. doi:10.1086/670668. Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ Ruhfel, Brad R.; Stevens, Peter F.; Davis, Charles C. (julho de 2013). «Combined Morphological and Molecular Phylogeny of the Clusioid Clade (Malpighiales) and the Placement of the Ancient Rosid MacrofossilPaleoclusia». International Journal of Plant Sciences. 174 (6): 910–936. ISSN 1058-5893. doi:10.1086/670668. Consultado em 13 de novembro de 2019
- ↑ a b «Flora do Brasil 2020». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 15 de novembro de 2019