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Airbus

Companhia Europeia de manufacturação de aeronaves

A Airbus é uma empresa aeroespacial e bélica europeia, fundada em dezembro de 1970. Até janeiro de 2014, a empresa foi uma subsidiária da EADS, que detinha 100% do controle acionário. A BAE Systems detinha 20% das ações do grupo até 2006, quando vendeu sua participação para a EADS.[2] Estas duas empresas foram as maiores fornecedoras de material bélico na Europa.

Airbus
Airbus
Razão social Airbus SE
Nome(s) anterior(es) Airbus Industrie GIE (1970–2001)
Airbus SAS (2001–2017)
Sociedade europeia
Cotação Euronext Paris: AIR
BMAD: AIR
FWB: AIR
Atividade
Fundação 18 de dezembro de 1970 (53 anos)
Fundador(es) Roger Béteille
Felix Kracht
Henri Ziegler
Franz Josef Strauss
Sede Aeroporto de Toulouse-Blagnac, Toulouse, Departamento de Alto Garona, Occitânia, França[1]
Proprietário(s) SOGEPA (11,1%)
GZBV (11%)
SEPI (4,2%)
Presidente René Obermann
Pessoas-chave Guillaume Faury
(Diretor executivo)
Empregados c. 133 mil
Divisões Airbus Defence and Space
Airbus Helicopters
Subsidiárias Airbus Group, Inc.
Airbus Corporate Jets
Airbus Operations S.A.S.
NAVBLUE
Stelia Aerospace
Testia
Ativos Aumento 115,19 bilhões (2019)
Receita Aumento € 3,05 bilhões (2019)
LAJIR Aumento € 5,04 bilhões (2019)
Faturamento Aumento € 70,5 bilhões (2019)
Renda líquida Baixa € 9,72 bilhões (2019)
Antecessora(s) Aérospatiale-Matra
Deutsche Airbus
Construcciones Aeronáuticas
Website oficial airbus.com

Como a maior empresa aeroespacial e de defesa na Europa, o Grupo Airbus tem suas origens nos Países Baixos, França, Alemanha, Espanha e Reino Unido, contando com cerca de 35.500 fornecedores (ou 65% do gasto total). Desde sua fundação, em 2000, o Grupo Airbus criou 15.000 novos postos de trabalho de alta tecnologia, só na Europa,[3] operando em mais de 170 locais em todo o mundo. A maior parte de sua carteira de encomendas e presença industrial, encontra-se agora para além das fronteiras europeias. Têm linhas de montagem final de aeronaves em Tianjin, China, e Mobile, Alabama (EUA). O Grupo Airbus produz helicópteros no Brasil, mantém centros de pesquisa em Singapura, Índia, nos Estados Unidos, China e Rússia, e possui centros nos cinco continentes, denominados Maintenance, Repair and Overhaul (MRO).[3]

A Airbus empregava em 2013, cerca de 59 mil pessoas em vários países por todo o mundo.[4] As fábricas principais estão localizadas em Toulouse (França) e Hamburgo (Alemanha).

História

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O Airbus A300, o primeiro bimotor widebody da história da aviação comercial, e a primeira aeronave produzida pela empresa.

A Airbus iniciou como um consórcio europeu em setembro de 1967, através de um acordo entre Alemanha, França e Inglaterra, com o objetivo de fortalecer a cooperação europeia no setor de tecnologia aeronáutica, promovendo o desenvolvimento econômico e tecnológico do continente nesse setor. Três empresas participavam do consórcio para a produção da primeira aeronave widebody, o Airbus A300: a francesa Aérospatiale, uma fusão da SEREB, Sud Aviation e Nord Aviation com 37,5% de participação, fornecendo o cockpit, controles de voo e a parte central inferior da fuselagem; a alemã Deutsche Airbus – um agrupamento de quatro empresas, Messerschmittwerke, Hamburger Flugzeugbau, VFW GmbH e Siebelwerke ATG – com 25% de participação, fornecendo a fuselagem central e traseira; e a britânica Hawker-Siddeley com 37,5%, fornecendo as asas. Dois anos depois era apresentado no Le Bourget Airshow o mock-up da cabine do A300, que iniciaria naquele ano a produção conjunta.[5][6]

O consórcio Airbus Industrie só seria criado oficialmente em 18 de dezembro de 1970, como um grupo de interesse econômico [en] (GIE), quando o A300 já estava tomando forma. A sede era inicialmente em Paris, transferindo-se depois para Toulouse, e forneceria uma interface única para design, desenvolvimento, testes de voo, vendas, marketing e suporte ao cliente, bem como relações com a mídia e publicidade. Franz-Josef Strauss foi nomeado presidente e presidente do conselho de supervisão, fórum para a decisão das políticas tomadas quanto ao trabalho em novos programas e como seria compartilhado. Juntou-se também ao consórcio, a espanhola CASA, que forneceria o estabilizador horizontal do A300. O primeiro voo do A300 ocorreu em Toulouse, em 28 de outubro de 1972. Durante seis semanas, o modelo voou por vários países da América, para ser apresentado.[6]

Em janeiro de 2014, a Airbus passou por uma reestruturação do grupo, com a extinção da EADS e a fusão de três de suas empresas (Astrium, Cassidian e Airbus Military) em uma nova unidade, a Airbus Defence and Space. Outra divisão da EADS, a Eurocopter, passou a ser Airbus Helicopters.[7][8]

 
O Airbus A380.

A organização do grupo após a reestruturação em janeiro de 2014, passou a ser formada por três divisões:[9]

Em outubro de 2017, a Airbus assinou um acordo com a Bombardier Aerospace, para produzir os modelos de médio porte (até 150 passageiros) Bombardier série C. O acordo, em que a Airbus detém o controle majoritário para a produção das aeronaves, teve como objetivo fortalecer a concorrência com a Boeing.[10]

No primeiro semestre de 2024, a Airbus adquiriu um contrato da Yahsat, empresa estatal dos EAU (Emirates Árabes Unidos), com autorização para construir dois novos satélites geoestacionários de telecomunicações, sendo a data prevista de lançamento em 2027 e 2028. A vida útil dos dois satélites, designados Al Yah 4 e Al Yah 5, é de cerca de 15 anos e a sua base será na plataforma Eurostar Neo da Airbus.[11]

Aviões

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 Avião   Descrição   Lugares   Max   Peso Máximo de Decolagem   Data de lançamento   1º Voo   1ª entrega   Produção terminada 
A300 2 Motores, 2 Corredores 228-254 361 Maio de 1969 28 de outubro de 1972 Maio de 1974
Air France
27 de março de 2007
A310 2 Motores, 2 Corredores, A300 Modificado 187 279 Julho de 1978 3 de abril de 1982 Dezembro de 1985
Air Algerie
27 de março de 2007
A318 2 Motores, 1 Corredor, reduzido 6.17 m do A320 107 120 Abril de 1999 15 de janeiro de 2002 Outubro de 2003
Air France
A319 2 Motores, 1 Corredor, reduzido 3.77 m do A320 124 156 Junho de 1993 Agosto de 1995 Abril de 1996
Swissair
A320 2 Motores, 1 Corredor 150 187 77,000 kg Março de 1984 22 de fevereiro de 1987 Março de 1988
Air Inter
A321 2 Motores, 1 Corredor, "aumentado" 6.94 m do A320 185 220 Novembro de 1989 11 de março de 1993 Janeiro de 1994
Lufthansa
A330 2 Motores, 2 Corredores. 253-295 406-440 Junho de 1987 2 de novembro de 1992 Dezembro de 1993
Air Inter
A340 4 Motores, 2 Corredores. 239-380 420-440 Junho de 1987 25 de outubro de 1991 Janeiro de 1993
Air France
11 de novembro de 2011
A350 XWB 2 Motores, 2 Corredores 270-350 Dezembro de 2006 14 de junho de 2013 2014
Qatar Airways
A380 4 Motores, dois andares para passageiros, 2 Corredores[12] 555 853 2002 27 de abril de 2005 15 de outubro de 2007
Singapore Airlines
Fevereiro de 2021
A400M
Airbus Military
4 Motores turboélice, Aeronave militar - - Maio de 2003 2012 2013
Airbus Beluga 2 Motores, Avião cargueiro para transporte interno de peças de aeronaves Airbus. - - 155.000 kg 1991 Setembro de 1994 Janeiro de 1996
Airbus (uso interno)
2000
Airbus A220 (parceria com a Bombardier) 2 motores, 1 corredor - - 2012 Setembro de 2013 Junho de 2016
Swiss International Airlines

Aeronaves - versões

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 Avião   Versões 
A220 - 100, -300
A300 B2, B2-200, B4, -600, -600R/C, -600F, -600ST Beluga
A310 -201, -300
A318 -100, Elite
A319 -100, -100LR, ACJ, neo
A320 -100, -200, -200E, neo
A321 -100, -200, neo
A330 -200, -200F, -300, -800neo, -900neo
A340 -200, -300, -300X, -300E, -500, -500HGW, -600, -600HGW
A350 XWB -800, -900, -900R, -900F, -1000
A380 -800, -800F

Encomendas e entregas

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Encomendas
2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989
  Airbus 487 1341 824 1111 370 284 300 375 520 476 556 460 326 106 125 38 136 101 404 421
Entregas
2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989
  Airbus 483 453 434 378 320 305 303 325 311 294 229 182 126 124 123 138 157 163 95 105

Locais de produção

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Planta de produção da Airbus em Blagnac, França.

Os principais locais de produção da Airbus incluem a planta em Blagnac (próximo a Toulouse), na França, onde também fica a sede da empresa. Também conta com planta de produção em Hamburgo, na Alemanha, a planta de produção em Getafe, na Espanha onde são produzidos principalmente as aeronaves e equipamentos militares e em setembro de 2022 abriu a sua unidade produtiva em Santo Tirso, Portugal onde são produzidos principalmente peças para os aviões A320 e A350.[13]

Em 2009, a Airbus abriu a sua primeira planta fora da Europa, em Tianjin, na China, para a produção de aeronaves da família A320.[14] Em 2016, inaugurou sua planta de produção nos Estados Unidos, na cidade de Mobile, no Alabama também para a produção de aeronaves da família A320.[15]

Tecnologia

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Característica típica dos aviões da Airbus é o uso do side-stick ao invés dos manches.

A Airbus foi pioneira em adaptar massivamente o uso da tecnologia fly-by-wire em aviões civis, e o uso de side-stick no lugar do manche. Isso aconteceu a partir da família A320 e prevalece em suas sucessoras, mas não está presente nas famílias antecedentes (A300 e A310).[16]

No sistema fly-by-wire, os controles no cockpit (manche, pedais, manetas etc.) não estão conectados mecanicamente (seja por cabos ou por atuadores hidráulicos) às superfícies de comando ou motores, mas sim electronicamente a computadores. Cada vez que o piloto os aciona, ele dá um comando, não para essas superfícies ou para o motor de forma direta, mas para um ou mais computadores que o repassarão às superfícies ou motores.[16] Essa tecnologia, que foi aplicada primeiramente em aviões militares, hoje em dia está presente, em graus variáveis, em diversas aeronaves, inclusive da Boeing (só o Boeing 777 é totalmente fly-by-wire, os demais, apenas parcialmente).

Outra grande revolução tecnológica se encontra em todos os aviões da família A320 e posteriores, o ECAM (Electronic Centralized Aircraft Monitoring) ou Monitorização eletronicamente centralizada da aeronave. Um sistema composto por dois grandes ecrãs no cockpit mostra o estado de todos os sistemas a bordo, hidráulicos, pressão da cabine, motores, combustível, superfícies de controle etc. Mas a verdadeira vantagem deste sistema é que, se houver uma falha ou fogo no motor, em vez do piloto ter de consultar o QRH (Quick Reference Handbook) um livro que contem as checklists de toda falha que possa acontecer, a checklist aparece toda no ecrã, e o piloto não tem de perder o tempo de consultar o livro.

Em decorrência de alguns acidentes envolvendo aviões da empresa, tem havido certa polémica sobre o influxo deste sistema na segurança de voo.[17]

A inclusão de mais elementos de maquinaria entre as ordens do piloto e as superfícies de controle e motores do avião aumenta a possibilidade de que um mal funcionamento da máquina possa criar problemas no voo. O consenso mais geral, entretanto, parece indicar que as vantagens do sistema (p. ex.: diminuição da carga de trabalho do piloto e precisão dos controles) superam suas eventuais desvantagens, sendo que estas últimas podem ser debeladas tanto por sistemas de backup, quanto pelo desenvolvimento tecnológico natural.

Referências
  1. Airbus in France
  2. «BAE luta por crescimento após colapso da fusão com EADS». Exame. 2006 
  3. a b (em inglês)Airbus Group- What we do Arquivado em 6 de fevereiro de 2015, no Wayback Machine., recuperado em 27 de fevereiro 2015
  4. «Worldwide presence» (em inglês). Airbus. 2014. Consultado em 28 de Janeiro de 2014. Arquivado do original em 27 de Janeiro de 2014 
  5. «Early days (1967-1969)» (em inglês). Airbus. Cópia arquivada em 18 de julho de 2017 
  6. a b «First order, first flight (1970-1972)» (em inglês). Airbus. Arquivado do original em 18 de outubro de 2017 
  7. «Airbus Defence and Space» (em inglês). Airbus Defence and Space. 2014. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2014 
  8. «Building on a record year (2014)» (em inglês). Airbus. Cópia arquivada em 18 de outubro de 2017 
  9. «Airbus Group» (em inglês). Airbus. 2014. Consultado em 29 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 2 de janeiro de 2014 
  10. Airbus e Bombardier se unem para competir com Boeing O Globo Economia, 17 de outubro de 2017
  11. «Airbus ganha contrato para fabricar satélites de telecomunicações para EAU». Notícias ao Minuto. 10 de junho de 2024. Consultado em 12 de junho de 2024 
  12. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 
  13. Aviação, Kiosque da (7 de setembro de 2022). «Dia 14 de Setembro são inauguradas as Instalações da Airbus Atlantic Portugal, em Santo Tirso». Kiosque da Aviação. Consultado em 10 de setembro de 2022 
  14. «Cópia arquivada». Consultado em 18 de Dezembro de 2016. Arquivado do original em 11 de Agosto de 2011 
  15. http://abcnews.go.com/US/wireStory/officials-ala-airbus-plant-employ-1000-16690789#.T_HRzJHhcqN
  16. a b Airbus. «Corporate Information / History / Fly-by-wire». Consultado em 21 de agosto de 2009. Arquivado do original em 11 de Fevereiro de 2009 
  17. Revista Época. «Os sistemas eletrônicos falharam?». Consultado em 21 de agosto de 2009 

Ligações externas

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