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As Plantas Mágicas
As Plantas Mágicas
As Plantas Mágicas
E-book223 páginas2 horas

As Plantas Mágicas

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Sobre este e-book

Neste clássica obra de ocultismo, Paracelso, famoso médico e alquimista suíço, disserta acerca das informações tanto científicas quanto mágicas e ocultas das propriedades de diversas ervas, oferecendo, juntamente e também, práticas médicas e espirituais com a botânica.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de jul. de 2024
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    As Plantas Mágicas - Paracelso

    AS PLANTAS MÁGICAS

    BOTÂNICA OCULTA

    PARACELSO

    As Plantas Mágicas

    Botânica Oculta

    Philippus Aureolus Theophrastus

    Bombastus von Hohenheim

    (Paracelso)

    Índice

    PARACELSO.....................................................8

    A Infância de Paracelso.........................9

    A Iniciação de Paracelso......................13

    PARACELSO: MÉDICO E ALQUIMISTA......19

    PARACELSO: MÍSTICO.................................36

    A Morte de Paracelso...........................43

    BOTÂNICA OCULTA......................................47

    Exórdio.................................................47

    PRIMEIRA PARTE: O REINO VEGETAL.....50

    Botanogenia.........................................50

    Advento do Reino Vegetal...................55

    Fisiologia Vegetal................................60

    Fisiognosia Vegetal..............................79

    SEGUNDA PARTE: O HOMEM E A

    PLANTA..........................................................95

    Alimentação.........................................95

    Terapêutica..........................................98

    Magia..................................................116

    Agronomia Mágica.............................129

    TERCEIRA PARTE: ELEMENTOS DE

    ASTROLOGIA...............................................175

    PEQUENO DICIONÁRIO DE BOTÂNICA

    OCULTA........................................................183

    PARACELSO

    Antes de iniciar nosso pequeno tratado de Botânica Oculta – ou seja, o estudo das plantas mágicas – baseado nas teorias do magno Paracelso , do divino Paracelso , conforme muitos o chamam, pedimos vênia para traçar, ainda que em largas pinceladas, o perfil do famoso alquimista, do célebre médico revolucionário.

    Este homem genial, uma das figuras mais proeminentes que surgiram nos albores da Renascença, nasceu em Einsiedeln¹ no dia 10

    de novembro de 1493. Na pia batismal, recebeu o nome de Teofrasto (Teophrastus), em memória do pensador grego Teofrasto Tírtamo, de Éreso, por quem o doutor Hohenheim, pai de nosso biografado, nutria profunda admiração.

    O nome de Felipe (Philippus) lhe foi acrescentado, sem dúvida, posteriormente, pois é certo que Paracelso jamais fez uso deste; a alcunha de Aureolo (Aureolus) deve ter sido dada por seus _________________

    ¹ Einsiedeln. (Nossa Senhora dos Eremitas.) Povoado da Suíça situado no fundo de um formoso vale. Nele, são fabricados rosários e outros artigos religiosos. Há ali uma célebre abadia de beneditinos, fundada no século IX, que muitos peregrinos visitam no dia 14 de setembro.

    8

    admiradores nos últimos anos de sua vida, visto que, até 1538, não o encontramos em nenhum documento relacionado com sua pessoa.

    Quanto ao nome famoso de Paracelso, existe a opinião de que este foi dado por seu pai quando ainda jovem, querendo com isto demonstrar que na ocasião já era mais sábio do que Celso, médico célebre contemporâneo do imperador Augusto e autor de um livro de medicina muito mais avançado de quantos havia em sua época.

    Já a partir do ano de 1510, ficou conhecido pelo nome de Paracelso e, embora muito raramente o incluísse em sua assinatura, é certo que o estampou em suas grandes obras filosóficas e religiosas; do mesmo modo seus discípulos o chamavam de Paracelso, nome que sempre apareceu nas controvérsias e nos ataques injurio-sos de que foi vítima.

    A INFÂNCIA DE PARACELSO

    Paracelso era uma criança baixinha, doentia e com tendência ao raquitismo, razão por que exigia os cuidados mais esmerados, que lhe eram dispensados pelo seu próprio pai, que nutria por ele uma afeição muito grande. O Dr.

    Hohenheim atribuía uma importância extraordinária aos efeitos salutares do ar livre respirado em plena natureza; por isso, quando o rapaz estava já crescido, fez dele seu companheiro de 9

    excursões, conseguindo desta maneira robuste-cer-lhe o corpo e enriquecer-lhe o espírito.

    Foi nessas andanças que Paracelso aprendeu os nomes e as virtudes das ervas e plantas medicinais bem como os diversos modos de usá-las; conheceu os venenos e seus antídotos da mesma forma que a arte de preparar toda espécie de poções medicinais.

    Nessa época, na Europa, a Farmácia não era ainda reconhecida, ao contrário do que se dava na China, no Egito, na Judéia e na Grécia, milhares de anos antes da era cristã. Com efeito, a primeira farmacopeia pertence a Nuremberga e data de 1542, ano seguinte à morte de Paracelso. Por conseguinte, pode-se afirmar que a maioria das ervas medicinais, que se receitam em nossos dias, já era conhecida na Idade Média e os religiosos as cultivavam com todo cuidado e ciosamente nos jardins dos seus conventos; é por isso que foram conservados até hoje alguns conhecimentos a respeito de seus usos.

    Nas pradarias e bosques próximos ao Rio Sihl, onde há pântanos em grande quantidade, as sucessivas estações fazem florescer e frutificar grande número de plantas. Nos prados crescem a gerenciana, a margarida, a salva, a anêmona, a camomila, a borragem, a angélica, o funcho, o cominho e a dormideira. Nos bosques abundam 10

    as celgas, a aspérula, a beladona, a datura, a violeta e as gramíneas silvestres. Nas ribancei-ras, nos declives das grandes elevações de terreno e pelas estradas se encontram a cam-pânula, a dedaleira, a chicória, a centáurea, a verônica, a menta, o tomilho, a verbena, a salsaparrilha, os líquenes, a erva-de-são-joão, a tormentilha, a tanchagem e a aveleira silvestre.

    Nos terrenos lodosos colhem-se as prímulas com manchas de cor malva e violeta, os miosó-tis, as plantas vulnerárias, os fetos e o rabo-de-

    -cavalo. E nos páramos, a urze, a rosa-dos-alpes, a garança-do-levante, a saxifraga, a luzer-na, a pyrola e toda espécie de sementes.

    Das próprias memórias de Paracelso se deduz que seu pai foi seu primeiro mestre de latim, de botânica, de alquimia, de medicina, de cirurgia e de teologia; mas nele atuaram outras influências de educação, que o doutor Hohenheim não pôde infundir. Estas influências foram devidas ao espírito irrequieto da época, da nova era que estava sendo preparada.

    Cumpre-nos verificar, agora, como foi que esta manifestação de sua época teve relação com o audaz investigador da Natureza e da Medicina, entre a multidão que continuava apegada ferre-nhamente aos métodos filosóficos e às crenças religiosas da Idade Média; cumpre-nos ver como foi que sua inteligência vivaz compreen-11

    deu que os velhos ensinamentos estavam fada-dos a desaparecer e a passar por uma renovação, como todas as demais coisas.

    Indiscutivelmente, foi o espírito da Renascença que deu a Paracelso o grande impulso rumo à indução científica e ao método experimental. O

    encontro deste espírito científico com as correntes espirituais da Reforma, com sua influência sobre a alma dos homens, graças realmente a Lutero, nos fornecerá a explicação da formação de sua personalidade, aparentemente contraditória.

    As teorias em voga vinham sendo propagadas ativamente já muito tempo antes de Lutero.

    Duzentos e cinquenta anos antes, uma alma solitária, Rogério Bacon, teve uma visão que iluminou as trevas acumuladas por quinze séculos de ignorância e descobriu a chave do divino tesouro da Natureza.

    Em 1483 nasceu Lutero; dez anos depois, Paracelso; em 1510 veio à luz o famoso médico e filósofo milanês Jerônimo Cardano, e em 1517

    nascia o celebérrimo cirurgião Ambrósio Pare.

    Copérnico, o astrônomo revolucionário, e Pico de Ia Mirándola, foram contemporâneos desta plêiade ilustre. Tudo eclodiu de uma só vez; nova concepção religiosa, nova filosofia, novas ciências, a par de uma grande renovação no mundo da arte.

    12

    A INICIAÇÃO DE PARACELSO

    Ainda muito jovem, Paracelso foi enviado à famosa escola dos beneditinos do mosteiro de Santo André, no Lavantal, a fim de lhe ser ministrada a instrução religiosa. Foi aqui que ele se tornou amigo do bispo Eberhard Baum-gartner, que era considerado um dos alquimistas mais notáveis de seu tempo. Tamanho foi o ardor com que Paracelso se dedicou aos seus trabalhos de laboratório, tanta a sua força de observação nos fenômenos que estudava, que imediatamente se viu em condições insuperá-veis para começar a executar um trabalho que se antecipava ao seu século. Além disso, teve a dita de contar com o clima da Caríntia que favoreceu grandemente seu desenvolvimento físico, logrando, com isto, desfrutar de uma saúde quase perfeita.

    Logo depois, transferiu-se Paracelso para Basileia, onde fez grandes progressos no estudo das Ciências Ocultas. Naqueles tempos, era impossível dedicar-se à medicina sem conhecer profundamente a astrologia. A ciência experimental estava ainda por nascer. Todos os conhecimentos que se adquiriam nos colégios ou conventos eram puramente dogmáticos: seus ensinamentos eram conservados respeito-samente durante muitos séculos.

    13

    O misticismo e a magia conviviam com as teorias mais antagônicas e os homens mais célebres lhes rendiam homenagem. William Howitt, um médico notável, escreveu as seguintes palavras: "O verdadeiro misticismo consiste na relação direta entre a inteligência humana e a de Deus. O falso misticismo não procura a verdadeira comunhão entre Deus e o homem. O

    espírito absorto em Deus está protegido contra todo ataque. A mente que repousa em Deus aclara a inteligência".

    Este foi o misticismo que Paracelso se esforçou por adquirir: a união de sua alma com o Espírito Divino, a fim de poder conceber o funcionamento deste Espírito Universal dentro da Natureza.

    Quando partiu para Basiléia, já havia adquirido a prática das operações cirúrgicas, ajudando seu pai no tratamento de feridos. Em seus Livros e Escritos de Cirurgia, nos relata que teve os melhores mestres em dita ciência e que havia lido e meditado os textos dos homens mais célebres, tanto da atualidade como do passado.

    Pouco se sabe da estadia de Paracelso em Basiléia; consta unicamente que sua passagem por lá se deu em 1510. Na ocasião, a universidade era dirigida pelos escolásticos e pedantes da época.

    14

    Paracelso percebeu subitamente que nada sairia ganhando com os ensinamentos estúpidos daqueles doutores. O pó e as cinzas respeitados por estes espíritos estéreis – escreve ele – haviam-se preparado e transformado em matéria importante.

    Paracelso renunciou altaneiramente a terçar armas numa luta com aqueles sábios, guardiães petrificados da ciência oficial. O que ele queria era a verdade e não a pedanteria; a ordem e não a confusão; a experiência científica e não o empirismo.

    Segundo sua própria declaração pública, Paracelso lera as obras manuscritas do abade Tritêmio (Trithemius), que figuravam na valiosa biblioteca de seu pai, e tão embevecido se sentiu por elas que resolveu transferir-se para Würzburg, lugar onde o sábio abade se mantinha em contato com seus discípulos.

    Tritêmio ou Tritemius – era assim que se chamava esse abade, por causa do lugar de seu nascimento, que foi Treitenheim, perto de Trier. Mas seu verdadeiro nome era João Heindemberg. Quando ainda muito jovem já era célebre por sua sabedoria; com a idade de vinte e um anos foi eleito abade de Sponheim.

    Em 1506, foi designado para o convento de São Jaime, perto de Würzburg, onde morreu em dezembro de 1516.

    15

    Afirmava ele que as forças, secretas da Natureza estavam confiadas a seres espirituais. Grande era o número de seus discípulos e os que julgava dignos, admitia-os em seu laboratório, onde se manipulava toda espécie de experiências de alquimia e de magia.

    Conforme dissemos, Paracelso empreendeu sua grande viagem a Würzburg. Na ocasião estava algo mais robusto, embora sua compleição continuasse franzina. Quando se fixou na referida cidade, o abade Tritêmio era considerado um bruxo perigoso pela gente ignorante.

    Penetrara ele certos mistérios da Natureza e do mundo espiritual; deu casualmente com alguns fenômenos raros que hoje em dia chamamos de magnetismo e telepatia.

    Em certas experiências psíquicas obteve êxitos surpreendentes; talvez tenha sido ele o primeiro que nos falou da transmissão do pensamento à distância. Devem-se a ele os primeiros ensaios da criptografia ou escrita secreta. Era também um grande conhecedor da Cabala, por meio da qual fornecera profundas interpretações das passagens proféticas e místicas da Bíblia. Por isso, colocava as Sagradas Escrituras acima de todos os estudos; seus alunos tinham que dedicar-lhes toda sua atenção e todo seu amor.

    Com isto, Paracelso ficou influído por todo o resto de sua vida, de vez que o estudo da Bíblia 16

    constituiu posteriormente uma das tarefas que o ocuparam com mais intensidade. Em seus escritos encontramos o testemunho de seu conhecimento perfeito da linguagem e do profundo significado esotérico do Magno Livro.

    Embora seja fato inconteste que estudou as Ciências Ocultas com o abade Tritêmio, chegando a conhecer as forças misteriosas do mundo visível e invisível, não é menos certo que aban-donou de repente certas práticas mágicas, por julgá-las indignas e contrárias à divina vontade.

    Tinha aversão, sobretudo, à necromancia prati-cada por homens pouco escrupulosos, convencido de que por meio dela só se atraíam forças maléficas. Recusou, igualmente, todo ganho pessoal que pudesse auferir do exercício da magia, pois esta, segundo pensamento dele, só era permitida quando visasse curar desinteressadamente ou fazer outro bem qualquer a nossos semelhantes.

    Foi com este intuito que se lançou às investigações e experiências de magia divina. Discernia perfeitamente o alimento mental e espiritual daquele que era impróprio e enganoso, para conseguir a união de sua alma com a divindade.

    Curar os homens conforme Cristo fizera – nisto consistia todo o seu desejo ardente. E quem sabe se a própria comunhão com o Senhor não o credenciaria com este poder sublime? Entre-17

    mentes, recebia de Deus a graça de saber procurar e encontrar todos os meios de cura com os quais o Criador provera a Natureza.

    18

    PARACELSO:

    MÉDICO E ALQUIMISTA

    Como dissemos anteriormente, Paracelso entregou-se com um ardor e entusiasmo sem limites ao estudo profundo da Alquimia. A Alquimia – diz nosso biografado – não visa exclusivamente obter a pedra filosofal; a finalidade da Ciência Hermética consiste em produzir essências soberanas e empregá-las devidamente na cura das doenças.

    Contudo, não pôde fugir à preocupação dominante da época e durante algum tempo se ocupou também daquelas práticas alquímicas que ensinam a transformar em ouro os metais

    impuros.

    De acordo com alguns autores, saiu triunfante em seu magno cometimento e, depois que satisfez a sua curiosidade, não prosseguiu em sua obra, pois outro fim não perseguia senão a evidência de certas doutrinas, para poder falar delas com plena convicção, condição que ele acreditava, com toda certeza, indispensável.

    Ao falarem dele como alquimista, os biógrafos de Paracelso colocam-no na categoria mais elevada. Todos afirmam unanimemente que era 19

    dotado de um poder escrutinador que lhe per-mitia penetrar o próprio espírito das coisas da Natureza.

    Peter Romus escreve: "Paracelso penetra os recônditos mais profundos da Natureza, explora-os e, através de

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