PAPERS by Francisco Cancela

História e Cultura, 2024
Resumo: Estudos recentes têm demonstrado a participação dos indígenas na construção do Brasil ind... more Resumo: Estudos recentes têm demonstrado a participação dos indígenas na construção do Brasil independente, principalmente por meio da atuação de vereadores, juízes e capitãesmores nas vilas de índios. O protagonismo indígena nesse contexto foi deveras favorecido pelo alargamento do espaço político e politização das lideranças indígenas no período de implantação do Diretório dos índios, que assegurou o autogoverno indígena, ainda que submetido a um rígido regime tutelar orientado por um programa de "reforma dos costumes". Este artigo recupera fragmentos da trajetória de vida de duas lideranças indígenas envolvidas no processo da independência na Bahia: João Francisco de Souza e Lourenço Borges. Com a descrição e análise de suas atuações, busca-se demonstrar as diversas formas de participação dos indígenas na construção do Brasil independente, evidenciando a inserção autônoma e proativa das lideranças indígenas naquele contexto e demonstrando como a escrita de pequenas trajetórias de vida pode revelar, ainda que de forma fragmentada, a complexidade daquele processo.

Revista Brasileira de História
RESUMO No contexto atual de comemoração dos 200 anos da independência do Brasil, revigoram-se os ... more RESUMO No contexto atual de comemoração dos 200 anos da independência do Brasil, revigoram-se os estudos que têm destacado as dimensões polissêmicas e multifacetadas do processo de formação do estado e da nação brasileiros. O objetivo deste artigo é apresentar um tema ainda pouco estudado: a participação dos povos indígenas no processo de construção do Brasil independente. Para tanto, o texto dedica-se a analisar como a população indígena de Vila Verde, na província da Bahia, se engajou na luta pela “santa causa do Brasil” e, depois de consumada a independência, iniciou uma longa batalha em defesa do direito à liberdade e à terra. Ao investigar esse percurso de lutas, a questão proposta gira em torno da noção de cidadania que os próprios indígenas buscavam disputar naquele contexto, articulando os confrontos entre etnicidades, identidades e territorialidades.
História (São Paulo), 2022
O artigo apresenta um estudo sobre a organização da igreja secular ou diocesana
na antiga capi... more O artigo apresenta um estudo sobre a organização da igreja secular ou diocesana
na antiga capitania de Porto Seguro no fim do período colonial. Analisa o contexto de
expansão da malha eclesiástica no século XVIII, destacando a relação desse fenômeno
com a imbricação entre as políticas reformistas tridentinas presentes nas Constituições
do Arcebispado da Bahia e as políticas indigenistas pombalinas. Contribui, ainda, com
a identificação das freguesias, varas e capelas que fixaram a presença e dinâmica da igreja secular no território que forma o atual extremo sul da Bahia.
Outros Tempos: Pesquisa em Foco - História
Este trabalho apresenta uma série documental do Arquivo Público da Bahia que registra a atuação d... more Este trabalho apresenta uma série documental do Arquivo Público da Bahia que registra a atuação dos oficiais camarários de uma vila de índios no contexto do Brasil independente. Ao analisar os documentos custodiados nos cadernos dos anos de 1825 e 1826 do Maço 1462, o estudo revela duas contribuições relevantes: de um lado, a importância e as diferentes formas de exploração do trabalho indígena no alvorecer do século XIX; do outro, as estratégias e as práticas políticas empreendidas pelas lideranças indígenas na defesa de seus direitos que se transformaram numa forma específica de disputa de uma cidadania indígena.

ABATIRÁ - REVISTA DE CIÊNCIAS HUMANAS E LINGUAGENS, 2020
O presente texto tem por objetivo apresentar uma síntese da trajetória histórica dos Pataxó no Ex... more O presente texto tem por objetivo apresentar uma síntese da trajetória histórica dos Pataxó no Extremo Sul da Bahia. A proposta não é formular uma história total desse grupo indígena, nem tampouco realizar um balanço historiográfico sobre o tema. Mas apenas propor uma reflexão histórica que permita articular três aspectos: primeiro, um exercício de organizar o tempo histórico, ainda que de forma bastante limitada, já que assentada numa concepção de temporalidade baseada em uma lógica linear, progressiva, cronológica e factual; segundo, uma preocupação de colocar em evidência os processos de territorialização vividos pelos Pataxó, compreendidos como "o movimento pelo qual um objeto político-administrativo (...) vem a se transformar em uma coletividade organizada, formulando uma identidade própria, instituindo mecanismos de tomada de decisão e de representação, e reestruturando as suas formas culturais (inclusive as que o relacionam com o meio ambiente e com o universo religioso)" (OLIVEIRA FILHO, 1998, p. 54-55); e, terceiro, um compromisso de privilegiar o protagonismo indígena, reconhecendo os Pataxó como atores de sua própria história, ainda que submetidos a um violento processo de colonização de seus territórios e de suas formas de ser, saber e sentir o mundo, cuja marca ao longo destes mais de 500 anos de contato com a sociedade ocidental foi uma história cheia de estratégias de resistências.
Revista Espacialidades, 2019
Este trabalho apresenta as posturas municipais da câmara de uma vila de índio da
antiga capitan... more Este trabalho apresenta as posturas municipais da câmara de uma vila de índio da
antiga capitania de Porto Seguro chamada São José de Porto Alegre, que foi criada no
contexto da implantação da política indigenista pombalina no ano de 1769. O objetivo
da transcrição e leitura deste documento é lançar algumas notas para futuras pesquisas
sobre política e administração das vilas de índios, buscando destacar o papel do
protagonismo indígena na composição das normas camarárias, bem como da
presença da política indigenista nas determinações da governança local.
História, Ciências, Saúde-Manguinhos
Resumo O artigo revisita o relato da Viagem ao Brasil (1815-1817) de Maximiliano de Wied na persp... more Resumo O artigo revisita o relato da Viagem ao Brasil (1815-1817) de Maximiliano de Wied na perspectiva de valorizar as contribuições dos registros da expedição do príncipe naturalista para a história natural, especialmente no levantamento da flora do atual extremo sul da Bahia. A abordagem perpassa a análise das características gerais da produção científica no campo da história natural e dos relatos de viagens do século XIX, bem como do perfil biobibliográfico do viajante. O objetivo central é demonstrar como se deu a relação do naturalista com as populações indígenas na produção do seu inventário florístico, destacando a importância dos saberes e fazeres dos índios para o trabalho do naturalista europeu.

Saeculum, 2021
Resumo: O objetivo desse trabalho é examinar as freguesias de índios na antiga capitania de Porto... more Resumo: O objetivo desse trabalho é examinar as freguesias de índios na antiga capitania de Porto Seguro entre a segunda metade do século XVIII e início do século XIX. Nesse período, tanto a igreja secular quanto a política indigenista viviam o auge de medidas reformistas, que impactaram diretamente no cotidiano e na organização social das populações indígenas. O principal argumento apresentado é o que compreende a instalação e administração das freguesias de índios como um reforço do processo de territorialização vivenciado pelos povos indígenas. O estudo faz uso de um variado conjunto de fontes históricas, incluindo alguns registros eclesiástico, documentos administrativos e relatos de viajantes. No geral, a análise não encontrou muita diferença na estrutura e funcionamento das freguesias de índios quando comparadas às demais freguesias da América portuguesa, embora tenha sido possível identificar como a implantação dessas unidades jurídicoadministrativas e religiosas abriram novos espaços de tradução, mediação, negociação e conflito para os povos indígenas. Palavras-chave: Freguesias. Povos Indígenas. Diretório dos Índios. Igreja Secular. Porto Seguro.

História (São Paulo) , 2014
Resumo: Este artigo analisa a presença e a dinâmica do trabalho indígena na antiga Capitania de P... more Resumo: Este artigo analisa a presença e a dinâmica do trabalho indígena na antiga Capitania de Porto Seguro, entre os anos de 1763 e 1808. Apresenta o projeto de colonização reformista elaborado para a referida região, com destaque para o papel dos índios enquanto mão de obra fundamental para alavancar os empreendimentos coloniais. A partir do diálogo com várias correspondências realizadas entre autoridades régias, com relatos de cronistas e viajantes e com outros documentos administrativos, demonstra como o surto econômico experimentado no atual extremo sul da Bahia no fim do período colonial se estruturou em um campo de forças que colocava em embate as políticas indigenistas e as políticas indígenas. Palavras-chave: Porto Seguro; política indigenista; políticas indígenas; colonização reformista. Abstract: This article analyzes the presence and the dynamics of indigenous labor in the former Captaincy of Porto Seguro, between the years 1763 and 1808. It presents the design of reformist colonization prepared for that region, highlighting the role of the Indians as the fundamental labor force that leverage the colonial enterprises. Through a dialogue with various correspondences between royal authorities with reports of travelers and chroniclers, and other administrative documents, it demonstrates how the current economic boom, experienced in southern Bahia in the late colonial period was structured in a force field, which put in conflict the indigenous policies and indigenous policies. Nos últimos anos, uma renovada historiografia sobre a América portuguesa tem destacado o importante papel da mão de obra indígena na construção e reprodução da estrutura produtiva colonial. Em geral, esses estudos revelam como a exploração do trabalho escravo indígena desempenhou papel-chave nos processos de acumulação interna, especialmente nos períodos em

Revista Patrimônio e Memória, 2020
Este trabalho consiste em um relato de uma experiência de extensão universitária no Museu de Art... more Este trabalho consiste em um relato de uma experiência de extensão universitária no Museu de Arte Sacra da Misericórdia, em Porto Seguro. A proposta é demonstrar como a parceria entre a Universidade do Estado da Bahia e a Paróquia Nossa Senhora da Pena para a gestão compartilha do museu foi fundamental não apenas para sua reabertura, mas também para sua transformação em um espaço de produção e socialização do conhecimento, além de espaço de fruição, de formação profissional e de promoção e preservação do patrimônio. O objetivo principal é demonstrar a importância da extensão universitária na compreensão e resolução dos problemas da sociedade, que pôde ser
observado na experiência de documentação museológica realizado no museu para a preservação e promoção do patrimônio cultural, cujos resultados revelam não apenas o perfil geral da coleção de imaginária como também elementos da história da religião, da religiosidade e da sociedade porto-segurense.
ODEERE - Revista do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade, 2018
O documento aqui transcrito é uma memória descritiva das povoações da antiga capitania de Porto S... more O documento aqui transcrito é uma memória descritiva das povoações da antiga capitania de Porto Seguro. Depositado no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, o documento foi escrito pelo ouvidor interino João de Almeida Freire e é datado de 1817. Dentre as inúmeras informações contidas no manuscrito, destacam-se as narrativas, as imagens e as memórias formuladas sobre a presença e participação dos povos indígenas na história do atual extremo sul da Bahia
Clio Revista De Pesquisa Historica, Oct 28, 2013
Este texto analisa o ritual de aclamação das vilas de índios criadas na antiga Capitania de Porto... more Este texto analisa o ritual de aclamação das vilas de índios criadas na antiga Capitania de Porto Seguro na segunda metade do século XVIII. Tomando de empréstimo a ideia thompsoniana de teatralização do exercício do poder, a abordagem aqui apresentada procura demonstrar como os atos de fundações das novas vilas manifestavam não apenas o poder régio absolutista, mas também todos os princípios, valores e instituições que buscavam legitimar e garantir a reprodução do dominium português sobre um território inserido no quadro do Antigo Sistema Colonial. Se apresentando enquanto uma tradição reinventada, estes ritos de instituição se adaptaram a um público majoritariamente indígena, encarnando o objetivo de demarcar uma fronteira entre um espaço supostamente selvagem e outro hipoteticamente civilizado.

Revista Brasileira de História das Religiões, 2015
Resumo: Este artigo apresenta uma inusitada experiência de índios que realizavam rituais mágico-c... more Resumo: Este artigo apresenta uma inusitada experiência de índios que realizavam rituais mágico-curativos na antiga Capitania de Porto Seguro, entre a segunda metade do século XVIII e princípios do século XIX. Classificados como "bebedeiras", "batuques" e "supertições" pelas autoridades coloniais, estes rituais religiosos demonstravam a capacidade destas populações de afirmar, reinventar e se apropriar de códigos, signos e linguagens culturais num contexto de intensificação das políticas indigenistas assimilacionistas na América portuguesa. Com estratégias de resistências frente a proposta metropolitana de "reforma dos costumes", os índios conseguiram transmitir práticas e valores nativos, realizar intercâmbios culturais com outros grupos étnico-sociais e construir novos laços de sociabilidades que permitiram fortalecer a coesão do próprio grupo enquanto uma comunidade étnica distinta. Mesclando a tradição calunduzeira africana com os rituais indígenas de cura, as práticas espirituais nas vilas de índios porto-segurenses evidenciam a maleabilidade, a metamorfose e as reinvenções da cultura na sociedade colonial. Palavras-chave: Intercâmbios culturais. Sociabilidades interétnica. Políticas indigenistas. Políticas indígenas. Capitania de Porto Seguro Drinking, parties and superstitions: spiritual practices and cultural exchanges in the Indian villages of Porto Seguro Abstract: This paper presents an unusual experience of Indians who performed magic-healing rituals in ancient Captaincy of Porto Seguro, between the second half of the eighteenth century and early nineteenth century. Classified as "drinking", "parties" and "superstitions" by the colonial authorities, these religious rituals demonstrated the ability of these populations to state, reinvent and appropriate codes, signs and cultural languages in the context of intensification of indigenous assimilation policies in Portuguese America. With front resistance strategies metropolitan proposed "reform of customs," the Indians have handed practices and native values, conduct cultural exchanges with other ethnic and social groups and build new sociability ties that enabled to strengthen the cohesion of the group itself as a community distinct ethnic. Merging the African calunduzeira tradition with indigenous healing rituals, spiritual practices in Porto Seguro Indian villages demonstrate the flexibility, the metamorphosis and the culture of reinvention in colonial society.

História Social, 2013
Resumo O presente texto busca refletir sobre a implantação da política indigenista pombalina na a... more Resumo O presente texto busca refletir sobre a implantação da política indigenista pombalina na antiga Capitania de Porto Seguro na segunda metade do sé-culo XVIII. Para além de apresentar uma discussão histórica e historiográfica sobre Diretório dos índios, a abordagem procurará demonstrar como autori-dades régias e colonos receberam e traduziram essa legislação conforme os diferentes contextos da América Portuguesa. A ideia de tradução da legis-lação indigenista ocupará um lugar de destaque na argumentação sobre a variabilidade das experiências coloniais, tendo como foco a análise das Instruções para o governo dos índios da Capitania de Porto Seguro. Palavras-chave: Política indigenista. Políticas indígenas. Porto Seguro. Abstract This paper seeks to reflect upon the deployment of Pombal's Indian policy in the former Captaincy of Porto Seguro during the second half of the eighteenth century. In addition to presenting a historical and historiographical discussion about the Diretório dos Índios law, the approach undertaken will demonstrate how royal authorities and settlers received and translated this legislation according to the different existing contexts of Portuguese.

Diálogos, 2017
Resumo Este artigo analisa o embate entre políticas indigenistas e políticas indígenas na antiga ... more Resumo Este artigo analisa o embate entre políticas indigenistas e políticas indígenas na antiga capitania de Porto Seguro no limiar do século XIX. Ao mergulhar no contexto de mudanças promovido pela transferência da corte portuguesa para o Brasil, investiga o governo do ouvidor José Marcelino da Cunha (1810 – 1819), que retomou a tradicional política portuguesa que comportava negociação e conflito, aliança e guerra, liberdade e escravidão frente aos povos indígenas, usando os destacamentos militares como novos instrumentos de conquista. Valorizando o protagonismo indígena, demonstra também as ações próprias dos índios diante dessa situação colonial, com atenção especial para as estratégias construídas não só para a sua inserção negociada na sociedade regional, mas igualmente para as tentativas de manutenção de seus territórios e costumes. Abstract Indigenist policies and indigenous policies in the former Captaincy of Porto Seguro in the government of José Marcelino da Cunha (1810-1819) This article analyzes the clash between indigenous policies and indigenous policies in the former Capitania de Porto Seguro at the start of the 19th century. Investigates the government of the ombudsman José Marcelino da Cunha (1810-1819) in the context of the arrival of the royal family in Brazil and the return of the traditional Portuguese policy that involved negotiation and conflict, alliance and war, freedom and slavery against military detachments as new instruments of conquest. Valuing indigenous protagonism, it also demonstrates the Indians' own actions in the face of this colonial situation, with special attention to strategies built not only for their insertion in the regional society, but also for attempts to maintain their territories and customs. Resumen Políticas indigenistas y políticas indígenas en la antigua Capitanía de Porto Seguro en el gobierno de José Marcelino da Cunha (1810-1819) Este artículo analiza el enfrentamiento entre políticas indigenistas y políticas indígenas en la antigua capitanía de Porto Seguro en el umbral del siglo XIX. Al sumergirse en el contexto de cambios de la transferencia de la corte portuguesa a Brasil, investiga el gobierno del oidor José Marcelino da Cunha (1810-1819), que retomó la tradicional política portuguesa que comportaba negociación y conflicto, alianza y guerra, libertad y esclavitud a los pueblos indígenas, usando los destacamentos militares como nuevos instrumentos de conquista. Al valorar el protagonismo indígena, demuestra también las acciones propias de los indios ante esta situación colonial, con atención especial a las estrategias construidas no sólo para su inserción negociada en la sociedad regional, sino también para los intentos de mantenimiento de sus territorios y costumbres.

Especiaria - Cadernos de Ciências Humanas, 2013
Resumo: Este texto analisa as experiências vividas pela população indígena da antiga Capitania de... more Resumo: Este texto analisa as experiências vividas pela população indígena da antiga Capitania de Porto Seguro na execução do programa civilizacional inscrito no Diretório dos índios de 1757. Destacando o papel das escolas na estruturação do projeto de colonização reformista elaborado pelo reinado de d. José I para o território do atual extremo sul da Bahia, a abordagem aqui realizada procura demonstrar o funcionamento destas instituições no interior das novas vilas de índios criadas entre os anos de 1763 e 1808. Além disso, busca também destacar os usos empregados por colonos, autoridades e índios na defesa de seus interesses específicos, resultando na própria limitação do alcance transformador da escola na formação de uma nova geração de índios submissos e leais ao soberano português. Abstract: This paper examines the experiences of the indigenous population of the former Captaincy of Porto Seguro (Bahia, Brazil) in implementing the "civilizing" program within the "Diretório dos índios", 1757. Highlighting the role of schools in shaping the reformist colonization project during the reign of D. José I to the territory of the current extreme south of Bahia, the approach undertaken here seeks to demonstrate the functioning of these institutions within the new towns of Indians created between the years 1763 and 1808. Moreover, it also seeks to highlight the uses employed by settlers, Indians and authorities in defense of their special interests, resulting in the very limitation of the transforming range of the school in the formation of a new generation of Indians, submissive and loyal to the Portuguese sovereign.

Espaço Ameríndio, 2007
RESUMO: O presente artigo apresenta algumas reflexões sobre os contatos interétnicos entre índios... more RESUMO: O presente artigo apresenta algumas reflexões sobre os contatos interétnicos entre índios e não-índios nas vilas de índios da Capitania de Porto Seguro, entre os anos de 1758 e 1820. Partindo da identificação dos sujeitos não-indígenas, buscamos apresentar a idéia de que as vilas de índios se transformaram em um território multicultural, onde brancos, mulatos, pardos, negros e índios mantiveram vários contatos condicionados ao contexto geral do processo de conquista e colonização da América portuguesa. Ao mesmo tempo, estas relações possibilitaram uma reconfiguração identitária, uma vez que forjaram experiências de solidariedade, de resistência e de percepção da própria condição em que viviam os índios e os não-índios, principalmente os degredados. PALAVRAS-CHAVES: vilas de índios; relações de contato; Capitania de Porto Seguro; identidade. ABSTRACT: This article presents some reflections about the interethnic contacts between Indians and non-Indians in the Indians' villages of the Captaincy of Porto Seguro, between the years 1758-1820. Beginning with the identification of the non-aboriginal citizens, we try to show the idea of how the Indians' villages transformed in a multicultural territory, which white, browns, blacks and Indians kept some connections, submitted to the general context of the Portuguese Colonization. At the same time, these connections were allowed to reconfigure the identities, because it put together experiences of solidarity, resistance and perception of the self condition where the Indians and the banished ones lived.

História em Reflexão, 2009
RESUMO: O objetivo desse artigo é apresentar um conjunto de reflexões teóricas e metodológicas da... more RESUMO: O objetivo desse artigo é apresentar um conjunto de reflexões teóricas e metodológicas da pesquisa histórica sobre os povos indígenas no Brasil, tendo em vista demonstrar a possibilidade de elaboração de abordagens que recuperem o papel histórico dos povos indígenas na formação da sociedade brasileira. Para tanto, discuto o problema do diálogo com as fontes coloniais sobre os índios, apresentando uma breve sistematização das armadilhas, artimanhas e questões existentes nesse tipo de fonte histórica. PALAVRAS-CHAVE: história dos índios, fontes, período Colonial. ABSTRACT: The aim of this paper is to present a set of theoretical and methodological reflections of historical research on Native American in Brazil, in order to demonstrate the possibility of developing approaches to get back the historical role of Native American in formation of Brazilian society. For this, I discussed the issue of dialogue with the Brazilian colonial sources on Native American, showing a brief systematization of traps, trick and problems, that there is in this kind of historical source. KEYWORDS: history of brazilian indians, brazilain Colonial period, historical sources. Introdução O ponto de partida desse texto é o relato de uma experiência pessoal. Não é nenhum episódio de grande comoção, mas revela uma visão presente e predominante nos cursos de formação de profissionais de história no Brasil. Certamente, esse episódio não teve muita relevância para os sujeitos envolvidos e nem deve mais ocupar lugar na memória desses meus colegas historiadores. Contudo, faço questão de retomá-lo para iniciar a problematização sobre a relação entre o ofício do historiador e a escrita da história dos índios no Brasil.
O presente ensaio retoma a discussao sobre o episodio da prisao do Capitao-donatario da Capitania... more O presente ensaio retoma a discussao sobre o episodio da prisao do Capitao-donatario da Capitania de Porto Seguro pela Inquisicao. O caminho escolhido passa por um balanco historiografico e pela introducao de um olhar voltado para a questao da administracao e exploracao dos indios. Ao final, propoe o entendimento da prisao frente ao complexo contexto de formacao da America portuguesa.
Thesis by Francisco Cancela

PPGH/UFBA, Orientação: Maria Hilda Paraíso, 2012
Esta pesquisa analisa as experiências vividas por índios, colonos e autoridades régias na antiga ... more Esta pesquisa analisa as experiências vividas por índios, colonos e autoridades régias na antiga Capitania de Porto Seguro, entre a segunda metade do século XVIII e princípios do XIX. Ao mergulhar no contexto de reformas do reinado de d. José I, a pesquisa apresenta um projeto metropolitano que pretendia fazer do atual extremo sul da Bahia um celeiro de víveres para alimentar as principais cidades da América portuguesa. Baseado no aproveitamento da população indígena, a realização deste projeto foi delineada através de um intenso embate entre políticas indigenista e políticas indígenas, evidenciando não apenas a importância da questão indígena para a colonização daquela região, como também as diversas estratégias desferidas pelos índios a fim de conquistarem melhores condições de vida naquela sociedade. Ao analisar como tal projeto se transformou em processo colonial, esta tese assume o desafio de arriscar uma dupla contribuição: de um lado, ajudar a recuperar o papel dos povos indígenas na formação da sociedade baiana; do outro, romper com o ensurdecedor silêncio sobre a história da antiga Capitania de Porto Seguro.
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PAPERS by Francisco Cancela
na antiga capitania de Porto Seguro no fim do período colonial. Analisa o contexto de
expansão da malha eclesiástica no século XVIII, destacando a relação desse fenômeno
com a imbricação entre as políticas reformistas tridentinas presentes nas Constituições
do Arcebispado da Bahia e as políticas indigenistas pombalinas. Contribui, ainda, com
a identificação das freguesias, varas e capelas que fixaram a presença e dinâmica da igreja secular no território que forma o atual extremo sul da Bahia.
antiga capitania de Porto Seguro chamada São José de Porto Alegre, que foi criada no
contexto da implantação da política indigenista pombalina no ano de 1769. O objetivo
da transcrição e leitura deste documento é lançar algumas notas para futuras pesquisas
sobre política e administração das vilas de índios, buscando destacar o papel do
protagonismo indígena na composição das normas camarárias, bem como da
presença da política indigenista nas determinações da governança local.
observado na experiência de documentação museológica realizado no museu para a preservação e promoção do patrimônio cultural, cujos resultados revelam não apenas o perfil geral da coleção de imaginária como também elementos da história da religião, da religiosidade e da sociedade porto-segurense.
Thesis by Francisco Cancela
na antiga capitania de Porto Seguro no fim do período colonial. Analisa o contexto de
expansão da malha eclesiástica no século XVIII, destacando a relação desse fenômeno
com a imbricação entre as políticas reformistas tridentinas presentes nas Constituições
do Arcebispado da Bahia e as políticas indigenistas pombalinas. Contribui, ainda, com
a identificação das freguesias, varas e capelas que fixaram a presença e dinâmica da igreja secular no território que forma o atual extremo sul da Bahia.
antiga capitania de Porto Seguro chamada São José de Porto Alegre, que foi criada no
contexto da implantação da política indigenista pombalina no ano de 1769. O objetivo
da transcrição e leitura deste documento é lançar algumas notas para futuras pesquisas
sobre política e administração das vilas de índios, buscando destacar o papel do
protagonismo indígena na composição das normas camarárias, bem como da
presença da política indigenista nas determinações da governança local.
observado na experiência de documentação museológica realizado no museu para a preservação e promoção do patrimônio cultural, cujos resultados revelam não apenas o perfil geral da coleção de imaginária como também elementos da história da religião, da religiosidade e da sociedade porto-segurense.
Na Bahia, os indígenas aliados habitavam 14 vilas de índios e mais de uma dezena de aldeias administradas por religiosos e agentes régios. Eles participaram de muitos acontecimentos daquela conjuntura revolucionária, como as eleições constituintes, a guerra no Recôncavo da Bahia e as aclamações a D. Pedro.
Após a Independência, continuaram sua atuação política. Por meio de requerimentos e petições, buscaram a manutenção daquilo que entendiam como seus direitos. Com a exclusão do direito à cidadania, iniciaram uma verdadeira onda de revoltas no início de 1830.
Desconhecida, essa história indígena e do indigenismo poderá ser recontada a partir de 225 documentos transcritos e publicados nessa obra organizada pelo historiador Francisco Cancela.